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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Duas Palavras - Por J. Ferreira.

Pouco importa sejam estas “duas palavras” duzentas ou trezentas. Valem por uma explicação, e o que intelectuais chamariam de prefacio, coisa que, etimologicamente, aparece antes de se fazer, mas normalmente – em livros – se faz, depois de tudo escrito. Dispenso esse tal prefacio, via de regra, encomenda encomiosa, nem sempre verdadeira ou sincera. Vamos, mesmo, sem prefacio, posfácio ou Bonifácio.
Quase tomei emprestado ao Dalai Lana – autor de Tibete – minha terra e o meu povo – o titulo para o presente modesto trabalho. Não o fiz por julgar a palavra povo muito ampla, geral; enquanto gente é menos abrangente - desculpe a rima! Não pretendi, igualmente, como Alex Haley – autor de Raízes, mergulhar, o mais profundo, no poço em que foi buscar, na longínqua e sofredora África, suas negras e escravas origens. Minha direção, felizmente, foi outra: a brava e valorosa raça portuguesa que colonizou nossas terras, espalhando-se por todos seus distantes rincões.
Alimentou-me um desejo: no estudo de uma genealogia muito extensa, saber o galho em que nos situamos eu e ”os de casa”. Para mim, árvore genealógica – comparando mal – é como um grosso e chafurdado novela de lã: fios de todos os matizes, espessuras e tamanhos num bloco único. Procurei ser pratico: ir, diretamente, do ponto ou ramo conhecido por tronco, até as folhas mais vicejantes e novas. Para isto, sempre foi a reta o caminho mais curto entre dois pontos, conceito ainda valido, apesar dos progressos da tecnologia. Em bom português, procurei desembaraçar o grande novelo, tendo à mão a ponta de linha do meu particular interesse. De quebra... Fazer um dialogo – de mim comigo! Como diria o candidato a deputado, que falando as massas, proclamou: comigo ou semigo!.. e foi eleito para a Assembleia de Deus!
Não espere assim. O grosso de um tratado de patologia clínica, o indigesto de uma tábua de logaritmos! A poucos – minha gente, somente – interessa a leitura. E... pouco? Como Benito Mussolini – já expliquei – não escrevo para estranhos. Não inventei fatos, não criei lendas, não pretendi fazer historia. Limitei-me a passar à palavra escrita as narrações ouvidas e cuidadosamente armazenadas dos meus assessores técnicos. Nada de floreios, metáforas, filigranas, literatice. Se, aqui ou ali, algo parecer humor sem gesto ou sem graça... que me perdoem os sisudos e circunspectos: é o meu jeitão de contar minhas coisas, bater meu papo. Não o posso modificar, nem o faria, para lhe ser agradável. Como disse Napoleão, naquela noite de amores com Cleópatra... Qu’est ce que c’est donc qu’on va faire?
Se você não gostar, paciência! Azar seu, culpa do governo!
Dr. Jose ferreira.

Um comentário:

  1. Dr. J. Ferreira.

    Pagina de abertura do excelente livro do varzealegrense Jose Correia Ferreia, conceituado medico e escritor. Voltaremos com algumas passagens interessantes do Livro que trata de diversos aspectos da veve rajalegrense. Muito bom.

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