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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uma estrela no céu - Padre Agnaldo José.

O Natal é tempo de alegria, luzes, sinos e confraternização. A esperança é renovada, a suadade, as vezes, chega ligeira. Quando olho para o céu, na madrugada, lembro de minha infância e de Alice, mãe de meu pai, minha avó muito querida. Nesta época do ano, eu a ajudava a montar o presépio. Com um sorisso leve e calmo, explicava-me cada detalhe das peças que o formavam.

Alice adorava contar historias pra gente. Não me esqueço de uma que me emocionou muito: A visita de Nossa Senhora a São Benedito no dia de Natal. Benedito estava na cozinha do convento em Palermo, Itália, pensando no que faria para o almoço dos padres. A refeição seria especial, era o dia do nascimento do menino Jesus.

De repente ele olhou as sua frente e viu Nossa Senhora, chegando com Jesus no colo. Ele ficou muito alegre. Pediu para Maria deixa-lo dar uma volta com o menino pelo jardim do convento. A jovem mãe colocou seu filho nos braços do santo. Benedito, então, acalentou o filho de Deus no colo e foi mostrando-lhe todas as belezas da cidade. O tempo foi passando sem que o santo percebesse. Quando olhou para o sol, ele já estava no meio dos céus. Benedito ficou desesperado. Era hora de servir almoço e ele não havia preparado nada. Voltou correndo para o convento. Para sua surpresa Nossa Senhora havia feito a refeição para os padres. Benedito entregou o menino à mãe. Ambos subiram para o céu.

Benedito colocou a comida na mesa. Não sobrou sequer um caroço de arroz. Depois que todos almoçaram, o reitor do convento chamou o cozinheiro e disse: Parabéns Benedito, você nunca fez um almoço tão gostoso como este. O Santo agradeceu, mas ficou bem quietinho. Afinal, se ele contasse o que havia acontecido ninguém acreditaria.

Cresci ouvindo historias de amor e de paz que brotavam dos lábios de minha avó. Em 2012, contudo, não poderei dar um abraço de feliz Natal em minha Alice. Em Junho, ela partiu deste mundo, com noventa e hum anos vividos com muita fé, trabalho e dedicação à família. Creio que ela esteja nos braços de Deus, brilhando tal qual uma estrela. Está aprendendo outras historias para me contar, quando estivermos juntos outra vez.

Padre Agnaldo José.


Um comentário:

  1. Como o padre Agnaldo Jose eu tambem cresci ouvindo as historias de minhas avós. Quantas historias bonitas, quantas fabulas, quanta saudade.

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