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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 15 de novembro de 2009

Alguém está lembrado que hoje é feriado? - por Armando Rafael

Proclamador da República é pouco conhecido em sua terra natal – por Odilon Rios (Fonte: site Terra)


O Marechal Deodoro da Fonseca nasceu em 5 de agosto de 1827 em Alagoas. Entrou na política em 1885. Era um dos homens mais próximos ao imperador Dom Pedro II. Em 15 de novembro de 1889, proclamou a República. Iniciou a "República das Espadas", porque dois marechais ocuparam a presidência: Deodoro e, logo depois, o também alagoano Floriano Peixoto, isso antes de dar início a "República Velha", com presidentes civis.

Na cidade onde nasceu o proclamador da República, o marechal Deodoro da Fonseca, a população pouco conhece ou nunca ouviu falar do primeiro presidente do Brasil, que assumiu o cargo após a derrubada do Império, em 15 de novembro de 1889. O município de Marechal Deodoro fica a 25 km de Maceió, às margens da Lagoa Mundaú, e tem uma das praias mais visitadas e belas do Brasil, o Francês. No lugar, navios da Segunda Guerra Mundial foram afundados pelas tropas alemãs, piratas franceses tentaram invadir o Brasil pelo mar durante o período colonial e igrejas em restauração guardam mistérios: túmulos de famílias influentes de Alagoas foram descobertos durante as escavações.

A casa onde nasceu e viveu o marechal é um museu. Há três dias, a cidade está em festa em comemoração à Proclamação, mas o pescador Chagas da Silva, 64 anos, desconhece o porquê de tanta gente que vai e vem pelas ruas e praças de Deodoro. "Sei não, é por causa do governador que tá vindo para cá?", pergunta. "Tem a ver com o Lula? Por que me disseram que ele não vem para cá. Sei não por que tanta festa", disse. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi convidado para a festa. Não foi, mas mandou representantes de escalões da União para anunciar obras no município.

O funcionário público João Jacinto da Silva ouviu falar pouco do filho ilustre de Marechal ou da Proclamação da República. "Não sei bem quem ele foi. Sei que vai ter um show do Zezé di Camargo e Luciano no domingo. Por isso tem a festa, não é?", pergunta. Armando o palco que vai receber as autoridades para o desfile militar deste domingo, Ivanildo Santos da Silva sabe da Proclamação. "Ouvi falar do Marechal Deodoro, mas, o quê é mesmo esse período da História brasileira?", questiona. "Sei lá, tem a ver com um representante aqui da cidade", responde a sua propria indagação. E a festa? "Dizem que é porque vão anunciar um monte de coisas no Francês".
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marechal Deodoro tem 45.141 habitantes. Cerca de 65% da população é pobre; 6.292 são analfabetas e apenas 99 pessoas recebem acima de 20 salários mínimos. Por causa do alto índice de assassinatos, duas favelas receberam nomes de países em conflito: Iraque e Israel. O "Iraque" de Marechal Deodoro chama-se hoje conjunto Esperança.

Na última semana, a movimentação nas escolas era considerada acima do normal. Os alunos preparavam-se para o desfile militar, as bandas de fanfarra conferiam as partituras e treinavam as músicas para o dia festivo. "Há 170 anos Marechal Deodoro deixou de ser a capital de Alagoas e, por três dias, depois de um decreto legislativo, o governador transferiu para a cidade do proclamador a chefia do Executivo Estadual em comemoração a este dia", lembra o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado. A comemoração dos 120 anos da República começou na sexta-feira e trouxe autoridades a Marechal Deodoro. Entre elas, o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB). Há poucos metros da Prefeitura, lotada de políticos, a vida na cidade continuava quase normal. Uma rotina só quebrada pela quantidade de policiais circulando pelas ruas.

O reforço de PMs, a pedido do prefeito Cristiano Matheus (PMDB), existiu por causa de boatos sobre protestos contra sua administração. Panfletos foram apreendidos, chamando Matheus de "mentiroso". "Estamos no 11° mês de administração e estamos superando desafios", disse. Em Marechal, prefeitos e vereadores já foram afastados dos cargos, acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
Poostado Por Armando Rafael.

4 comentários:

  1. A nota abaixo foi publicada na coluna “Cariri” do jornal O POVO:
    “Feriado de quê?
    Tarso Araújo

    Falta de civismo! No Cariri, mais uma vez, o feriado deste 15 de novembro, comemorativo à Proclamação da República passará em branco. Em Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e demais municípios caririenses, o povo costuma comemorar datas como o 7 de setembro, festa dos padroeiros, Dia do Trabalho, Dia do Município... O 15 de novembro nunca foi festejado. Com o advento dos dois governos do presidente Lula, até tentou-se resgatar termos como “espírito republicano”` e “os valores da República”`. Infelizmente, pelo menos no Cariri, a coisa não pegou. E se você pergunta ao povão o motivo do feriado de 15 de novembro, a grande maioria não sabe responder”.

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  2. Já a nota abaixo é de autoria do professor de Minas Gerais, Francisco Mascarenhas Silva de Assis, publicada no jornal “Correio Imperial”:
    “A chamada Proclamação da República no Brasil é uma fábula. Nunca aconteceu. Contudo, resta a pergunta: Se não houve uma proclamação, como foi implantada a República no País?
    Após ter gritado "Viva o Imperador, Deodoro, o grande traidor, voltou para casa. Volta ao leito e, na cama, recebeu a visita alguns traidores republicanos. Tentaram fazer com que Deodoro assinasse o documento que viria a ser o decreto Nº 1 da república. O velho militar, que ainda não era um traidor, se recusou: havia jurado fidelidade ao Imperador.
    Deodoro não era republicano. Havia mesmo escrito, poucos dias antes, a um de seus sobrinhos, o General Clodoaldo que "República no Brasil e desgraça completa são a mesma coisa".
    De má fé, os traidores disseram ao Marechal que o Visconde de Ouro Preto seria substituído por Silveira Martins. Sabiam da inimizade entre os dois. Deodoro não havia perdoado seu antigo rival na disputa pelos favores da Viúva Adelaide.
    Tresloucado, como sempre ficava quando se lembrava de sua antiga paixão, Deodoro disse textualmente: "Deixe-me assinar esta porcaria".
    Foi assim que nasceu a República brasileira

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  3. Meu caro Armando.

    A proclamação está tão esquecida quanto a Republica está degradada. A insatisfação humana,no anceio de mudanças, não observa que está mudando para pior. Lamentavelmente, o Brasil está seguindo a linha do atraso de Cuba, e dos visinhos Venezaela, Boliivia e Equador. Juntos estão formando o grupo dos sem leis e sem respeito. O grupo da bandidagem, do vale tudo. Quem decide pelo Brasil é o sem futuro Hugo Chaves, é ele que autoriza o Zelaya se hospedar na embaixada brasileira em Honduras. O que o Brasil tem a ganhar com essa ingerencia em Honduras alem da desconfiança internacional? Falo das nações serias!

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  4. Caro Morais:

    Mas o imaginário popular é implacável para defenestrar falsos heróis.
    Hoje, quem cultua Hitler, Stalin, Mussolini?
    Amanhã será Fidel Castro e Hugo Chávez...
    Em Fortaleza existe uma “Rua Marechal Deodoro”,
    nas proximidades do Estádio Presidente Vargas.
    Mas não procure por este nome,pois não vai achá-la.
    Ela só é conhecida como RUA DA CACHORRA MAGRA...

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