AS CAMPANHA DE TOTÕE - Mundim do Vale

Na pequena cidade de Lardânia, o Sr. Totõe Valério ganhou o título de coronel por ter sido prefeito nomeado por decreto. Gostou do título e do poder e em outra ocasião resolveu disputar no voto. O seu adversário era Zé de Rosa, um sujeito metido a valente que tinha esse nome porque era amancebado com Rosa Vai Não Vai.

O coronel Totõe fez um comício usando a carroça de Assis Topada como palanque. Do seu lado estava o seu assessor Zé Mobral, para evitar que ele se perdesse no vocabulário.
O candidato fez o seu discurso nesses termos: Meus conterrano de Lardãnia! Vocês já me conhece e sabe qui eu sou um homem queto, nunca dei tabefe um im ninguém, nunca prisiguí ninguém e nem mandei butar na cadeia. Eu sou diferente do oto, ele veve batendo no povo, já açoitou o cambista Zé Macaco, já rasgou o vistido de Anália Venha Cá e deu inté im neu.
O assessor botou a mão no ombro de Totõe e falou: Coronel em mim!
O coronel deu continuidade ao discurso dizendo:
- TÃO VENDO AÍ! ÓIA AQUI ÕTO QUI ELE AÇOITOU TOMBÉM!
Na segunda campanha, Totõe já bem baleado da idade, fez o palanque na carroceria do caminhão Zeca Bardal. O coronel já não discursava mais, ficava numa espreguiçadeira se balançando e bufando, enquanto um aluno do grupo escolar fazia o papel de assessor. O orador fez seu discurso exaltando as qualidades do candidato: Minha boa gente Lardaniana! O coronel Totõe é o cara! Foi esse homem que trouxe: A luz, a água, o calçamento, o grupo escolar, o posto de saúde e tudo que tem de bom aqui na Lardânia.
Um estudante que estava no meio da multidão gritou: Pois dê seu frezado ao coronel!
O assessor olhou para o coronel e perguntou: Coronel eu posso responder a altura?
O coronel balançou a cabeça afirmando e o assessor gritou: EU COMO, É O SEU E O DO CORONEL TOTÕE.
Piadas: De domínio público.
Texto, cenários e personagens imaginárias: De Mundim do Vale.

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