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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 3 de junho de 2009

Alencar e Barbinha Por Antonio Morais

Alencar e Barbinha casaram e viveram no sitio Chico em Várzea-Alegre. Eram católicos fervorosos e nunca tiveram filhos. Aonde um estava o outro também estava. Era um casal muito unido e conhecido de todos os varzealegrenses.

Quando Barbinha morreu já com mais de 80 anos de idade, o Alencar tinha também a mesma idade ou mais um pouco. O meu pai vendo aquela situação no velório falou para minha mãe: Alencar não vai resistir a solidão!

Mas que nada, já na missa de sétimo dia o homem havia jogado a bengala fora e andava todo espigadinho, falando até que precisava se casar. Meu pai deu esse mote para o poeta Bidinho: Já melhorou da cegueira, mas piorou do juízo. O Bidinho improvisou:

Depois que perdeu Barbinha
Dizem que seu Alencar
Começou a enxergar
Queimou o bastão que tinha
Forte e alegre caminha
Vê qualquer cisco no piso
Já declarou ser preciso
Buscar nova companheira
Já melhorou da cegueira
Mas piorou do Juizo.

Não deseja moça idosa
Como sua companheira
Quer uma jovem faceira
Alva, bonita e jeitosa
Que seja religiosa
Que lá em seu paraíso
Rese quando for preciso
Comungue na sexta-feira
Já melhorou da cegueira
Mas piorou do Juizo.

Um comentário:

  1. Conheci este casal. Nunca vi tamanha união. Acho que o Bidinho deveria ter sido mais generoso com seu Alencar.

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