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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

308 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Mundim do Sapo e José Bitu Filho eram primos e cunhados. Mundim era casado com Ana Feitosa Bitu irmã de José Bitu Filho.

Ambos possuíam fazendas nos Inhamuís. Certa feita, retornavam para Várzea-Alegre, no lombo de animais e aconteceu a proeza que se segue.

José Bitu era muito cordato, conselheiro, amigo. Nada de valentia. Muitos o chamavam de medroso. No que  estava muito certo.

Na volta, entre os municípios de Aiuaba e Saboeiro foram acompanhados por um sujeito mal encarado, indumentária de cangaceiro, chapéu de couro quebrado na testa, com quatro estrelas a mais do que tinha o de Lampião, revolver 38 por fora da roupa,  uma cartucheira que parecia ser de uma metralhadora, montado numa burra muito troteira e arisca.

Vez por outra a burra se assombrava com alguma coisa e o caboclo falava : eu não sei onde estou que não dou um tiro na nuca dessa burra. E o medo de José Bitu aumentando.

Numa bodega, dessas de beira da estrada, o homem os convidou para uma bebida. Os amigos agradeceram e seguiram viagem. Quando já estavam com um km de distância José Bitu olhou para traz e não vendo ninguém, virou-se para Mundim do Sapo e disse: “ Valentim ”!

Daí por diante a burra de José Bitu comeu fogo, tirou num galope até o Sanharol, tamanho era o medo.

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7 comentários:

  1. Prezados amigos Feitozinha e Jose Bitu Moreno.

    Historias pequenas, engraçadas, vividas que estão resgatadas no Blog e preservadas para posteridade. De Jose Bitu existem outras que reprisarei posteriormente. Caso desejem fazer a postagem de qualquer texto enviem para o email (moraisenair@hotmail.com) farei a postagem com todo prazer.

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  2. Não nega ser irmão de Raimundo Bitu, meu pai. Certa madrugada um ladrão estava roubando as galhinhas de casa e minha mãe acordou o meu pai e disse: RAIMUNDO!!!!!!!!!, Estão roubando as galinhas e ai levanta e age!!, Deixa de molo homem!!!!!!!.Meu pai com aquele gesto de medo e descontração disse: Cotinha!!!!!!!!!, Eu prefiro que ele leve as galinhas e me deixe em paz.
    Grande figura o meu tio, muito pacato e de uma personalidade forte. Tenho muito pouca lembrança dele, mas meu pai passou-me bons exemplos dele e seus filhos, netos e amigos estão vivos para comprovação dos fatos e prestígios galgados por esse cidadão.

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  3. Prezado João Bitu.

    Amanha estarei postando um texto do Dr. Jose Bitu Moreno. Uma cronica digna de ser lida por todos os amigos e familiares. A foto que postarei para ilustrar é uma peça historica. Quem acessar verá.

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  4. Prezado João.
    O meu primo e afilhado Helmano, que voce conhece bem, ouviu um barulho pras bandas do puleiro. Foi verificar quem era, levava uma banda de tijolo numa mão e um 38 na outra. Perguntado a razão das armas respondeu: se fosse alguem eu atirava primeiro a banda de tijolo, se ele viesse em minha direção eu mostrava o 38, e, se ele insistisse perna pra que te quero.

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  5. Morais fiz uma ligeira análise da coragem dos três e cheguei a seguinte conclusão:

    São realmente medrosos
    Raimundo e Ze Bitu,
    Elmano que ser valente
    Diz, ser do Caipu.
    Juntando os três personagens,
    Do medo sobem num mandacaru.

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  6. Eu também sei algumas de SR. Zé Bitu, homem digno d egrande admiração, faleceu um ano antes do meu nascimento, mas minha Mãe elogia muito este cidadão, primo do meu pai, que deixou como herança uma grande família, que até os bisnetos saõ admiráveis, pela simplicidade, honestidade e gosto de servir aos mais humildes.
    Depois postarei algumas que Vicente Santiago, que o acompanhou muito para o sInhamuns, tem passado para nós. Abraços!

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  7. MUNDIN do SAPO, ex-dono do Sítio Maniçoba, foi nosso grande vizinho!
    Na década de 60, adorávamos as suas visitas, quando em voz alta e forte, risada marcante, contava suas histórias e casos, dando notícias de toda região com uma sequência lógica que prendia a atenção de todos!
    Era um amigão do meu pai !!

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