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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL

NOEL ROSA
Parte I

“O amor vem por princípio, a ordem por base
O progresso é que deve vir por fim
Desprezastes esta lei de Augusto Comte
E fostes ser feliz longe de mim”.
Positivismo, Noel Rosa, 1933.

Muito já se falou e se fala como igualmente se cantou e se canta Noel Rosa.
A atualidade de sua música se deve, a meu ver, pela expressividade das letras e seu perfeito encaixamento melódico, formando um todo bem arrumado, seja nas músicas de gozação, nas paródias ou nas de puro lirismo e seriedade. Tudo muito bem ao gosto do povo e aos ouvidos mais requintados.
Diz-se que a permanência por gerações ad eternum das músicas dos Beatles se deve ao estilo pop, letras simples e harmonia de fácil execução, embora prazerosa a todos os gostos. Em Noel é tudo isto e, por ser coisas nossas, o estilo é samba, ritmo culturalmente assimilado pelo povo.
Noel Rosa viveu pouco, mas viveu intensamente o universo musical de seu tempo. Suas raízes musicais vieram do Nordeste, com João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e demais músicos chegados à Capital Federal, nos começos da década de 1920.
Suas primeiras composições estão de acordo com essa premissa, e vamos encontrar o poeta da Vila criando emboladas, cateretês e outros ritmos sertanejos, tão em voga naqueles tempos de uma cidade com profundas feições rurais.
O samba havia assumido o status de música urbana, como resultado de uma mistura de ritmos que vinha se processando deste os fins do século 19, havia pouco tempo, e a área cultural de seu domínio ficava longe, mais para o centro da cidade.
Paulatinamente Noel vai palmilhando o caminho do samba e, para tanto, muito contribuiu o Bando de Tangarás, grupo do qual fez parte, formado por músicos de outros lugares do Rio, como Almirante (Henrique Foreis Domingues), Carlos Braga (Braguinha), Henrique Brito (inventor do violão elétrico), e outros.
A partir de 1908, até a década de 1930, vários grupos musicais vão alicerçar a MPB, agregando-a valores de todas as tendências, resultando num complexo cultural de corpo e alma bem brasileiros. Um dos mais antigos era os Oito Batutas, à frente o grande Pixinguinha e seu irmão; Os Turunas Pernambucanos (comandados por Jararaca e Ratinho); os Turunas da Mauricéia (a frente Augusto Calheiros), entre outros. Os grupos iram se refazendo e muitos músicos passaram por vários deles como Donga, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Caninha...
Em apenas 10 anos de total dedicação à música, à bebida, à boêmia e à falta de cuidados com sua saúde debilitada desde a infância, Noel constrói uma obra exemplar na História da Música Popular Brasileira.
Em Compositores do Brasil desta quinta, 28, no primeiro programa de uma série de três, vamos falar e ouvir Noel Rosa. No primeiro e no segundo apresentaremos suas canções e os motivos de sua inspiração; no terceiro, as músicas que ele fez para seus amores correspondidos ou não, os que lhe trouxeram alegria e sofrimento.
Abriremos a primeira sequencia com:
Minha viola – de Noel Rosa, com o Bando de Tangarás.
Nega, de Noel e João de Barro (Braguinha), com o Bando de Tangarás
Lataria – de Noel, Almirante, com o Bando de Tangarás
Com Que Roupa , de Noel Rosa, com Doris Monteiro
Malandro medroso, de Noel Rosa, com Roberto Paiava
Eu vou pra Vila, de Noel Rosa com Roberto Paiva
Gago Apaixonado - João Nogueira, de Noel Rosa
Cordiais saudações, de Noel Rosa, com Noel Rosa e o Bando de Tangarás
Até amanhã, de Noel Rosa, com Almirante
Vitória, de Noel Rosa, com Roberto Paiva
Cem mil Réis, de Noel Rosa e Vadico, Chico Buarque e Luiza Buarque
Qual foi o mal que eu te fiz, de Noel Rosa e Cartola, com Chico Alves
Positivismo, de Noel Rosa, com Noel Rosa
Filosofia, de Noel Rosa, com Chico Buarque

Quem ouvir, verá!

Programa Compositores do Brasil
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton
Todas as quintas-feiras, às 14 horas
Rádio Educadora do Cariri
Apoio. CCBN

9 comentários:

  1. Zé Nilton, por favor, quando você postar, coloque em destaque o link da Radio Educadora, ok?
    Obrigada

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  2. Querida Glória
    Desconheço o "linK" da Rádio Educadora. Qual é ?
    zn

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  3. Prof. Zenilton.

    Obrigado pela postagem do Grande Noel. Tentei agregar ao seu belo texto a musica "Ultimo Desejo" mas o video não foi aceito. A internet rejeitou.
    Parabens

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  4. Magnífico Futuro Reitor,

    Creio quem poderá nos passar essa informação: Sr. Dihelson Mendonça, Prof. Carlos Rafael e/ou Prof. Armando Rafael.
    É possível que a transmissão do Programa Compositores do Brasil seja através da Rádio Chapada do Araripe, aqui mesmo lincada nos Blogs Cariri.

    Grande abraço!

    Glória

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  5. Prof. Zé Nilton

    O link que me foi passado é este abaixo. Mas vale testá-lo antes da indicação. Sei que algum tempo atrás estava difícil o acesso. Com certeza o mestre Dihelson saberá informar a indicação para os interessados no neste bom programa.


    http://www.instrumentalbrasil.com/portaldocrato/vicelmo.htm

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  6. Repetindo:

    www.instrumentalbrasil.com/portaldocrato/vicelmo.htm

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  7. Obrigadão, querida Glória.
    Quanto a reitor, amiga, tô fora !

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  8. É isso aí, Glória:

    Zénilton teriam sido um excelente reitor, pois ele é muito prático e muito objetivo em tudo que faz.

    A comunidade acadêmica preferiu outro. Deu no que deu...

    Hoje só quem está ao lado do atual reitor é sua equipe, coincidentemente os que estão usufruindo das benesses do poder.

    Uma ressalva: os poucos que ainda restam, pois muitos - de tão decepcionados - deram um bye bye...

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  9. Este é o Armando que eu conheço !
    Armando...

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