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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Um deforete.


Nada há no mundo para marcar mais o ser humano do que a musica. Um dia o meu professor Manuel Batista Vieira definiu saudade como sendo: presença e ausência, ou seja, você traz para o presente o que lhe é ausente. Assim sendo a musica é saudade, porque têm a propriedade de resgatar as alegrias, as felicidades do acervo vivido outrora. 

 Quando cheguei a Crato, Março de 1969, nossa turma de colégio gostava de fazer tertúlia na casa de colegas. Tudo muito simples. Um emprestava a radiola de pilhas, aquele mais dengoso conseguiu com os pais a casa, e, os discos cada um trazia o seu. Nunca se passava das 10 da noite. Quando o dono da casa era mais liberal, tínhamos também, em cima da mesa, um caldeirão cheio de caipirinha. 

 Nós tínhamos uma colega muito bonita, que era também, uma especialista em dar fora em nego. Ela dava uma cordinha e quando o caboclo se aproximava levava uma tremenda mala. Um dia um colega confessou para mim e para a José Flávio  que estava pretendendo falar namoro com a talzinha. 

Nós demos uma boa corda. O José Flávio até ensinou um palavrado romântico a ser usado. Depois de uma talagada da caipirinha, o colega criou coragem, tomou chegada, e, partiu para a ação. Sem rodeios lascou: eu vi saber se você quer namorar comigo porque o Morais e José Flávio mandaram! - Ela respondeu no ato: volte e diga pra eles que eu não quero. Foi a mala mais bem aplicada que vi. O colega saiu atordoado, morava prum lado e saiu em outra direção.

4 comentários:

  1. A. Morais

    Só você para nos fazer relembrar aqueles bons tempos.
    Minhas amigas e eu, costumávamos chegar do Colégio São João Bosco e antes de almoçarmos, íamos ensaiar novos passos. Havia uma amiga que era um tanto desengoçada e não teve jeito: entreguei-lhe uma vassoura para ser seu par. Mui amiga eu... rs rs. Pois não é que a vassoura deu bom resultado?!?
    Costumávamos nos reunir na pracinha do Pimenta e quase sempre nos perguntávamos aonde vamos dançar, hoje? Saímos em disparada para tal casa. Realmente, não passava das 22:00hs.
    Eu não perdia as apresentações, em Crato, de Renato e seus Blue Caps.
    Os nossos Beatles Tupiniquins.
    Bons tempos aqueles.

    Glória Pinheiro

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  2. Prezado Morais
    Não conhecia o termo "deforete" até que a Claude o trouxe para nós. Não sei em que sentido você o usou aqui e como também o usou outro dia. Fui ao Aurélio e está lá: Deforete é:
    1. Descanso durante o serviço; olga.
    2.Pilhéria de mau gosto.
    Confere?

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  3. Amigo Carlos.

    No geral quer dizer, descanso, soneca. Neste texto quiz dizer , pilheria, coisa de mau gosto, foi o que eu e o Dr. Jose Flavio fizemos com o colega, demos corda e o amigo terminou levando uma baita de uma mala. É verdade Carlos o caboclo saiu desnorteado não sei se por causa das caipirinhas ou do fora.

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  4. Maria Gloria.

    Aquela era uma epoca inocente, bonita, pura quando falamos, todos temos as mesmas historias, as mesmas cruezas para contar.
    Obrigado pelo comentario.

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