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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 8 de agosto de 2009

Vote que catinga medonha.

No ano de 1967, quando Antônio Rolim promovia shows artísticos em Várzea Alegre, numa ocasião ele contratou o Coronel Ludugero com Otrope e outros artistas para dois dias de shows. Ludugero apresentou-se no sábado em V. Alegre e ficou acertado outra apresentação para o domingo na cidade de Cedro. No domingo Antônio preparou o material e chamou a equipe de ajudantes que era: Eu, Zé Clementino, Balah, Pedro Clementino, Professor Levi Nogueira, Paulo de Diassis, Zé Leandro e Luisvaldo Martins (Doutor). Chegamos no Cedro, guardamos algumas coisas no hotel e nos dirigimos ao Grupo Gabriel Diniz, para montagem de som e vendas de ingressos. Quando chegamos na porta do grupo, tinha uma turma de seis jovens com garrafas nas mãos. Um deles olhou para Balah e disse: - Cabra de V. Alegre aqui no Cedro a gente trata é na peia. Balah sem nem olhar pra cara do sujeito respondeu: Quando eles chegam lá em Farias Brito nós recebe do mesmo jeito. Passado o sufoco começou o show, lá uma hora o microfone do Coroné deu um mal contato e Doutor foi consertar, quando ele abaixou-se para conectar um plug descuidou-se e soltou um canarinho. Ludugero abanou-se com o chapéu e falou: - vote que catinga medonha! Terminado o show nós fomos jantar e prestar contas, porque logo depois os artistas viajariam para Fortaleza e nós para Várzea Alegre. Foi nesse momento que Antônio Rolim pediu para o Coroné gravar uma despedida para nós. Ele gravou nesses termos: Pessoá! Chegou à hora da despedida. É uma despedida toda cheia de inconfraternização robusculá, pruque numa caravana onde anda Pedo e Palo, já tá feita toda a ladainha. Tem tombém o prefessor Levi que vai levando todo mundo, tem tombém Raimundim, Zé Quelemintino, Ontõe Rolinha, Zé Bobô, Balah e Doutor. Doutor é piquininim mais é mei disprivinido dos intistino. Na hora qui foi ligá o lecrofone, abriu a gaiola e soltou um canarim, mais num teve homem qui agüentasse. Doutor, você é Doutor mais eu vou lhe dá um consei, quando for cumer airubu nu se asqueça de tirar o papo. Pruque é justamente no papo do airubu, onde se incontra as venezianas qui você butou através do fosfito.
Mundim do Vale

4 comentários:

  1. Mundim do Vale.

    Assistir o Show de Varzea-Alegre. Francamente nunca rir tanto como neste dia com o Ludugero. Fazia parte da caravana Osvaldo de Oliveira, Marinez e o Trio Nordestino, de todos o mais querido dos nossos coterraneos. Em 1969 a turma da quarta serie contratou o Trio Nordestino para dois Shows. Eu fui com o amigo Gustavo Correia apanhar Lindu, Cobrinha e Coronel em Cajazeiras. Alem de idolos passaram a ser meus amigos. No final da decada de 70 começo de 80 quando chegava a epoca do São João, eles permaneciam pela região e tive a honra de hospedá-los em nossa fazenda no Assaré. Inclusive a musica Homem de Saia foi composta lá. O Lindu acabou os rins tomando molho de pimenta, o Cobrinha e o Coronel gostavam muito de uma caninha. Infelizmente faleceram todos. Foi um tempo muito bom. O lucro que tivemos em Varzea-Alegre perdemos com as despesas em Cedro. Não deu ninguem. Se tivessemos realizado o outro show em Varzea-Alegre tinhamos feito melhor proveito.
    Obrigado pelo belo resgate.

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  2. Morais.
    Não muito tempo depois desse show
    e da despidida, aonteceu aquele desatre aéreo onde faleceu uma parte daquele grupo. Contam que Ludugero tinha medo de voar e Otrope fazia medo a ele nos voos.
    No dia daquele triste acidente contam que quando Otrope notou que o aviaão estava com problema gritou:- Coroné ou Coroné!O avião
    vai cair!
    O COroné pensando ser mais umas das bincadeiras do Otrope falou:
    - E é da tua conta Otrope? O avião num é teu.
    Só pode ser uma brincadeira, pois eu não sei se ficou sobrevivente
    daquele acidente para contar essa história. O que eu sei é que fiquei
    com muita saudade daquele que representava muito bem um matuto autêntico.
    Mundim do Vale

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  3. Nossa senhora! que canarinho danado! rs rs rs. Meninos! vou me ausentar do Blog por uns dias. Abraço com carinho. Fátima

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  4. Que saudade dos forrós antigos!!??..Sem questionar os valores do atuais, sinto uma falta enorme daqueles que foram os forrós cantados por uma legião de forrozeiros autênticos, homens que viveram e moraram no Sertão. Dificilmente se houve aqueles forrozeiros nas radios hoje em dia...Mas tenho alguns cds, que me dão o prazer de recordá-los...Ê tempão que n volta mais !!!!!!!!!..O forró da Rádio Cultura, na hora da Janta lá de casa(5:00 DATARDE).

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