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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 21 de julho de 2010

GRAN CIRCO VAZANTE - Por Mundim do Vale

Toda vez que vinha um circo a Várzea Alegre a meninada da vazante assistia os espetáculos e quando circo saía pra outra cidade, deixava aquela tristeza na garotada.
Assim aconteceu no ano de 1.957 , quando o circo Estrela Brasil passou uma temporada em V. Alegre. Na despedida do circo nós ficamos com aquela saudade, mas meu primo Nilo Piau falou que a Vazante ia criar seu próprio circo com os artista locais.
Na primeira reunião para criação do circo, onde foi aprovado o nome, Nilo desenvolveu a ficha artística, que ficou assim:
Nilo Piau- Diretor e ator dramático.
Severino Vieira- Palhaço Futrica.
Antônio de Maria Carlos- Macaco Chico.
Paulo Piau- Trapezista Italiano com o nome artístico de Paul Berninazi.
Joaquim De Vicente Piau- Trapezista Japonês com o nome artístico de Kas Ku Dô.
Terminada a reunião ficou marcada a estréia para o sábado pela manhã e o local ficou definido no Riacho do Feijão, que estava seco e tinha bastante areia para amortecer a eventual queda de algum dos artistas. O palhaço Futrica já saiu com um funil na boca anunciando o espetáculo na Vazante e na Lagoa do Arroz.
No dia da estréia o diretor saudou o público que não era mais do que os próprios artistas e anunciou o número do trapézio pelo voador japonês Kas Ku Dô.
O trapézio pendurado numa galha de pau darco. As duas barreiras do riacho serviriam como plataformas para os trapezistas.
O palhaço Futrica pegou no trapézio que estava Kas Ku Dô e gritou:
- Uma, duas, três, três, três e meia já! Tá Vogando negrada!
O trapézio passou direto da plataforma e o trapezista foi cair logo por cima de uns pés de rebenta boi, depois tentou o equilíbrio e bateu com a cabeça numa galha de jurema onde tinha um boca torta. . As abelhas se arrancharam todas na cara do trapezista que de louro que era, ficou preto.
Nilo pegou umas galhas de mofumbo, bateu tanto na cara do voador japonês, que quando as abelhas saíram, o artista estava tão intoxicado que os olhos não abriam.
Joaquim começou a gritar dizendo que estava cego o que fez com que tio Vicente que morava perto, viesse até o circo para ver o que estava acontecendo.
Chegando ao local, perguntou ao diretor o que tinha acontecido. Nilo respondeu:
- Foi Kas Ku Dô que passou da plataforma e foi bater logo num boca torta.
- Apois foi bem impregado. Se ele tivesse ido queimar as coivaras do lombo da cajazeira, que nem eu tinha mandado, não tinha abelha no mundo que se arranchasse na cara dele.

2 comentários:

  1. Mundim.

    No Sanharol era proposito dos meninos arremedar. Tudo que os adultos fizessem, fosse reizado, penitentes, carvalhadas etc os meninos faziam do seu jeito inocente. O Cascudo tem historias pra mais de mil.

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  2. rapaz essa história é muito boa adorei, agora o nome desse japonês é hilário demais kaus ku dô, arrasou essa históra aposta que essa japonê era cascudo

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