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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Promessa em Canindé - Por Giovani Costa

No ano de 1963 , nós morávamos no Grupo, como era chamado a Escola Isolada do Inharé. Minha mãe estava grávida de Chico Antônio e meu pai, João de Pedrinho e Agripino inventaram de pagar uma promessa em Canindé, uma viagem a pé.

Meu pai dizia que a promessa dele era, em ação de graças, por não ter morrido na seca de 1958. Agripino, eu não o conheci, mas dizem que ele era gordo, tinha um bucho muito grande.

Certa dia, a noitinha, minha família recebe a visita de Raimundo de Chico Bitu, que ao chegar, encontra minha mãe chorando e ele perguntou o que estava acontecendo, o motivo daquele choro. Aí minha mãe disse pra ele:
É porque, Raimundo, faz 18 dias que Antônio foi essa viagem e ninguém tem uma notícia, a gente não sabe se aconteceu alguma coisa. Aí Raimundo tentou consolar minha mãe dizendo:
Chore não, Carmelita, que o que aconteceu foi Agripino que deu cria e João de Pedim foi a parteira e Antônio Leandro está cuidando da dieta.

Por Giovani Costa

3 comentários:

  1. Giovani.

    Uma viagem dessa a pé,

    era prova de muita fé.

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  2. Pois é, demorou 18 dias, seu João dizia que meu pai, que caminhava muito ligeiro, ia sempre na frente, quando eles chegavam em certo ponto já tinha feito almoço, café, etc, pois levavam mantimentos.Dizia mais, que quando o dia clareava, eles saiam, mas não andavam 10 metros juntos, meu pai já ia bem à frente

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  3. outro lance engraçado desta viagem, é que eles chegaram numa casa para pedir arrancho, onde estava acontecendo uma festa, tinhan matado um boi, mas só tinha mungunzá, aí dizia Seu joão que meu pai não teve cerimônia, ele e Agripino comeram mungunzá, mas pai falou para o anfitrião: tá muito bom só que eu não como mungunzá, só quero se for arroz. Tiveram que fazer arroz. Pense num hóspede educado.

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