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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Coronel Mario Leal - Por Antonio Morais


Outro dia, Mundim do Vale remeteu um poema exaltando Damião Carlos, o Damião dos bonecos. Hoje eu vou fazer um relato em reconhecimento e gratidão aquele artista que tanta alegria levou a nossa gente, especialmente os varzealegrenses. Já fiz referencia ao Cel. Mario da Silva Leal, homem serio, austero e respeitado. Portanto a marca “Leal” fazia medo a muita gente. As pessoas deviam andar certinhas, não se admitia malandragem, não era brincadeira não.

Um dia Damião Carlos foi contratado para fazer uma apresentação com os seus bonecos no sitio Cipaúba, localidade próximo da região comandada pela família Leal. A Radio de Iguatu anunciou o evento durante toda semana, só se falava em Damião e seus bonecos. No dia a casa foi preparada, varreram os terreiros, fizeram uma grande barraca, e, por volta das 10 horas da manha chegou o Damião que foi recebido com salva de fogos e honras de um Lindomar Castilho ou Waldick Soriano.

Prepararam duas penosas para o almoço, Damião comeu a vontade. Depois do almoço armaram uma rede, colocaram um lençol cheiroso e o artista se acomodou. Antes de adormecer ouviu o galopar de um cavalo e a voz potente de um cidadão que perguntou: o que é que vai haver aqui hoje? Que está tudo muito pronto! Barraca feita, terreiro varrido! O dono da casa respondeu: A noite, um artista de Várzea-Alegre, vai fazer uma apresentação com uns bonecos! Pois diga pra ele que eu venho assistir e, se não achar graça vou fazer ele engoli os bonecos. Toda essa conversa foi ouvida por Damião.

O cavaleiro foi embora. Damião se mexeu na rede pra lá e pra cá, e perguntou de quem era aquele cavalo tão esquipador que passou há pouco tempo. O dono da casa respondeu: Era seu Nobílio Leal. Damião coçou a cabeça, pensou um pouco e, resolveu ir ao mato postar um telegrama para o Lula e, depois da postagem, chispou, de lá mesmo, pra Várzea-Alegre deixando as roupas, os bonecos e os apetrechos para trás.

Quando se perguntava: Damião porque você fugiu da apresentação na Cipaúba? Ele respondia rindo: eu sabia lá se era fácil fazer Nobilio Leal achar graça!

Um comentário:

  1. O Cel Mario era correto, honrado e austero, porem é possivel que alguem possa ter promovido alguma desordem apropriando-se indevidamente de seu prestigio, respeito, e seus conceitos.

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