Isabel de Morais Rego, minha bisavó, era a filha caçula de Jose Raimundo Duarte, Jose Raimundo do Sanharol. Convém registrar que o seu nascimento se deu no dia da morte de seu pai. Sua mãe Antonia de Morais Rego pediu que fizessem o velório na casa do Major Joaquim Alves, irmão de Jose Raimundo enquanto ela dava a luz em sua residência no sitio Sanharol. Isabel foi batizada pelo Padre Benedito de Souza Rego de quem também era afilhada. Matrimoniou-se muito jovem 13 anos com o seu sobrinho Francisco Alves de Morais, 23 anos mais velho. Conheceu uma Freira da Casa de Caridade da Fundação Padre Ibiapina de Crato na residência de sua irmã Leonarda Bezerra do Vale, Dada do São Cosme, de quem recebeu uma linda imagem de Nossa Senhora Auxiliadora. Em conversa com as suas filhas Josefa e Raimunda identificou as dificuldades para as celebrações em louvor a santa pela ausência de um hino, um cântico ou bendito como era conhecido á época. Era analfabeta não lia nem escrevia. Mas foi compondo os versos, formando as estrofes e memorizando ao mesmo tempo e deu nesta obra prima:
Maria Auxiliadora,
Nossa mãe tão venerada.
Nas aflições desta vida.
Sede nossa advogada.
Sede nossa advogada,
Sede nossa protetora.
Rogai por nós a Jesus,
Maria Auxiliadora.
As lindas flores do campo,
São uns jardins de Alegria.
Mas não dão para igualar,
Com o retrato de Maria.
Para que com alegria,
Gozemos do sumo bem.
Maria Auxiliadora,
No Céu para sempre amem.
Antonio Alves de Morais
Crato,25.01.2009.