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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Revide - II - Dr.Mozart Cardoso de Alencar


Luzeiro do nordeste - Simbolo da religiosidade de Juzeiro do Norte.

Agradeço ao 15, a fome
E ao rico pernambucano
A salvação do teu nome
Que ia entrar pelo cano.

As tuas fontes de renda
Desde o Brejo ao Arenito
São do domínio da lenda
E a tua riqueza um mito.

Princesa do cariri
Não viste o homem na lua?
O que estás fazendo aí
Acocorada na rua?

Abandona o pé da serra
Ele não te dá mais nada
Só nutrirás com essa terra
Gente pobre e enfatuada

Já perdeste a hegemonia
O prestigio a liderança
Dessa tua academia
Faze um armazém com balança.

Tu vives preocupada
Com tua literatura
Na valia, hoje igualada
Ao tacho de rapadura

Temendo a fatalidade
Que o mal destino te aguarda
De atrofiada cidade
Nun futuro que não tarda

De te atrasares demais
Vendo adiantar-se os romeiros
Ficando-te em tudo atrás
E adiante em tudo o Juazeiro.

Foste a Brasília obter
Tua exclusão do Ceara
Mas não tiveste o prazer
De Rodonia e de Amapá

Tira os Teles, os Pinheiro,
Brito, Esmeraldo, Alencar
E ficarão teus terreiros
Com os sabugos no lugar

Eis aí a tradição
Da Crato sofisticada
Bibi da televisão
Lábia, saliva e mais nada.

Se estatua o Crato tivesse
Se campo de aviação
Se um estádio, lá houvesse
Assim como o Romeirão.

Se igreja como a que guarda
Nossa Senhora das Dores
Se quartel de homens e farda
Artesanato e lavores.

Se industrias de peças de ouro
Comercio intenso e dinheiro
Bancos que valem tesouro
Como os possui, Juazeiro.

Postado por A.Morais

Um comentário:

  1. Este revide do Dr. Mozart data de 1969. Ainda hoje vemos arranca robos por causa deste tema. Nos bares, nas praças, até mesmo na imprenca, o que se fala é: levaram isto, tomaram aquilo etc. Nem parece que somos um todo composto por varias cidades e que nada se desenvolverá isoladamente. A postagem chama a atenção para mostrar o quanto se perdeu de tempo com essas querelas. Mostra tambem que não adianta medir força com o mais forte. Pra isso existe a negociação. Do contrario se perde tudo mesmo.

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