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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 4 de julho de 2010

Formigas e formigueiros - Por Xico Bizerra.

Não pisou na grama. Nunca, por questão de princípios, pisava na grama. Fazê-lo seria uma atitude agressiva e desrespeitosa para com a natureza. Foi assim que aprendeu com seus pais e, depois, na escola. Pisando, a grama morre. Além do mais, escondidas sob a grama poderiam estar formigas, a trabalho ou a passeio. Muitas formigas. Do mesmo jeito que nas calçadas estão pessoas, a trabalho ou a passeio. Muitas pessoas. Um formigueiro humano. Naquele dia nublado, chegou cedo ao trabalho e pendurou seu guarda-chuva no cabide para esse fim destinado. Percebeu que o sapato do chefe estava sujo de lama: viam-se pedacinhos de grama no solado, quando ele cruzou as pernas.
Xico Bizerra.

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