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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 30 de outubro de 2023

244 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Há cinqüenta anos, poucas residências possuíam em seu interior banheiros e, por conseguinte, vasos sanitários. As convenientes suítes eram praticamente desconhecidas naquela época, sobretudo em pequenas cidades do interior cearense, como Várzea-Alegre, onde ainda não havia, sequer, a cômoda água encanada.

O banheiro da casa da Rua Duque de Caxias, como em todas as outras residências, era localizado bem no fundo do quintal. Seu acesso era bastante difícil, principalmente à noite, pois no trajeto era necessário descer vários degraus de escada.

Rosa Amélia, irmã mais velha, durante o período noturno, após o dia de estafante trabalho, fazia suas necessidades em um penico. Logo pela manha, encarregava Antonio Ulisses, ainda menino, de jogar os dejetos na distante cintrina, sob a promessa de pagar-lhe alguns tostões.

Na época, Rosa Amélia, jovem e bonita, trabalhava no estabelecimento comercial de propriedade dos seus primos Toin e Joãozinho Costa, próximo da residência da Rua Duque de Caxias, onde atualmente funciona o Armazém Itaúna, de Fabiana Meneses Costa.

Antonio Ulisses, como não recebia o pagamento pela desagradável tarefa de transportar o penico e seu conteúdo para a retrete, ia para a porta do estabelecimento comercial de vendas de tecidos e, caminhando na calçada da loja, ameaçava sua irmã, falando:

Se não me pagar o que me prometeu eu digo.

Com isso, Rosa Amália, mocinha nova, nervosa e envergonhada, cheia de pudores, sabedora das peraltices e da coragem de seu mano, cuidava logo de quitar tal divida, sob pena de o irmão trazer a publico o melindroso episodio do penico.

Do Livro Conte essa, Conta aquela – Dr. Flavio Costa Cavalcante.


3 comentários:

  1. Quanto mais se lê sobre Antonio Ulisses, mais saudades se tem dele. Veja como os tempos mudaram, antes se pagava pelo sigilo absoluto da historia do penico,hoje o Flavin na jogou num livro e o Sanharol na internet, tudo em função da memoria do saudoso Antonio Ulisses. Um abraço na prezada amiga Rosa Amelia e um Ano Novo de Paz, saude, felicidades e harmonia para todos.

    A. Morais

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    1. Este tal de Ulisses, não valia o que levava no penico, mas era engraçado kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  2. Sou um eterno apaixonado por todas as histórias que dizem respeito a Várzea Alegre. Por onde já trabalhei todos conhecem a propaganda da nossa terra.....Pois da boca de um Varzealegrense este nome sempre é pronunciado rsrsr.Portanto neste momento queria desejar a todos que fazem parte do BLOG DO SANHAROL, um Ano novo cheio de realizações e que nunca esqueçam da SOLIDARIEDADE(AJUDA) aos mais carente.

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