Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 31 de agosto de 2010

PERVERSO EGOISMO - Por Mundim do Vale

O ciúme é o egoísmo
De quem não detém a posse,
É a queda no abismo
E a separação precoce.
O egoísta é ciumento,
Agressivo e violento
Vive de cara fechada.
É grosseira a sua voz,
Só pensa no venha nós
E ao Vosso Reino nada.

O egoísta é irado
Invejoso e possessivo,
Estando contrariado
Chega a ficar vingativo.
Se falhar o seu intento,
Também fica violento
Em função do seu fracasso.
É gente sem coração,
Que não conhece o perdão
Porque tem nervos de aço.

A calúnia é o egoísmo
Em regozijo avançado,
É ausência de humanismo
Nesse mundo alienado.
O egoísmo criminoso,
É o conceito mais maldoso
Que o homem já inventou.
É uma ação parasita,
A tutela mais maldita
Para alguém que adotou.

Egoísmo é a vingança
De quem já enlouqueceu,
A mais maldita herança
Daquele que recebeu.
É coisa de quem não sabe,
O valor da irmandade
E o bem de uma boa ação.
Não conhece a lei divina,
Desconhece a disciplina
E rejeita a união.

Egoísta é um ladrão
Que toma posse indevida,
Chega a matar um irmão
Tirando os bens e a vida.
Reclama do que não tem,
Não ajuda a mais ninguém
E nem pensa nos cristãos.
Num domínio egoísta
De força utilitarista
PILATOS LAVOU AS MÃOS.

Raimundim Piau
16/10/96.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Onde chegou o Brasil - Por A. Morais

Que você não perca o seu valioso tempo vendo este video. Porém, se voce quiser saber onde o Brasil foi parar politicamente baixe o video e confira.

Revelação - Por A. Morais

Dra Ana Micaely, Padre Antonio Maria e o Dr. Menezes Filho.
O padre Antonio Maria está em Varzea-Alegre participando dos festejos a São Raimundo Nonato. Recebeu a visita do distinto casal Dr. Menezes Filho e Dra Ana Micaely. Levaram-no como lembrança uma especialidade da nossa terra, uma rede. Ao abrir o pacote, o sacerdote agradeceu e fez esta revelação, motivo de tamanha gargalhada: eu sou apaixonado pelo Palmeiras. Nem precisa falar que a rede era verde!

domingo, 29 de agosto de 2010

RAQUEL E CANUTA - Por Mundim do Vale

A saudade é uma visita
Que já chega se apossando,
No peito da gente fica
E o passado vai lembrando.
Faz ligação com a mente,
Mexe com tudo da gente
Regride até o pensar.
Mas é tudo só lembrança
Não existe a esperança
Do bom passado voltar.

Hoje com muita saudade
Lembrei de minhas madrinhas,
Que tenho a felicidade
De ter nas lembranças minhas.
Lembrei da boa conduta,
Daquela santa Canuta
Com a doçura do mel.
Tenho na lembrança minha,
A paciência que tinha
Minha madrinha Raquel.

Canuta tão miudinha
Que até se misturava,
Com uns irmãos que eu tinha
Mas a gente respeitava.
Pequena na estrutura,
Porém grande na ternura
Era como mãe pra nós.
Eu tenho tanta saudade,
Que pra dizer a verdade
Ainda ouço a sua voz.

Reunia a meninada
Com aquele jeito bondoso,
Contava conto de fada
E história de trancoso.
Depois pegava o rosário,
Em frente do santuário
Pra fazer sua oração.
E quando chegava a hora,
De Canuta ir embora
Era grande a confusão.

Raquel era no fogão
Tinha maior o seu fardo,
Tratava com devoção
A minha mãe de resguardo.
Fazia espécie e licor,
Com o tempero do amor
Que só mesmo ela fazia.
Quando terminava a luta,
Se juntava com Canuta
Pra fazer nossa alegria.

Era preta a sua cor
Assim como a escuridão,
Mas era claro o amor
Que vinha do coração.
Na sua face enrugada,
Se via os traços da estrada
Que andou em sua vida.
Na estrada que viajou,
Acho que no céu chegou
Madrinha Raquel querida.

E se madrinha Raquel
Ainda vive cozinhando,
Aqueles santos do céu
Com certeza estão gostando.
Mas se lá no firmamento,
Não precisar de alimento
Ela muda a profissão.
Vai rezar “ Ave Maria “
Ajudar na sacristia
Na hora da comunhão.

Dois corações que nasceram
Para plantar harmonia,
Duas santa que viveram
Semeando a alegria.
Mas Deus uniu nas alturas,
Essas duas criaturas
Deixando só a saudade.
Quem sabe foram ajudar,
A Jesus Cristo educar
Os anjos da eternidade.

Se um dia eu chegar no céu
E Jesus não se importar,
Vou ver madrinha Raquel
E a ele vou perguntar,
Se no céu também tem luta,
Por anda Canuta,
Se seguiu outros caminhos.
Onde está contando história
Se é no Reino da Glória
Para os santos e os anjinhos.

Se as duas eu encontrar
Vou dar notícias daqui,
Mas também vou perguntar
Se mamãe está ali.
Pois de tão grande amizade,
Ficou tanta da saudade
Que mamãe também morreu.
Vou pedir a Deus do céu,
Para que junte Raquel,
Canuta, mamãe eu.

Mundim do Vale
22/10/96.

sábado, 28 de agosto de 2010

Padre Corajoso.

Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas…
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada! Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas.
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte. Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quarteis, onde os pequenos são constrangidos e torturados. Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento. É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças; das misérias e sofrimentos dos pequenos; dos pobres e dos menos favorecidos”.

Frade Demetrius dos Santos Silva.

Fonte: FOLHA de SÃO PAULO.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Frase do dia

"Vai inchar muito e doer tambem".

Borginho.

Historia

Num jogo de fotebol, na quadra do Ginasio São Raimundo, Raimundo de Borginho se desentendeu com Chico Piau. Foram a cima, foram a baixo e quando foram separados Chico havia dado um cocorote tão condenado em Raimundo que um dos olhos estava duas vezes maior do que o outro. Quando Borginho viu a situação perguntou: o que foi isso Reirimundo? Raimundo respondeu, foi um murro que Chico Piau deu em mim, mas, isso não vai ficar assim! Borginho, então arrematou: vai mesmo não, vai inchar mais um pouco e doer tambem.

Poema do Paulo Viana.

"Queria poder decifrar teus gestos
Lendo as intenções da tua alma
Para dominar teus segredos
Para conhecer teus medos
Apossar-me de ti, de forma amável
Sem que desprendam as pétalas
Que compõem teu jeito de ser
Quando sorris, o faz para o mundo
Quando pensas, os olhos brilham
Como se os pensamentos fossem luzes
Quando lágrimas te caem
É como se deslizassem a essência da sinceridade
Queria conhecer-te por inteira
Vislumbrar teus sonhos
Medir tua alegria e desfazer tua tristeza
Queria, por fim, te encantar com meus mais secretos sorrisos."

Paulo Viana

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Geraldo Teté - Personagem Prestimosa.

Dedico esta postagem ao meu amigo e ex-colega do Educandario Santa Ines da Saudosa professora Elisa Gomes Correia, Paulinho de Chico Francisco. Baixe o video e diga se já viu coisa igual.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

UM CABRA BOM DE RECADO - Por Mundim do Vale

No domingo de carnaval do ano de 1963, Pedro Souza, Josimar Vieira, Munda Mariano e mais alguns agricultores do Roçado de Dentro, formaram um pequeno bloco de carnaval e vieram até a cidade. Aquele rítimo contagiante, fez com que toda a população cantasse “ Pó de mico “ com o bloco. Na segunda feira o pessoal ficou na expectativa do retorno do bloco, mas não aconteceu, a conversa na cidade era que os componentes haviam dito que o bloco não iria mais descer. Na terça feira eu passava em frente ao consultório do Dr. José Colares, que era o diretor do Recreio Social e clínico geral na nossa cidade. E o bom médico me chamou e falou:
- Raimundinho. Eu queria que você fizesse o favor de ir até o Roçado de Dentro e dizer a Pedro Souza, que eu mandei pedir para ele juntar o pessoal e descer com o bloco. Um pedido daquele médico era como uma intimação tanto para o bloco como para o pequeno portador do recado. Arranjei uma bicicleta emprestada e parti numa velocidade de fazer inveja ao Airton Sena. Tão grande era a velocidade, que quando o pneu traseiro passava na Varjota eu já via o dianteiro passando no Riacho da Formiga.
Depois que eu passei da casa de Antônio do Sapo, fiquei sabendo que ele tinha dito:
- Raimundo Piau só pode é tá levando uma notícia ruim para Liêda. Ele passou aqui tão ligeiro que a garupa ia quase colada no pneu da frente.
Quando fui chegando na casa de Pedro, Liêda estava na porta do oitão e me vendo cansado falou assustada:
- O que foi que aconteceu Nanum?
- Foi nada não.
- Foi sim. Diga logo que eu estou preparada.
- Foi nada não. Foi só porque mandaram um recado para Pedro descer com o bloco.
- Pois eu digo que ele não vai.
- Pois eu digo que ele vai. Porque quem mandou o recado foi Dr. Colares.
- Sendo assim, eu acho que ele vai.
- E onde é que ele tá?
- Tá limpando arroz ali na baixa de Bárbara.
Eu fui até a roça, quando passei o recado, Pedro já foi logo dizendo para os outros:
- Meninos. Nós não podemos faltar a Dr. Colares não.
Foi quando eu Disse:
- Pois é. E ele tá preparando uma recepção para vocês, de frente a casa de Dona Balbina.
Aqueles músicos que de tão simples, chegavam também a serem tímidos, superaram as limitações e compareceram fazendo naquele dia um alicerce, para o que seria no futuro a grande ESURD. Que hoje junta a MIS, fazem o melhor carnaval da região.
O o cabra do recado, ficou muito feliz por ter contribuído de uma forma significante, para a história carnavalesca e cultural da terra de São Raimundo.

Dedico esse conto a:
ESURD
MIS
LIÊDA SOUZA
BANDA ZABUMBANDO
E AOS FOLIÕES VARZEALEGRENSES.
Mundim do Vale.

COMPOSITORES DO BRASIL


“Quaisquer que sejam as novas
Direções de nossa música nova,
Não nos esqueçamos da lição de João’

(Augusto de Campos, em 1966

JOÃO GILBERTO

Por Zé Nilton

Outro dia feito aluno aplicado grudei os olhos e ouvidos na entrevista de Gilberto Gil ao programa de Bia Correia do Lago, na TV. Futura. O antigo/novo compositor baiano nos ensinava sobre as profundezas dos interiores das músicas, dos ritmos, das músicas e de suas histórias nas festas do Sertão. É isso mesmo: ensinava. Gil quando fala ensina tão didática é sua explanação. Tão coerente é seu pensamento e sua metodologia no trato da questão. Ou das questões.

Quando discorreu sobre ritmo (acho eu que é o único diferencial do conjunto da arte musical, embora hoje não nos atentemos pra isso), disse que a batida do baião vem de bem longe. Lá das arábias? De tão longe assim? Bem, do Nordeste parece não ser, assegurou o professor.

Mas, sustentou o mestre, o Nordeste recebeu, torneou, dilapidou e embalou pelos quatro cantos do mundo a “nova dança” como se fora gerada em suas entranhas. Dizendo mais sobre, jogou a prova invocando o grandessíssimo nordestino João Gilberto para clarificar sua tese. Assegurou que o criador da batida bossanovista influenciadora e influenciada pelo jazz muito bebeu no compasso do velho baião. E reveladoramente nos mostra a prova, citando a música de autoria de João Gilberto, Bim-Bom, e eu digo, também, a gravadísima O-ba-la-lá, e até a interminável Indiú, como carregada de citações do famoso ritmo universalizado por Luiz Gonzaga.

Gil, sempre com boca de picolé, falou, falou, falou do que sabe, e sabe tudo...

Em seguida retorno uma chamada do professor/poeta/músico Carlos Rafael. Dizia-se mergulhado naquela letárgica tarde de domingo nos embalos sussurrantes das músicas de João Gilberto. Rafael adora as excentricidades de João Gilberto Prado Pereira de Oliveira, nascido no sertão baiano de Juazeiro, aos de 10 de junho de 1931.

- Você devia falar das músicas do João no Compositores do Brasil.

- Claro, mas o homem, como compositor, produziu pouco.

Aí fomos lembrando. Chegamos a sete músicas compostas pelo gênio.

João Gilberto é talento na música. Gostar da sua musicalidade é gostar de viver o silêncio do que poderia ter sido dito e que não foi. Na sua música tudo é silencio. Música é silencio. E silencio se ouve com a frouxidão de todos os sentidos.

Nesta quinta-feira no Compositores do Brasil vamos ouvir o silêncio musical de João Gilberto, como compositor. Desta feita o descobridor de tesouros da Música Popular Brasileira nos deliciará em sete músicas de suas criações, por obra e graça de indiretas e diretas provocações de Gil e de Rafael. Não sustento que João Gilberto teria ficado somente em sete composições. Com o João tudo é meio estrambótico, coisas de gênio.

Na sequencia, com João Gilberto, de sua autoria:

ACAPULCO;
HO-BA-LÁLÁ;
JOÂO MARCELO;
COMO SÃO LINDOS OS YOUGUIS (Bebel)
BIM-BOM;
INDIÚ,
UM ABRAÇO NO BONFÁ.

Quem ouvir verá!

Programa compositores do Brasil
Rádio Educadora do Cariri
Na web: www.radioeducadoradocariri.com)
Acesse: www.blogdocrato.com
Todas às quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Produção, pesquisa e apresentação de Zé Nilton





Voce já viu alguem fazer isto? - Por A. Morais

Em meados da década de 1950 do século passado, as atrações da festa de São Raimundo eram as novenas e a Banda de musica. Praticamente não existia festa social, a festa se resumia a parte religiosa. Hoje é pouco reza e muito social misturado com política e coisas mais. Naquela época, nós descíamos do Sanharol e esperamos a banda se perfilar na casa de Mestre Antonio e seguíamos até a igreja. Em lá chegando, ouvíamos alguns dobrados, as ladainhas e no final da novena voltávamos novamente acompanhando a banda. Ao todo eram de 18 a 20 musicos. Posso afirmar sem a menor hipótese de errar, os músicos não faziam o tarrabufado que Amadeu e Geraldo Teté fazem neste vídeo sem instrumento algum.

Dedicado aos amigos Luiz Lisboa e Francisco Gonçalves de Oliveira.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

QUANTO PAGOU NA DÚZIA - Por Mundim do Vale

Certa vez Chagas Taveira combinou com Dorrim de Doca Dutra para furtarem umas laranjas na laranjeira da casa de Raimundo Beca. O plano foi feito assim: Chagas entrava e Dorrim ficava no pé da cerca, para que Maria beca não notasse. De cima da laranjeira Chagas jogava as frutas e Dorrim juntava num saco de estopa.
E assim tentaram fazer. Chagas chegou para Maria e falou:
- Dona Maria, dêxe eu me assubí no pé de Laranja, prumode tirar umas fôia pra mãe fazer um chá, qui ela tá cum dor de barriga e caganêra.
Maria disse:
- Tá certo mais num tem pricisão de subi não. Do chão mermo dá pra tirar.
- Mais Dona Maria, pra fazer chá, é mais mió daquelas qui tão no ôi.
- Apois tá bom, mais num bula nas laranja não, viu?
Chagas entrou, foi logo subindo na laranjeira e tome laranja caindo e tome Dorrim aparando. Da janela onde Maria ficou catando o arroz, não dava pra ver nenhum dos dois.
Os dois na ânsia de furtar as frutas, não notaram que Raimundo Beca vinha chegando da feira. Quando Raimundo viu aquela festa, foi chegando por trás e põs a mão aberta no ombro de Dorrim e perguntou: - Quanto pagou na dúzia?
Chagas pulou e fez carreira por dentro das terra de Zé Raimundo, que o rabo foi um reio. Raimundo Beca inventou de olhar pra ver se conhecia o ladrão que correu, mas descuidou-se e o que estava imobilizado escapou.
Daí pra frente houve uma seção de palavrões e as mães dos garotos, ganharam um bocado de adjetivos sem ser qualificativo.
No dia seguinte logo pela manhã, Raimundo já mais calmo, saiu passeando com Maria e passando debaixo da laranjeira, encontrou uma sacola de plástico cheia de folhas de laranjas. Era o truque de Chagas para sair pela porta da frente. Com aquele achado a raiva de Raimundo voltou mais forte e ele falou para Maria:
- Ou Maria!
- OI.
- Adonde era qui tu tava qui num viu aquela arrumação de onte?
- Eu tava catando arroz cum a cabeça baxa.
- E tu sabe pelo meno quem é o pai daqueles cão?
- Sei, o qui tava inriba da laranjeira era Chaga de Jorge Taveira e o qui tava dibacho catando era Dorrim de Doca Dutra.
- E Cuma é qui tu sabe. Se tu tava cum a cabeça baxa?
Foi porque Raimundo Piau passou aqui onte de noite e eu paguei cinco laranja pra ele me dizer.
- Apois eu num cunfí não. Raimundo Piau é um cão também. Eu acho que ele tava era de parêa cum os oto, pra dispois parti o rôbo. Pegue essas fôia e faça logo um chá, porque se eu pegar um desses caba, ele é quem vai ficar cum caganêra.

AMOR COM AMOR SE PAGA – Por Vicente Almeida

Repasso a mensagem a seguir a todos os seguidores do Blog.

Vejo em cada mensagem deste tipo, um atendimento ao pedido de Cristo “Ide e evangelizai o Mundo”.
Sim, poderemos evangelizar, repassando conteúdos dignos de meditação.

O PÃO DE CRISTO.

LEIA EM SILÊNCIO E MEDITE. É MUITO CURTO E VERDADEIRO.

O que se segue é um relato verídico sobre um homem chamado Victor.

Depois de meses sem encontrar trabalho, viu-se obrigado a recorrer à mendicância para sobreviver, coisa que o entristecia e envergonhava muito.

Numa tarde fria de inverno, encontrava-se nas imediações de um clube social, quando viu chegar um casal.

Victor lhe pediu algumas moedas para poder comprar algo para comer.
-Sinto muito, amigo, mas não tenho trocado- disse ele...
Sua esposa, ouvindo a conversa perguntou:
-Que queria o pobre homem?
-Dinheiro para comer. Disse que tinha fome - respondeu o marido.
- Lorenzo, não podemos entrar e comer uma comida farta que não necessitamos e deixar um homem faminto aqui fora!
-Hoje em dia há um mendigo em cada esquina! Aposto que quer dinheiro para beber!
-Tenho uns trocados comigo. Vou dar-lhe alguma coisa!
Mesmo de costas para eles, Victor ouviu tudo que disseram.
Envergonhado, queria se afastar depressa correndo dali, mas neste momento ouviu a amável voz da mulher que dizia:

- Aqui tens algumas moedas.
Consiga algo de comer, ainda que a situação esteja difícil, não perca a esperança.
Em algum lugar existe um lugar de trabalho para você. Espero que encontre.
-Obrigado, senhora. Muito obrigado!
Acabo de sentir-me melhor e capaz de começar de novo...
A senhora me ajudou a recobrar o ânimo!
Jamais esquecerei sua gentileza.

-Você estará comendo O Pão de Cristo! Partilhe-o - Disse ela com um largo sorriso dirigido mais a um homem que a um mendigo.

Victor sentiu como se uma descarga elétrica lhe percorresse o corpo. Encontrou um lugar barato para se alimentar um pouco.

Gastou a metade do que havia ganhado e resolveu guardar o que sobrara para o outro dia, comeria 'O Pão de Cristo' dois dias.

Uma vez mais aquela descarga elétrica corria por seu interior: "O PÃO DE CRISTO!"

-Um momento! - Pensou.
Não posso guardar o pão de Cristo somente para mim mesmo.
Parecia-lhe escutar o eco de um velho hino que tinha aprendido na escola dominical. Neste momento, passou a seu lado um velhinho.
-Quem sabe, este pobre homem tenha fome, pensou -.
Tenho que partilhar o Pão de Cristo.
- Ouça-exclamou Victor-. Gostaria de entrar e comer uma boa comida?
O velho se voltou e encarou-o sem acreditar.
- Você fala sério, amigo?
O homem não acreditava em tamanha sorte, até que estivesse sentado em uma mesa coberta, com uma toalha e com um belo prato de comida quente na frente.
Durante a ceia, Victor notou que o homem envolvia um pedaço de pão em sua sacola de papel.
- Está guardando um pouco para amanhã? Perguntou.
- Não, não. É que tem um menininho - um pequeno jornaleiro - que conheço onde costumo freqüentar que tem passado mal ultimamente e estava chorando quando o deixei. Tinha muita fome... Vou levar-lhe este pão.

- O Pão de Cristo! Recordou novamente as palavras da mulher e teve a estranha sensação de que havia um terceiro convidado sentado naquela mesa.
Ao longe os sinos da igreja pareciam entoar o velho hino que havia soado antes em sua cabeça.
Os dois homens levaram o pão ao menino faminto que começou a engoli-lo com alegria.
De repente, se deteve e chamou um cachorrinho.
Um cachorrinho pequeno e assustado.
- Tome cachorrinho. Dou-te a metade - disse o menino.
O Pão de Cristo alcançará também você.

O pequeno tinha mudado de semblante... Pôs-se de pé e começou a vender o jornal com alegria.
- Até logo! Disse Victor ao velho. Em algum lugar haverá um emprego.
Não desespere!

- Sabe? -sua voz se tornou em um sussurro. - Isto que comemos é O Pão de Cristo. Uma senhora me disse quando me deu aquelas moedas para comprá-lo. O futuro nos presenteará com algo muito bom!

Ao se afastar, Vitor reparou o cachorrinho que lhe acompanhava e farejava a sua perna.
Agachou-se para acariciá-lo e descobriu que tinha uma coleira onde estava gravado o nome e endereço de seu dono.

Victor caminhou um bom pedaço até a casa do dono do cachorro e bateu na porta.
Ao sair e ver que havia sido encontrado seu cachorro, o homem ficou contentíssimo, e logo sua expressão se tornou séria.

Estava por repreender Victor, que certamente lhe havia roubado o cachorro, mas não o fez, pois Victor mostrava no rosto um ar de dignidade que o deteve. Disse então:
- No jornal de ontem, ofereci uma boa recompensa pelo resgate.
Tome!! Victor olhou o dinheiro meio espantado e disse:
- Não posso aceitar Senhor! Somente queria fazer um bem ao cachorrinho.
- Pegue-o! Para mim, o que você fez vale muito mais que isto!

Você precisa de um emprego?
Venha ao meu escritório amanhã. Faz-me muita falta uma pessoa íntegra como você.

Ao voltar pela avenida aquele velho hino que recordava sua infância, voltou a soar em sua alma. Chamava-se 'PARTE O PÃO DA VIDA'.

'Não o canseis de dar, mas não dês as sobras, dai com o coração, mesmo que doa'.

Que o senhor nos conceda a graça de tomar nossa cruz e segui-lo, mesmo que doa!

PARABÉNS KLÉBIA FIÚZA - Por Munim do Vale

Klébia tá em Portugal
E vem bater no Brasil
Sem ser no mês de abril
Como um tempo fez Cabral.
Mas foi um passo legal
Para no fim do caminho,
Receber muito carinho
Comendo um baião de dois.
E eu daqui digo: - Pois.Pois!
Abraço do Raimundinho.

Magnólia me dizia
Baseada em zum-zum-zum,
Que não é no trinta e um
Que Klébia aniversaria.
Vinte e quatro foi o dia
Que a garota veio ao mundo.
Vou perguntar a Osmundo
Qual é o dia de fato,
Ou se é, mais um boato
Da terra de São Raimundo.

A festa tá animada
Desde o dia vinte e um,
Vai até o trinta e um
Quando será encerrada.
A salva da madrugada,
Vem tocando com harmonia,
Transmitindo a alegria,
Pra menina quase lusa.
Parabés Klébia Fiúza
Seja qual for, o seu dia.

Grande abraço, hoje e dia 31.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O CRATENSE XICO BIZERRA RECEBE O TITULO DE CIDADÃO RECIFENSE - Por Stela Siebra Brito

Xico Bizerra, como muitos caririenses, desapeou um dia no Recife, respirou o ar da terra do poeta Manuel Bandeira, gostou, e foi ficando por aqui.
Passou-se o tempo, aí um dia Xico toca a tirar do matulão um monte de composições, arregimenta artistas, cantores e sanfoneiros, lança o primeiro CD Forroboxote. Depois vieram muitos outros CD´s, com músicas interpretadas por diversos cantores. O sucesso é total, pois Xico não só compõe, não só é poeta, mas tem o dom de distribuir esse sucesso com os forrozeiros, com os sanfoneiros, com as cantoras e os cantores. A música “Se tu quiser”, famosa na voz de Elba Ramalho, já foi gravada por 106 intérpretes.
Pois é, sexta feira passada, Xico Bizerra recebeu o título de cidadão recifense, no Salão Nobre da Câmara dos Vereadores do Recife, em meio a muita festa forrozeira, com sanfoneiros e cantores, que entoavam as músicas de Xico, num bonito coral de muitas vozes e muitas sanfonas.
Uma homenagem muita merecida!

FESTA DE SAO RAIMUNDO NONATO COMPLETA 155 ANOS COM INOVAÇÕES.

Colaboração - Luiz Carlos Correia Diniz.

Uma das maiores festas religiosas do Ceará, a do padroeiro deste município, São Raimundo Nonato, completa 155 anos com inovações em sua parte social. O evento foi aberto neste sábado, dia 21, com o carregamento do pau da bandeira, que este ano foi conduzido da comunidade de Roçado de Dentro, Sede Rural, a cerca de 3 km da cidade, para ser erguido na Praça da Igreja Matriz de São Raimundo Nonato. O senhor Zé Luzia, do sítio Boa Vista, foi o responsável pela escolha do pau da bandeira, como faz tradicionalmente. Foi um momento de fé e de emoção.
O padre José Mota Mendes também procurou modificar a estrutura da igreja, trocando o fôrro da matriz, que era de madeira, por PVC. Os janelões da igreja também serão substituídos. Os dez janelões e os seis rosais serão trocados por vitrais, com imagens de santos da igreja. O material está sendo fabricado na cidade de Pouso Alegre, Minas Gerais.
Passadas as emoções do levantamento da bandeira, os varzealegrenses e visitantes foram às barracas, conferir se as mudanças implantadas pela prefeitura agradariam. As tradicionais barracas de palha foram substituídas por barracas padronizadas, dando à festa, cara de modernidade. A troca das tradicionais barracas foi motivada pelo asfaltamento da Av. Luiz Afonso Diniz.
O povo, que estava na dúvida quanto se a mudança seria válida, aprovou a troca, comentando que a festa ficou bem mais organizada.
O Barracão Cultural, que todos os anos explora temas da cultura local e recebe artistas que se apresentam no seu palco é um dos pontos mais visitados durante a festa. Com apoio do BNB de Cultura, o Barracão Cultural também foi padronizado com estrutura metálica e lona, nos mesmos moldes das barracas.
No Parque Cívico São Raimundo Nonato, área urbanizada da Lagoa, foi instalado pela prefeitura um mastro de 21m de altura (21 é uma referência ao dia de abertura da festa) para receber a bandeira do município, medindo aproximadamente 8mx4m.
Para garantir maior segurança à cidade, a prefeitura instalou câmeras em vários pontos, principalmente na área comercial. Essas câmeras são monitoradas na unidade policial de Várzea Alegre, possibilitando à polícia um trabalho mais eficiente no combate a ações delituosas. Ainda sobre a segurança, mais de 40 homens da Polícia Militar trabalham na festa de São Raimundo Nonato, com rondas permanentes nas ruas e na Av. Luiz Afonso Diniz, corredor da festa.

As festas em praça pública, que contam com a parceria de empresas da cidade e da região, serão realizadas a partir desta dia 26, com as seguintes atrações:
Dia 26/07 - Forró de Rocha e Banda Zabumbando - Na Casa de Shows Gregório;
Dia 27/08 - Forró de Taipa - No Creva;
Dia 28/08 - Padre Antonio Maria - No Parque Cívico da Lagoa de São Raimundo Nonato;
Dia 28/08 - Limão Com Mel, Mirela e Banda Doce Ventura - Na Casa de Shows Gregório;
Dia 29/08 - Léo Magalhães, Canina do Forró, Sonho de Verão e Toca e Toquinha - No Parque Cívico da Lagoa de São Raimundo Nonato;
Dia 30/08 - Solteirões do Forró, Kaio e Kanhoto, Boca Loka e Rota 670 - No Parque Cívico da Lagoa de São Raimundo Nonato.

A Poesia de José Augusto de Lima Siebra - Por Stela Siebra de Brito.

José Augusto de Lima Siebra, nascido em novembro de 1881, em Várzea Alegre, vivenciou seus grandes momentos poéticos na primeira metade do século XX. Oriundo de uma família de agricultores teve apenas instrução primária, mas, sendo um ávido leitor, ampliou seus conhecimentos e com isso suas possibilidades intelectuais.

Participou de movimentos políticos da cidade do Crato e do estado do Ceará, foi orador e poeta. O poeta foi pouco conhecido e quase nada restou dos seus manuscritos, mas pelo material que suas filhas conseguiram recuperar, dá para reconhecer seu mérito poético.
Sou neta de Zé Augusto e sou-lhe muito grata pela herança que me deixou: o amor pela poesia. Estou muito feliz de trazer para o blog Sanharol, a poesia do meu avô. E agradeço a Moraes pela acolhida.


Meu pomar - José Augusto de Lima Siebra

Plantei um pé de roseira
Lá dentro do meu pomar
Com muito jeito e carinho
Comecei a cultivar.

A roseira se estendeu
Com galinhos bem frondosos
Em cuja fronde mimosa
Realçaram quatro rosas.

Cada rosa mais formosa
No galinho a balançar
Dava graça, dava encanto,
Dava vida ao meu pomar.

A roseira se movia
Balançando as quatro flores
Vivia de seus encantos
Vivia de seus odores.

Porém como esta vida
É cheia de dissabores
Quando menos se esperava
Lá se foram duas flores.

Agora outra rosinha
Do galho se desprendeu
O jardineiro assustou-se
A roseira entristeceu.

Se a rosinha que restou
Do galho se desprender,
Pode a roseira secar
E o jardineiro morrer.
.
O pomar é nossa casa
A roseira és tu, Maria
Nossos filhos são as rosas
Jardineiro, quem seria?

(Sítio Malhada, junho de 1938)

domingo, 22 de agosto de 2010

GUERREIRA DO SANHAROL - Por Mundim do Vale

No ano de 1945, chegava pra morar na casa dos meus pais a menina Geralda de Pedro Batista, ( hoje Geralda Aquino). Nós fomos nascendo e crescendo com aquele cuidado e bondade daquela que nós chamávamos Cacá e depois Lalái, até que gerou uma grande afeição para todos nós.
No ano de 1957, Lalái casava com Tomaz Aquino. Na época tinha um costume na região, que a moça depois de casada ficava 15 dias na casa dos pais, para só então passar a viver com o marido.
Aqueles 15 dias foram uma tortura para mim e meus irmãos. No dia da partida a choradeira foi geral. Chorava Geralda de um lado e a meninada do outro. Meu pai tentando resolver aquele problema falou:
- Não precisa desse drama, não. Geralda vai é pro Sanharol, não é pra guerra não. Quando for no domingo, Raimundo e João vão deixar as galinhas que ela ganhou de presente de casamento e passam o dia com ela.
No domingo nós arranjamos um pau e meu pai amarrou seis galinhas pelas pernas e nós partimos pela estrada velha. Quando nós passávamos em frente à casa de Zé André, ele disse:
- Eita, que os Piauzinhos vão tomar a freguesia de Soarim. Na passagem pela bodega de Raimundo Sabino, ele falou: - Vocês vão dar de comer às raposas do Inharé?
Quando chegamos ao destino final, estava Margarida de Santiago na calçada e foi logo dizendo:
- Eita! Que no chiqueiro de Iraci não ficou nem um pinto.
Depois de fazer a entrega e matar a saudade, nós fomos brincar de baralho com os filhos de Carmelita, no grupo do Sanharol. Enquanto nós estávamos na brincadeira, uma das galinhas foi condenada sumariamente à morte. Não sei o que ela fez para merecer castigo tão grande, melhor seria aplicar uma surra de cipó.
Aquela diligência, eu e meu irmão João Morais fizemos quatro domingos seguidos, Quando acabaram as galinhas, nós procurávamos Seu Nelinho pra saber se ele não tinha alguma
encomenda que quisesse mandar pra Tomazinho,

Isolando as brincadeiras, esse texto foi desenvolvido para dizer do reconhecimento com a guerreira, que foi mãe e irmã para nós.

Abraço de gratidão para Geralda e seus filhos, genros, noras, netos.

AS SETE MARAVILHAS DE VÁRZEA ALEGRE - Por Mundim do Vale

1 - O RIACHO DO MACHADO
2 - A IGREJA DE SÃO RAIMUNDO
3 - A FESTA DO PADROEIRO
4 - O HOTEL MUNICIPAL
5 - O CLUBE RECREATIVO
6 - A BANDA DE MESTRE ANTÔNIO
7 - A LAGOA DA CIDADE.


A terra de São Raimundo
Tem maravilhas também,
Assim como tem no mundo
Várzea Alegre também tem.
A gente fica encantado,
Com O RIACHO DO MACHADO
Quando desce com a enchente.
Tem a força de um trator,
A rapidez de um condor
E elegância de serpente.

A IGREJA DE SÃO RAIMUNDO
Que tem na frente um cruzeiro,
Acomoda todo mundo
Na FESTA DO PADROEIRO.
Uma festa de oração,
Que aproxima o cristão
Na mais completa harmonia.
Onde todo bom fiel,
Recebe a bênção do céu
Em frente da sacristia.

O HOTEL MUNICIPAL
Na sua bela estrutura,
È o nosso cartão postal
Com requinte e com moldura.
Fica bem localizado
Lugar privilegiado
De hotel de qualidade.
Tem o setor restaurante,
Que agrada o visitante
Quando visita a cidade.

Lá não falta o incentivo
Para a boa diversão,
O CLUBE RECREATIVO
É o melhor da região.
Faz a festa de natal,
De São João, de carnaval
E também de debutante.
Tem boa diretoria,
Que recebe com alegria
O nosso bom visitante.

A BANDA DE MESTRE ANTÔNIO
É difícil descrever,
Nosso maior patrimônio
Na salva do amanhecer.
Depois tem no meio dia,
Novamente a sinfonia
De instrumento afinado.
Mestre Chagas na regência,
Com bastante eficiência
Executando um dobrado.

A LAGOA DA CIDADE
Nossa sétima maravilha
Que fizeram uma partilha
Não ficou nem a metade.
Mais ainda tem encanto,
Porque pertence a um santo
Que vai devolver pra gente
Aquela lagoa bela,
Sem ninguém mandando nela
Como era antigamente.

Assim como esse versinho
Rimado com o coração,
A cidade tem carinho
Com o visitante irmão.
Pra ela é sempre um prazer,
Todo dia receber
Visita com amizade.
Venham com suas famílias
Para ver as maravilhas
Que tem na nossa cidade.

Raimundinho Piau
06-12-96

SOU DO RECIFE - Por Xico Bizerra

Nascer no Crato é tirar prêmio na loteria, sorte das grandes; ser escolhido cidadão do Recife é um privilégio tão mamão-com-açúcar que deixa a gente abestalhada, dentes no quarador. Aqui chegado no início dos anos 70, passei a admirar seus rios, suas pontes, seus bairros e, sobremaneira, sua gente tão hospitaleira e que tão gentilmente me acolheu. Pelas bandas de cá estudei, me formei, trabalhei, casei, constituí família (tenho dois filhos recifenses) e dei início a minha carreira como compositor e poeta.

Ser agraciado com esse título é uma honraria e motivo de muito orgulho. De uma hora pra outra passei a ser conterrâneo de cabras do porte de Manoel Bandeira, João Cabral de Melo Neto, Carlos Penna Filho, recifenses como eu. Da mesma forma, no intervalo entre um discurso e uma lágrima de emoção, passei a ser conterrâneo, mesmo sem aqui termos nascido, de Miguel Arraes de Alencar, Helder Câmara, Ariano Suassuna, colegas de título. Dia 20 me tornei Recifense pela decisão do povo da cidade, representada pela unanimidade de seus Vereadores.

A partir de agora, nas manhãs de cada dia, baterei na caixa dos peitos e direi com a maior convicção, mas baixinho pra não provocar ciúmes nem parecer arrogância de gente feliz: além de Cratense, sou do Recife, também.

sábado, 21 de agosto de 2010

Esperando o trem passar – Adaptado por Carlos Eduardo Esmeraldo

Será que alguém ainda se lembra do jornal “Tribuna do Ceará”? Pois é, há muitos anos existia por aqui um jornal com esse nome. Naquele tempo eu li nas páginas da “Tribuna” uma historinha que lembro até hoje. Vou tentar reproduzi-la ao meu modo.

Zito e Lídia casaram-se e foram morar numa casinha que haviam construído para eles, bem próxima à linha do trem, num bairro da entrada da cidade. A casa estava toda mobiliada, mas havia um problema. Toda vez que o trem passava, a porta do guarda-roupa se abria. Mesmo quando presa por uma folha de papelão dobrada ou travada pela fechadura, não tinha jeito, era só o trem passar que ela ficava aberta. Parecia que aquele móvel possuía um sismógrafo que detectava os mínimos tremores da terra sob o impacto do peso do trem. Claro que os dois pombinhos ficaram muito chateados por causa desse defeito.

Numa certa manhã, Lídia perguntou se a vizinha conhecia algum marceneiro que pudesse consertar a porta de seu guarda-roupa. Ela lhe indicou Moésio, um verdadeiro artista em tudo que fosse madeira. Mas fez uma ressalva: “Tome muito cuidado com ele. É o maior “Don Juan” desse bairro. Quando se embeleza de uma mulher, não há quem resistia aos seus encantos.” Lídia preferiu contar ao marido a existência desse marceneiro e pediu que ele fosse procurá-lo. Zito obteve informações sobre o marceneiro Moésio com um colega de trabalho, que lhe disse onde encontrá-lo e passou para ele toda fama da qual o moveleiro era possuidor. “Cuidado com sua mulher. Marque para ele ir consertar seu guarda-roupa numa hora em que você estiver em casa.” Zito assim procedeu. Marcou para o meio dia, quando ele estaria em casa para o almoço.

Aconteceu que o Moésio tinha uns serviços nas proximidades da casa do Zito e tão logo concluiu seu trabalho, aproveitou que estava perto da casa do seu novo cliente e por lá chegou um pouco antes do meio dia. Ao bater à porta, foi atendido por Lídia, uma morena muito bonita. Mas manteve-se sério, pois sua fama de mulherengo já estava complicando sua vida. Entrou na casa e a mulher lhe mostrou o móvel. Ele olhou, examinou cada detalhe e afirmou. “Minha senhora, o defeito é interno. Preciso ficar dentro do guarda-roupa para quando o trem passar eu descobrir onde está a falha que faz a porta abrir.” E assim foi feito.

Pouco depois das doze horas, Zito chegou apressado, pedindo que a mulher lhe servisse logo o almoço, pois ele iria verificar de perto o serviço que teria de ser feito no guarda-roupa. Passou direto para o quarto para trocar de camisa. Ao abrir o guarda-roupa, surpreso, viu Moésio abaixado lá dentro. E cheio de desconfiança perguntou: “Que diabos é que você está fazendo ai dentro?” E o pobre carpinteiro respondeu: “Se eu lhe disser que estou esperando o trem passar, o senhor não vai mesmo acreditar... não é?...”

Adaptação de Carlos Eduardo Esmeraldo
História original narrada por Chico Anísio, no jornal “Tribuna do Ceará” 1976/77(?)

VENDE-SE UM RIM - Por Mundim do Vale

Passou na televisão
O lema de um brasileiro,
Que caiu na depressão
Pela falta de dinheiro.
Um trabalhador honesto,
Com seu nome no protesto
Sem ter como resgatar.
Um cidadão de coragem,
Que expôs a sua imagem
Para seu débito quitar.

Quem precisa de dinheiro
Tem que vender o que tem,
Pois todo bom brasileiro
Não quer dever a ninguém.
Quando precisa da nota,
Cai nas mãos do agiota
Do país tupiniquim,
Com juro que ninguém vence
Que fez um varzealegrense
Expor à venda o seu rim.

O agiota ameaça
Até de morte o coitado,
Que já vem aperreado
Desde o tempo do cruzado.
Agora veio o real,
Que acabou a moral
Desse sistema ridículo.
Se essa moda pegar
E a justiça a aceitar
Vão vender até testículo.

Mundim do Vale
05-1197

Bugui - Personagem Prestimosa.

Você se lembra de Bugui? Estatura mediana, chapéu de palha esfarrapado, um bornal tão amarrotado quanto ele, perambulando sua demência pelas ruas, sem, no entanto, a ninguém ofender, mesmo com palavrões, pois, apenas tinha grunhidos inintegiveis.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

MUSEU ESPALHADO - Por Mundim do Vale

Várzea Alegre tem guardado
Nas mãos de conservadores,
Objetos do passado
Que hoje tem seus valores.
Peças de estimações,
Ou mesmo de profissões
Que marcaram a cidade.

Eu sei que ainda tem lá
O moinho de Tetê,
O fuso de mãe Lalá
E os bilros de Lelê.
O cachimbo de Bogim,
A navalha de Pacim
E o violão de Serginho.
A vassoura de Hermínia,
De Seu Souza a consertina
E a seringa de Nelinho.

O ferro de engomar
Que era de Armerinda,
Não sei onde foi parar
Mas sei que existe ainda.
O motor de Zé Silvino,
Que no tempo de menino
Eu andei de garupeiro.
Parece até que estou vendo,
Aquele motor tremendo
Na rua do juazeiro.

Dr. Leandro ao morrer
Parece até que sabia,
Que podia acontecer
Esse resgate algum dia.
Ele quis contribuir,
Antes mesmo de partir
Para sua sepultura.
Um bem de valor deixou,
Edilmo foi quem guardou
Seu anel de formatura.

Aquela espreguiçadeira
Deixada por Salviano,
Merece ser a primeira
Mesmo que esteja sem pano.
Vamos também resgatar,
O ganzá onde encontrar
Que foi de Manoel Tetê.
Os livros de Seu Ribeiro,
Que talvez algum herdeiro
Possa ofertar a você.

Batuta de Mestre Antônio
Gamão de Cândido Diniz,
Tudo aquilo é patrimônio
Nossa cultura é que diz.
Eu vou lá no Sanharol,
Faça chuva ou faça sol
Completar minha tarefa.
Faço esse itinerário,
Pra pedir o santuário
Que foi de Madrinha Zefa.

A caneta de Dudal
Banco de Papai Raimundo,
Todo esse material
Tem valor muito profundo.
O bule de Mariinha
Que até pouco tempo tinha,
Se o espírito não me engana.
Vou também acrescentar,
Se seu filho concordar
Os ferros de Zé de Ana.

O Padre Otávio deixou
Um gramofone também,
Eu não sei com quem ficou
Se é Marconi que tem,
Ou com ele ou com Homero,
Se souberem que eu quero
Eu sei que eles vão doar.
Só assim nossa cidade,
Faz história de verdade
Sem deixar nada faltar.

Os nossos vereadores
Conservando a tradição,
Devem salvar os valores
Requerendo uma seção.
Uma lei municipal
Que tombe o material
Tudo com muito cuidado.
Para todo mundo ver
E eu nunca mais dizer
QUE O MUSEU É ESPALHADO.

Mundim do Vale
Várzea Alegre, 31-07-96

Frase do dia

"Luiz Inácio agora encontrou um texto prá panela dele."

Jose Alexandre Bezerra de Menezes.

Historia.

Quando Jose Alexandre Bezerra de Menezes soube que sua filha Josefa, conhecida por Teté ia se casar com Luiz Inacio, o conhecido Boca de Fogo disse: Luiz Inacio agora encontrou um texto pra panela dele. Teté era muito geniosa. Referencias de pai.

Enviado por Giovane Costa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Frase do Dia

”Eu tô ficando é doido, não é velho não”!

Zé da Coroa.

Historia

Todos no Sanharol conhecem o Zé da Coroa, filho de João de Tirbutino e funcionário por muitos anos da beneficiadora de arroz do Sanharol. Um dia tentaram arrumar um casamento de Zé com uma donzela que ele não simpatizava nem um pouco e Zé caiu fora dizendo: Eu to ficando é doido, não é velho não.
Enviado por Giovane Costa

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


“todo quadro negro
É todo negro, é todo negro
E eu escrevo seu nome nele
Só pra demonstrar o meu apego.
Anamaeu”...


JORGE MAUTNER

Por Zé Nilton

Tomei conhecimento de Jorge Mautner, já em estado de consagração, nos anos opacos e cinzentos da repressão militar, quando assistia, assombrado, num cantinho, um show do compositor Jads Macalé, na Concha Acústica da UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, talvez aí pelos anos de 1973 ou 1974.

Com muita presença de palco Macalé cantava a música “Cantareira”, de Gordurinha , cujo refrão diz:

“Só vendo mesmo como é que dói
Sou vendo mesmo como é que dói
Trabalhar em Madureira, viajar de Cantareira
E morar em Niterói”...

Macalé, fazendo trejeitos para o conjunto baixar o som comandava paulatinamente um fade-out, e deu início à capela e à exaustão a repetição do refrão “só vendo mesmo... E o acompanhamento musical foi caíndo numa melopéia, dando a deixa para a fala do grande Macalé.

Lá pelas tantas, incontinente, ajoelhou-se no palco, bem juntinho da turba universitária, e com as mãos postas e o olhar para os céus, recitou os versos, cadenciadamente, vociferando para quem vive o dia-a-dia aquela situação de explorado um inesperado: “puta que o pariu”! A platéia foi ao delírio naqueles idos de todas as censuras.

E gritou: Salve Jorge Mautner!

A platéia aplaudiu demais, mas eu não detectei o exclamado entre a multidão.
Só muito depois vim a conhecer aquela figura meio estranha meu doidão meio intelectual meio escritor meio síntese de uma geração prenhe de criatividade e de vanguardismo, justamente no lugar errado, no tempo errado e onde deu tudo errado para as cabeças fora do lugar.

Hoje, vendo a figura madura de Mautner ainda em franca presença no cenário da MPB, reconheço o todo da força que ele representou para a cultura brasileira.

No Compositores do Brasil, desta quinta feira, vai dá Jorge Mautner, um maldito entre os benditos, sujeito coerente e dono de uma musicalidade agradabilíssima, empunhando seu violino para qualquer marcação, feito rebequeiro nordestino.

Marginal nunca foi Jorge Mautner. Marginais foram todos que não o compreenderam no seu tempo. Pensando bem, não sei por que chamam de marginal a geraldos uranos divergentes dos “padrões normais” do tempo. Pois é este mesmo tempo que vai dizer, lá na frente, o quanto se cultivou caretice. Se liga, bicho !

Vamos falar do homem, da obra e do tempo de Jorge Mautner, enquanto ouviremos:

BEM TE VIU, com Jorge Mautner
SAMBA DOS ANIMAIS, de Jorge Mautner com Lulu Santos
SAMBA JAMBO, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina com Jorge Mautner
TODO ERRADO (não peço desculpas), de Jorge Mauter com Jorge Mautner e Caetano Veloso
ENCANTADOR DE SERPENTES, de Jorge Mautner com Jorge Mautner
ORQUÍDEA NEGRA, de Jorge Mauter com Jorge Mautner e Zé Ramalho
CACHORRO LOUCO, de Jorge Mautner com Jorge Mautner
BOLINHAS DE GUDE, de Jorge Mautner com Jorge Mautner
SOM DO MEU VIOLINO, de Jorge Mautner com Jorge Mautner
RAINHA DO EGITO, de Jorge Mautner com Jorge Mautner
MARACATU ATÔMICO, de Jorge Mautner e Nelson Jacobina com Gilbetro Gil
QUERO SER LOCOMOTIVA, de Jorge Mautner com Wanderléa

Quem ouvir verá!

COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri- 1020 –
www.radioeducadoradocariri.com (acesse no www.blogdocrato.com)
Todas as quintas-feiras, de 14 as 15 horas
Pesquisa, Produção e Apresentação de Zé Nilton

Desafio - Por A. Morais

Em 1932, João Alves de Menezes, o saudoso João do Sapo do Sanharol construiu o chalé, hoje o Recanto Luiz Menezes.
Quais foram os mestres de obra da construção?

A – Joaquim Piau e Pedro Beca
B – Pedro Beca e Seu Matias.
C – Seu Matias e Antonio de Souza
D – Antonio de Souza e Pedro Beca
E – Joaquim Piau e Antonio de Souza.

Antonio José do Nascimento - Personagem prestimosa.


Mestre Antonio ou Antonio Flandeiro. Moreno, simpático, sempre risonho, educado, uma das figuras, bem e saudosamente, lembradas. Funileiro, um artista no seu mister. Encheu nossas casas de lamparinas, canecos, cafeteiras e outros apetrechos bélicos. Musico, tocava clarinete e, por muitos anos, dirigiu nossa sinfônica, com abnegação e zelo incomparáveis. Eu vibrava, do fundo da minha rede, nas alvoradas de agosto, quando a banda passava, na rua, em direção a igreja, tocando seus bonitos dobrados. Daqui a pouco, a salva: o badalar do sino e o espocar de fogos. Tempos bons.
J. Ferreira – Livro Várzea-Alegre – Minha terra – Minha gente.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O SERTÃO AMANHECENDO - Por Mundim do vale

Não conheço outro lugar
Por mais bonito que seja,
Que se possa comparar
Com a manhã sertaneja.
A noite sai, vem o dia
Na troca de harmonia,
Vem luz, sai escuridão.
Parece até que Jesus
Despregou-se lá da cruz
Pra vir morar no sertão.

O gado no pasto ruge
Galo do poleiro desce,
E é nesse ruge-ruge
Que o sertão amanhece.
Um ritual de beleza,
Presente da natureza
Que faz gosto a gente ver.
As estrelas vão sumindo,
A lua se despedindo
Para o “ Astro rei nascer.“

A coruja encandeada
Procura a escuridão,
Cordoniz voa apressada
Com medo do gavião.
Sabiá faz alegria,
Querendo dá um bom dia
Para o galo de campina.
Canta alto a siriema,
Para ilustrar o poema
E enfeitar essa rima.

Depois que foge o luar
Para o céu escurecer,
Vale a pena madrugar
Para ver o sol nascer.
A imagem do sertão,
É a forte inspiração
Que o poeta deseja,
Pra fazer a sua rima
Da mais pura obra prima,
Do painel da natureza.

A lua à noite vigia
Como um guarda noturno,
O sol lhe rende de dia
Para o trabalho diurno.
E assim acorda o sertão,
Na mais completa união
De astro com sertanejo.
De tudo que Deus tem feito
Um quadro assim tão perfeito
É só no sertão que vejo.

Quando a noite vai embora
Pra madrugada chegar,
O repentista na hora
Faz um verso popular.
O poeta acorda cedo,
Pega a viola sem medo
Pra rimar o sol nascendo.
Porque não tem nada igual,
Ao cenário natural
DO SERTÃO AMANHECENDO.

Dedicado aos primos, Antônio Morais e João Bitu.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sindor Lelê.

Ô sindor, sindor lelê,
Ô sindor, sindor lalá
A cantiga da morena
Só faltou foi me matar.

Se eu soubesse que tu vinhas
Fazia o dia maior
Dava um nó na fita verde
Prendia o raio do sol.

Dedico os versos ao poeta Luiz Lisboa, autor dos versos do desafio lançado ha poucos dias no Blog, e, que ninguem soube identificar.

Desafio - Mote - Só manda chifre quem tem.

Meu caro Antônio Bernardino
Eu recebi seu presente
De carne muito excelente
Que deu-me um almoço fino
Junto ao presente granfino
Vinham dois chifres também
Pontudos como quem vem
Denunciar o seu dono
Ainda no abandono
Só manda chifre quem tem.

Um o outro diferente
Eu não sei nem como pode,
Pois não são chifre de bode
Aquilo é chifre de gente
Disse um medico inteligente
Que já viu chifre em alguém
Um padre disse também
Embora falando baixo
Aquilo é chifre de macho
Só manda chifre quem tem.

O medico Costa de Aquino
E outros do alem mar
Vieram examinar
Os chifres do Bernardino
Depois de outro exame fino
Submetido em Belem
Revisto em Jerusalem
Pelo um técnico veterano
Se afirmou ser chifre humano
Só manda chifre quem tem.

Bernardino meu amado
Seu caso merece estudo
Mesmo assim com chifre e tudo
Eternamente obrigado
Um dos tais tenho guardado
E não confio de ninguém
Não lhe recompenso bem
Devido a pobreza minha
Você mandou porque tinha
Só manda chifre quem tem.

De quem são os versos acima?

a - Israel Batista
b - Patativa
c - Antonio de Satiro
d - Mundim do Vale
e - Ze Pequeno
f - Nenhum deles

domingo, 15 de agosto de 2010

Xico Bizerra - Por Xico Bizerra

Não pude escolher a Cidade pra nascer, embora tenha tido a sorte de nascer no Crato; mas pude escolher outra Cidade para também amar: O RECIFE.

20 de Agosto, 10 horas, na Câmara de Vereadores de Recife:

gostaria de compartilhar com todos os meus amigos a alegria de ser CIDADÃO DO RECIFE.

XICO BIZERRA

POEMA A QUATRO MÃOS _ Por Raimundo Morais e José Hélder França

O Brasil está mudado
A lei anda com preguiça
Já matam índio queimado
Desafiando a justiça.
Um crime sem precedente,
Contra o primeiro vivente
Desse país desigual.
É a fera brasileira,
Matando por brincadeira
Nesse Brasil sem moral.

A polícia sem comando
Perseguindo o cidadão
Agredindo e torturando
Na cruel humilhação.
Quem ganha pra proteger,
Fazendo o homem sofrer
Sem direito de defesa.
É a violência de graça,
Nesse país da desgraça
Onde tudo é incerteza.

O sem-terra perturbado
A procura de um lugar
E os homens do senado
Vivendo de passear.
No lugar de assentamento,
Só tem morte e sofrimento
Neste país tropical.
Onde a ordem se arrebenta,
Nas mãos de quem já enfrenta
O sofrimento rural.

Cirurgia da visão
Já custa os olhos da cara,
O pobre sem um tostão
Não pode pagar a tara.
Termina cego de guia,
De bengala e de bacia
Apelando para a sorte,
De ganhar na federal.
Porque até funeral
Tá por a hora da morte.

O nordestino sofrido
Sem ter uma proteção,
Se encontra muito sentido
Perdendo Frei Damião.
Um Frade mais que humano,
Que tinha seu santo plano
De benzer este Nordeste.
Foi pro céu sem avisar,
Deixou seu povo a chorar
A falta do grande mestre.

Eu pedi a Hélder França
Pra concluir o poema.
Pois ele tem segurança
Pra rimar bem esse tema.
É poeta do sertão,
Conheceu Frei Damião
Que crismou os filhos seus.
É também religioso,
Social e caridoso
E tem muita fé em Deus.

Raimundo Morais.


Nosso país não tem dono
Está vaga a presidência,
Vivemos no abandono
Moramos com a violência.
Aqui não se reza mais,
Sinal da cruz não se faz
E isso eu muito critico.
Tudo aqui está errado,
Matar um índio queimado
É brincadeira de rico.

É triste se ter notícia
Da mais cruel propaganda,
Que é a própria polícia
Que muito assalto comanda.
Acabou-se a esperança,
Não se tem mais segurança
De fato está tudo errado.
Polícia sem condição,
Pois muita vez o ladrão.
É um sargento ou soldado.

Aquele que pede terra
Porquê vê a coisa feia,
Vive num clima de guerra
E termina na cadeia.
Não tem mais reforma agrária,
E a lei vil e arbitrária
A todo processo emperra.
O pequeno agricultor,
Sempre foi um sofredor
Sem lar, sem pão e sem terra.

Só quem protege a pobreza
Só quem lhe dá atenção,
É a força com firmeza
Do Santo Frei Damião.
Frade, santo e milagroso,
Muito humilde e caridoso
Da pobreza a salvação.
Com amor a todos consola,
Estudou na mesma escola
Do Padre “ Ciço Romão”.

Deus precisou reforçar
Dos seus Santos o plantel,
Por isso mandou buscar
Frei Damião lá pro céu.
Era pesado o serviço,
Préstado por Padre Ciço
Ao nordestino carente.
E lá com Frei Damião,
O Padre Ciço Romão
Atende melhor a gente.

Nós aqui muito crescemos
Com a morte do capuchinho
Dois santos agora temos
Damião e meu Padrinho.
Frei Damião fez o teste,
Pra ser Santo do Nordeste
E recebeu o laurel.
Frei Damião o divino,
Mais um santo nordestino
Que nós temos lá no Céu.

José Hélder França
07-06-97

Historia e Geografia - Blog do Sanharol.

Esta foto do Sanharol tirada do local onde outrora ficava a casa do senhor João do Sapo, e, onde nasceu a sua primeira filha Dona Balbina Diniz, servirá para ilustrar as postagens. Neste local, hoje em dia, reside o Dr. Raimundo Batista de Menezes Filho.

Editor do Blog do Sanharol - A. Morais

Sabedor que a historia sempre vence a geografia, o Blog do Sanharol lança um desafio aos seus leitores e aos varzealegrenses. Pretende o Blog transcrever a historia de personagens prestimosas de nossa terra. Desde Cel Antonio Correia Lima a Jubaia, do Cel Josué Diniz a Bugui, do Deputado Joaquim de Figueiredo Correia a Antoe Du Vigio, do Deputado Otacílio Correia a Amélia Danga, do Deputado Nilo Sergio Viana Bezerra a Xica do Rato, em fim todos sem exceção, todos deixaram na historia a sua contribuição do seu modo e do seu jeito. Espero contar com a contribuição dos conterrâneos enviando mensagens para o email moraisenair@hotmail.com . Farei a publicação oferecendo a devida autoria e fonte. Vamos evitar que caiam na vala profunda do esquecimento.
Abraços.
Antonio Alves de Morais.

Parabens Dihelson Mendonça.

Feliz aniversario.

Está aniversariando hoje o grande amigo Dihelson Mendonça, escritor, jornalista, musico, compositor e administrador do grupo de comunicação Blog do Crato, Radio Chapada do Araripe, Jornal Chapada do Araripe e criador do Blog do Sanharol. Sim o Blog do Sanharol surgiu de uma idéia de Antonio Alves de Morais e a criação de Dielson Mendonça. Portanto Dihelson, receba os cumprimentos do Blog e dos seus leitores e comentaristas.
Feliz aniversario e um grande abraço.

A. Morais

Cadeiras e calçadas ou historias da tristeza marrom - Xico Bizerra

Tinha a calçada e as cadeiras na calçada. Ainda menino, Bilico gostava de ficar ouvindo as histórias dos mais velhos, logo que a lua aparecia. Ali ouvia motes desembrulhados por Louro do Pajeú e Pinto de Monteiro, sabia-se das histórias de Lampião mas também descobria-se que a mulher da farmácia, que ‘tava separa-não-separa do dono do armazém, passara um calote em Emilinha, a manicure da Cidade; e que o médico recém-chegado era um homem bom, um doutor do bem que fazia consultas sem cobrar de quem não pudesse pagar-lhe. Estaria querendo ser Prefeito, no futuro? Bilico cresceu, estudou e tornou-se Dr. Bilico na cidade grande sem nunca esquecer as conversas/poesia que ouvia de seus pais, tios e avós.
Na casa em que foi morar havia uma calçada logo em seguida ao portão. E toda noite, ele colocava cadeiras e esperava, em vão, um vizinho sequer para, iluminados pela lua, prosearem uma conversa, escutarem um verso bonito. Desistiu. O portão era marrom, da mesma cor da sua tristeza.

sábado, 14 de agosto de 2010

CHRONICAS CARIRIANAS


AS CIDADES DE FREI CARLOS

Por Zé Nilton*

Já lá se vão 39 anos da publicação do livro A cidade de Frei Carlos**, reunião de trabalhos esparsos do pesquisador Pe. Antonio Gomes de Araújo, clérigo da Diocese de Crato, Ceará.

Para o pesquisador de hoje a leitura dos textos dizem menos em comparação ao muito que dizem os anexos do livro.

Outro dia estava pensando por que o Pe. Gomes desinteressou-se em aprofundar sobre as gêneses da formação histórica do Cariri à luz de novos documentos coligidos à custa da sofreguidão de um pároco de aldeia, movido pelo entusiasmo e perseverança em fechar uma compreensibilidade sobre o Século XVIII no quadrilátero sul cearense?

De onde olho, hoje, muito fácil seria tripudiar nas falhas e nos hiatos cometidos pelo Pe. Gomes, em parte pelo seu modo intransigente e panegírico na defesa da História providencialista, e em parte pela fragmentariedade mesma de documentos elucidativos, o estado da arte de nossos primórdios.

De jeito nenhum. Teremos sempre uma atitude de profundo respeito àquele que se superou na busca de periodizar e por as coisas no lugar em meio a lacunas, descontinuidades, brechas, abismos, ausências e silêncios das fontes sobre nossa gênese.

O professor de História Pe. Antonio Gomes de Araújo compreendeu desde logo o sentido do fazer histórico na suma relativista que repõe a verdade histórica. Poderia ter ficado no céu das interpretações de segunda mão de como teria acontecido por aqui os nossos primeiros dias. Contrariamente, desceu ao inferno dos arquivos longínquos e poeirentos para fazer valer o sentido heurístico da ciência histórica e contrapor verdades.

Foi nessa que tomou a dianteira sobre fatos e acontecimentos da História do Cariri escrita por um Antonio Bezerra, um Dr. Pedro Thebèrge, um João Brígido e por fim a um Carlos Studart Filho.

Mas eu falei dos apensos do livro “A Cidade de Frei Carlos”. Pois bem, algo intrigante. Após escrevê-lo Pe. Gomes ajunta documentos importantes em torno da figura maior de seu intento, o Frade da Ordem dos Capuchinhos Italiano, Frei Carlos Maria de Ferrara.

Lá está que frei Carlos chegou ao Nordeste em 1736. Em 1738 a Junta das Missões, organismo de administração bipartite entre a Coroa e as ordens religiosas, discutia em reunião a necessidade de situar uma aldeia para o capuchinho. E revela que em 1739 frei Carlos já enviara uma carta à Junta das Missões, em Pernambuco, na qual “reclama que faça o ouvidor do Ceará a medição para a aldeia dos Jenipapos e que se chame o Pe. Ezequias Gameiro que já foi missionário dos Canindé para incorporá-los na mesma Missão”. (p. 80). Há outra carta do dia 21 de outubro de 1739 enviada por representante dos Jenipapos ao governador de Pernambuco de igual solicitação.

Sabemos que esses Jenipapos e Canindé estiveram na ponta da segunda fase da Guerra dos Bárbaros, a partir de 1712. Que os Jenipapos foram parciais dos Feitosa na luta contra os Montes. Que as duas tribos por falarem a mesma língua foram aldeadas em Quixadá, nas imediações do que hoje é Banabuiú. Que dali por força de lei seguiram para formar corpo social na elevação da Vila de Monte-mor, o novo da América, Baturité, em abril de 1764.

Então, Frei Carlos andou por estes sertões do meio fundando aldeias que seriam futuras vilas e hoje cidades. Quando se instala na Missão do Miranda, em 1740, trouxe saldos deteriorados de várias etnias. Índios alquebrados submetidos que foram a tantos desassossegos e violências. De vez em quando se ausentava para animar outros aldeamentos.

Pe. Gomes ressalta esta epopéia de Ferrara. Mas não o faz de modo enfático e apologético como fizera ao repercutir Antonio Bezerra quanto aos começos históricos de nossa cidade sob a inspiração de Frei Carlos.

Deixa uma sensação de abandono de sua luta na árdua tarefa de esclarecer o passado e ao mesmo tempo de uma profunda humildade como escritor pioneiro, quando diz: “Estas NOTAS modificam ou anulam, confirmam, contrariam ou enriquecem passagens constantes do texto do trabalho, cabendo ao leitor a tarefa do confronto”. Valeu, Pe. Gomes!

Quase terminando, Gomes trata os franciscanos como uma só Ordem. Hoje sabemos que franciscanos e capuchinhos são de ordens diferentes, com objetivos desiguais quanto à catequese no Nordeste. Não chegaram por aqui ao mesmo tempo. Bem, mas aí já é outra História...

Terminando, comecei com a frase “Já lá se vão”. Aprendi com um grande mineiro, o jornalista fundador do Diário de Minas, de saudosa memória, Newton Prates, quando me pedia para datilografar suas memórias para o jornal. Pois é como mineiro, cauteloso, que inicio uma série de despretensiosos artigos sobre a nossa formação histórica.
*Antropólogo. Professor do Departamento de Ciências Sociais da URCA
E-mail: figueiredo.jnilton@gmail.com
** Faculdade de Filosofia de Crato. Coleção Estudos e Pesquisas. Volume V. 1971

LOURO JOSÉ - Por Mundim do Vale


Lendo as histórias dos gatos do Sanharol e dos Araçás e da cobra do Chico, me lembrei do Louro José.
Certo dia eu passando ali no Bairro de Fátima, vi no jardim da casa de Dona Noélia, um papagaio preso pelo pé a uma corrente, fazendo palavras cruzadas. Quando ele notou que eu estava olhando perguntou:
- Ei baixinho! Que hora é assa?
Respondi:
- Faltam quinze minutos para as seis.
E ele:
- Vixe como já é tarde.
Dona Noélia quando viu aquele papa amistoso, veio de lá de dentro, pegou na ponta da corrente e falou:
- Vamos José. Você tá muito sabidinho e pode ser que alguém lhe carregue para fazer palestras na USP em São Paulo.
Um mês depois daquele acontecido, eu encontrei a proprietária do Louro na feira da Gentilândia e perguntei:
- Cadê aquele seu papagaio tão inteligente?
- Quem o José?
- Sim.
- Ou meu filho, eu nem lhe conto, o bichim tá rouco.
- E que foi que aconteceu com ele?
- Foi o padre Amorim que levou ele pra tirar as novenas de Nossa Senhora de Fátima e ele ficou assim.
- Pois a Senhora bote três gotas de de suco de limão na água que ele fica bom.
Três meses depois eu encontrei Dona Noélia na fila da seção eleitoral e perguntei:
- Como está o José? Ficou bom da rouquidão?
- Da rouquidão ele ficou bom, mas agora o José tá pelado.
- E o que foi que houve?
- Foi os cabos eleitorais que levaram ele para fazer um discurso no palanque do Serra e tudo ia muito bem. Mas os barbudos do PT jogaram um gato em cima do palanque e o bicho quase mata o meu José.

Quem duvidar pergunte ao primo Renato Bitu, que ele estava comigo, na rua Mário Mamede, 973, quando vimos o José fazendo palavras cruzadas.

O Louro José já esteve em Várzea Alegre fazendo um treinamento para os gatos e as cobras.

Frase do dia

Os Andrés não Mentem, mas André só está mentindo!

Jose André do Sanharol.

Historia.

Raimundo Ferino morava na localidade Forno Velho na divida das terras do Sanharol com a Charneca. Um dia o meu pai chegando em sua casa na companhia de seu terceiro filho André, este inventou uma estória para seu Raimundo. Seu Raimundo ficava danado de raiva quando alguém duvidava de uma estória de onça contada por ele. Diante disso André falou ter visto, nas imediações do açude de João do Sapo, os rastros de um animal estranho. Sendo menores que rastros de cavalos e maiores do que rastros de cachorro. Seu Raimundo levantou-se e disse: é a fubana da onça, agora eu quero vê quem vai dizer que é mentira, quem está falando é os Andrés e os Andrés não mentem.
Jose André observando a conversa pensou: é seu Raimundo, os Andrés não mentem não, mas André só está mentindo.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Parabens Raimundo Piau - Por Israel Batista

Parabéns Raimundinho
De várzea Alegre Nascido
Tu és um protegido
Falo sem medo de errar
Não posso negar
O que agora digo
Você é um grande amigo
Que na terra encontrei

Falar de você eu sei
É muito complicado
Pois você é predestinado
A nos fazer feliz
Os seus causos é quem diz
Essa minha referida
Ao lado de sua querida
Inspiração pra sua poesia

Com isso nos dá alegria
E muita felicidade
Te amamos de Verdade
Falo sem medo de errar
Treze de agosto dá azar
Mas falo com o coração
Pois nos deu a convicção
Que pra nós foi de sorte

Pois nasceu esse homem forte
Um menestrel na poesia
Que nos encanta e nos Alivia
Mostrando o encanto do sertão
Seus causos é uma animação
Alegra até velha ranzinza
E o tempo que está cinza
Fica na maior claridade

Parabéns Raimundinho
Nesta data querida
Muitos anos de vida
Ao lado do povo seu
Esse voto meu
É de toda a população
Que te ama de paixão
E te quer ao nosso lado.

Israel Batista

*Essa é minha singela homenagem a esse grande vate de nossa cultura parabéns, Raimundinho, Nanum, Mundim do Vale, Piau Neto, Raimundo Morais e etc.

Parabens Mundim - Por Claudio Jose de Souza

Mundim? É só no nome
Na poesia é mundão
É poeta de mão cheia
Aqui do nosso torrão
Pois lembra de coisas quer
Outro iria esquecer
Ninguém jamais lembraria
Do alfinim de Santana
Filó vendendo banana
E a venda de cacaria

Do nosso VELHO MERCADO
Da usina de seu Dirceu
Tudo isso Mundim lembra
Quem tá falando sou eu
Lembra um MUSEU ESPALHADO
Que jamais será juntando
Por ser todo particular
E não ter quem tenha a ação
De com muita dedicação
Seus objetos juntar

Poeta que canta tudo
Coisas daqui e de lá
Rimou Osama Bin Laden
Mexendo barro sem pá
Rimou Dolly a ovelhazinha
E também a baciazinha
Do cego pedir esmolas
Rimou comercio que quebrou-se
E gente aqui que enricou-se
Mesmo vendendo sacolas

O carrossel de Zé julho
Os bonecos de Damião
Os ramos da benzedeira
A novenas e o leilão
Rimou roleta de cana
E outras coisas bacanas
Existente no lugar
O CASSACO ANTONIO FRIMINO
E as travessuras de menino
Olhando os cachorros trepar

Conhece Deus e mundo
E as almas do purgatório
As que já estão no céu
E fazendo um adjutório
Metade das do inferno
Que estão no fogo eterno
Nosso poeta não esquece
Por desafio não o tome
Pois até nome por nome
Mundim também as conhece

Desafiou Zé limeira
E o nosso vate Bidim
Desmanchando o que ele fez
Feito um menino rim
Se passando por criança
Desafiou Dedé França
E até poetas no céu
Passou até por João Grilo
Mas enfrentou empecilho
Desafiar Israel

Mundim é só no nome
Na poesia é mundão
É um poeta de mão cheia
Aqui do nosso torrão
Peço que ninguém me cale
Este é Mundim do Vale
Não sabe o que é fazer mau
Muitos lhes chamam assim
Uns Nanun e Tabaquim
E outros Raimundo Piau

Raimundo Alves de morais
Seu nome de nascimento
Apelidos muito ganhou
Mas nunca se viu lamento
Dele; nem reclamação
Mas não venham com gozação
Nosso poeta Atacar
Arrepende-se quem faz assim
Fazer do mundão mundim
É querer contrastear.

Ele pensava que eu ia
Esquecer do seu cigarro
Eita que coisa abusada
É o diabo desse sarro
Poeta não brinque não
Deixe o cigarro de mão
Que esse bicho mata gente
Ainda bem que um fato
Eu estando com Nonato
Ele respeita o parente

Parabéns grande poeta
Você é merecedor
Quando eu falo aqui grande
É na poesia e no amor
As coisas da sua terra
Que em suas poesias encerra
Com valor e garantia
Receba meus parabéns
Porque eu sei que tu tens
Para nós grande valia.

V Alegre Sexta feira 13 de Agosto de 2010.

A gata do Sanharol - Por A. Morais

Na terceira vez que Chaninha, a gatinha de estimação, chegou com um peixe, todos da casa do Sanharol ficaram admirados. Fiquei encarregado de pastorar e descobri como a gata conseguia fazer aquela façanha.
Numa tardinha, a gata saiu na direção do Pocinho de João do Sapo e eu acompanhei a certa distancia. Perto do Poço, a gata deu um pinote prum lado do mato e quando reapareceu estava com um “caçote” na boca. A gata andava e eu acompanhava.

No poço existia uma cerca que o dividia em duas partes. A gata subiu a cerca e saiu andando muito faceira até o local onde a água e a cerca se nivelavam. A gata se acomodou, deu uma dentada no caçote, tirou uma isca colocou na unha e enfiou na água.

Num segundo o peixe visgou e a gata arrastou para fora dagua. Daí por diante foi fácil, fez o caminho de volta para casa, e, sempre que conto esta proeza de Chaninha aparece alguém para me chamar de mentiroso..

Feliz aniversario - Blog do Sanharol.

Prezado Mundim do Vale

Feliz Aniversario.

Deus lhe dê muita paz, saude, harmonia, bem estar, tranquilidade e pelo menos triplique o numero de anos de sua vida. Voce é um diamante que Deus lapidou e ofereceu a todos nós seus parentes, amigos e familiares. Vou parando por aqui para que os amigos do blog se manifestem e tragam os seus depoimentos e suas manifestações. Mundim, esta foto foi de proposito, Luiz Carlos Correia Diniz perguntou quem foi que lhe colocou em cima do banco. hahaha. Receba o abraço sincero e fraterno desse seu amigo e irmão que lhe quer muito bem e lhe admira por demais. Receba tambem os cumprimentos do Blog do Sanharol.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DEBATE POÉTCO II - Por Bidim e Mundim.

Nos dia da minha infância
Apesar de haver virtude
Educação e saúde
Estavam a grande distância
A maior ignorância
Trilhava os meios rurais,
Até pelas capitais
Poucos podiam estudar
QUANDO O MUNDO VEI PRESTAR
EU JÁ NÃO PRESTAVA MAIS.

Hoje alguns trabalhadores
Mesmo sendo analfabetos
Entre os seus filhos e netos
Surgem padres e doutores
Ministros e senadores
Coronéis e generais
Escolas e hospitais
Se encontra em qualquer lugar,
QUANDO O MUNDO VEI PRESTAR
EU JÁ NÃO PRESTAVA MAIS.

Não existia transporte
Por não existir estradas
Já hoje existe asfaltadas
Ligando o sul com o norte
Os carros de qualquer porte
Leva o viajante e trás
Transportam gêneros e metais
Os aviões cruzam o ar,
QUANDO O MUNDO VEI PRESTAR
EU JÁ NÃO PRESTAVA MAIS.

Hoje muitos lavradores
Já não utilizam enxadas
Por ser as terras tombadas
Por giricos ou tratores,
Ou por os cultivadores
Utilizando animais
Veneno pros vegetais
Máquinas para semear
QUANDO O MUNDO VEI PRESTAR
EU JÁ NÃO PRESTAVA MAIS.

Raimundo Lucas Bidinho
V. Alegre, 29 de janeiro de 1.997.



O bom poeta Bidinho
Diz que o mundo melhorou
Mas o vate se enganou
Porque o mundo é mesquinho.
Não mudou nem um pouquinho
Isso ninguém me contesta
Na minha rima modesta
Não sou de ficar calado.
SE NÃO PRESTOU NO PASSADO
HOJE É QUE O MUNDO NÃO PRESTA.

Se morria o cidadão
No punhal do cangaceiro
Hoje morre um grupo inteiro
Na queda de um avião.
Se existiu Lampião
Que a lembrança ainda resta
Hoje o bandido faz festa
Porque tem advogado.
SE NÃO PRESTOU NO PASSADO
HOJE É QUE O MUNDO NÃO PRESTA.

Hoje tem mais faculdade
E melhorou a escola
Mas o crime se atola
Na lama da impunidade.
Mentira chuta a verdade
E a violência se embesta
A vida fica funesta
Neste mundo alienado.
SE NÃO PRESTOU NO PASSADO
HOJE É QUE O MUNDO NÃO PRESTA.

Não quero contrariar
O que rimou o poeta
Mas pra coisa ser completa
Vai ter muito que mudar.
O IBAMA cancelar
A queimada da floresta
Pra voltar aquela festa
De passarinho afinado.
SE NÃO PRESTOU NO PASSADO
HOJE É QUE O MUNDO NÃO PRESTA.

Eu também na minha infância
Senti a mesma carência
Mas já tinha consciência
De viver na ignorância.
Já via o estudo a distância
Mas nem assim deu sugesta
E por isto escrevo esta
Achando o mundo abalado.
SE NÃO PRESTOU NO PASSADO
HOJE É QUE O MUNDO NÃO PRESTA.

Mundim do vale
Fortaleza, 30 de abril de 1.997

Continuam vivos - Por Dr. Irapuan Costa e Iris Glaucia.

João do Sapo e Dona Soledade - Grandes empreendedores do Sanharol.

Quem conheceu ou foi vizinho dos André´s, aí neste cantinho alto, no Bairro Sanharol, sabe exatamente de onde veio esta geração linda, inteligente e maravilhosa que são os seus descendentes. Eles, amigos de nossos pais, queridos de nossa família, abraçavam este cantinho com o coração humano, alegre e hospitaleiro. Hoje estamos felizes porque no Blog do Sanharol encontramos revitalizados aqueles que se foram. E, quando chegamos àquele alto de Zé André é como se sentíssemos um abraço fraterno que eles sempre tinham para nos dar. Parabéns a todos do Blog, estamos sempre com vocês e admiramos suas palavras.


Um grande abraço,


Irapuan e Gláucia



Comentário do Blog.



Prezados amigos Irapuan e Íris Gláucia.



Estamos as vésperas da festa de São Raimundo Nonato. Um momento que nos conduz as melhores lembranças e grandes saudades. Este meu comentário, dedicado aos grandes amigos Jose Rolim e Yaci mostra muito da nossa verve. O vídeo registra a ultima vez que o velho e querido José André reuniu os seus amigos no Sanharol, oito dias depois veio a falecer. No vídeo podemos ver a sua casa cheia, entre os visitantes prediletos São Raimundo Nonato. A reunião foi para rezar uma novena a moda antiga com ladainha e tudo dos velhos tempos do Padre Otávio. Não vou mais escrever porque estou indo as lágrimas, mas, o vídeo vai dizer tudo.
Um grande abraço do Blog e que Deus lhes faça felizes.
A. Morais

Desafio - Por A. Morais

Maria Auxiliadora
Nossa mãe tão venerada
Nas aflições desta vida,
Sede nossa advogada.

Sede nossa advogada,
Sede nosso protetora,
Rogai por nós a Jesus,
Maria Auxiliadora.

Duas das quatro estrofes do Hino de Nossa Senhora Auxiliadora. Quem é a autora?

01 – Iracy Bezerra de Morais
02 – Soledade Meneses
03 – Isabel de Morais Rego
04 – Adelina Siebra
05 – Santa Correia
06 - Zefa do Sanharol

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

COMPOSITORES DO BRASIL


Nossa homenagem aos 100 anos de

HAROLDO LOBO

Por Zé Nilton

“Depois das aulas, no bonde, no ponto de ônibus ou no bate-papo das confeitarias, as alunas do Instituto de Educação chegam a comentar o interesse com que aquele estranho vem acompanhando a conversa. Os olhos do homem de traços mongóis e terno banco de linho parecem duas câmaras a registrar todos os movimentos das futuras professorinhas. Ele não perde uma palavra sequer, muitas mocinhas até se afastam, para ficar longe daquele intrometido.

Dentro do ônibus, às vezes, ele finge indiferença, mas quem se preocupar mais com seus gestos verá que discretamente ele faz anotações, escrevendo frases inteiras ou rabiscando apenas algumas palavras. Seus dedos batem com ritmo num ponto qualquer do banco da frente ou na palma da outra mão, enquanto um leve movimento nos lábios denunciam que ele está solfejando alguma música. E os olhos asiáticos de repente ganham um brilho especial: ele acaba de fazer alguma descoberta”. (Nova História da Música Popular Brasileira. Abril Cultural, 1977).

De descoberta em descoberta, entendamos, de música em música, Haroldo Lobo ((Rio de Janeiro, 22 de julho de 1910 - Rio de Janeiro, 20 de julho de 1965) é um compositor brasileiro dos mais produtivos da Música Popular Brasileira principalmente em músicas de carnaval.

Até meados de 1960, a indústria fonográfica brasileira trabalhava com duas frentes comerciais: a música de carnaval e a música de meio de ano. Em tempos mais recuados os maiores investimentos corriam para o filão carnavalesco. Reparem nas chanchadas da Atlântica como a empresa do carnaval fazia girar a fortuna no mundo artístico e cultural.

Haroldo Lobo, com 80 por cento de suas músicas registradas em parceria com o excelente Milton de Oliveira, fez de tudo em se falando de composição. Diria mesmo todos os ritmos. E gostava de usar os animais da fauna ou suas onomatopéias em suas músicas, coisa inusitada no cancioneiro brasileiro.

Remetemos o leitor para os sites sobre o assunto caso queira saber mais desse mostro sagrado de nossa canção. Dê um presente ao grande compositor pelos seus 100 anos de nascimento. Ouça-o.

Pode ocorrer que ao ouvir amanhã no Compositores do Brasil algumas de suas composições sendo a maioria em ritmo de carnaval, talvez alguém interrogue:
- Música de carnaval a essa hora ? E ainda mais das antigas ? Direi:

- Sim, e porque não? Os defensores da cultura de mass media não absolutizaram o ritmo forró (muito embora o produto não o traduza) como hits de todos os momentos? Então lá vai nossa vingança. Ouviremos:

O PASSARINHO DO RELÓGIO, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira com Aracy de Almeida;
ALLAH-LA-Ô, de Haroldo Lobo e Nássara Carlos Galhardo ;
ALÔ, PANDEIRO, (Não é economia), de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Jorge Goulart;
CABO LAURINDO, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Jorge Veiga e Cyro Monteiro;
GUIOMAR, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Joel e Gaúcho;
PRA SEU GOVERNO, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira com Gilberto Milfont;
EMÍLIA, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com vassourinha;
TRISTEZA, de Haroldo Lobo e Niltinho, com Jair Rodrigues
MARGARIDA, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Quatro Ases e um Coringa;
E O 56 NÃO VEIO, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Deo e o conjunto de Zé Menezes;
JURO, Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, J.B. de Carvalho e conjunto Tupí
COMO SE FAZ UMA CUÍCA, de Haroldo Lobo e Wilson Batista com Anjos do Inferno;
A COROA DO REI, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira com Dircinha Batista;

Quem ouvir verá!

COMPOSITORES DO BRASIL
Rádio Educadora do Cariri – 1020 (www.blogdocrato.blogspot.com)
Quintas-feiras, de 14 às 15 horas
Pesquisa, produção e apresentação de Zé Nilton

E LÁ MORA GENTE? - Por Mundim do Vale

Joaquim Vieira, Avô de Geraldo Menezes, Fernando Souza e Valdimiro Vieira, foi embora com a família de V. Alegre para Orós e lá chegando ganhou o apelido de “Véi do Trem.” Certa vez ele estava numa banca de caipira, quando chegou um pescador falando fino e rebolando mais do que a loira do Tcham. A bichinha aproximou-se de Joaquim Vieira e perguntou:
- Ei Véi do Trem. Tu é de Rajalegue?
- Sou. Pruque?
- É divera qui o juiz de lá é uma muié?
- É sim. E é braba feito a gota.
- E é divera qui o pade de lá é casado?
- É. E é macho qui só preá.
A figura pôs as mão nos quartos deu uma rodada e falou:
- Váila! E lá mora gente?
- Mora sim. Mora muita gente. Só num mora mais ainda, pruque o prefeito mandou deixar um bucado de fresco aqui im Orós, prumode pescar no ri Jaguaribe.

Fonte: Josélia Menezes.

Dedicado aos netos do VÉI DO TREM

Frase do dia.

“Reimundo, te preocupes não meu filho, eu e tua mãe faz é tempo que não fazemos "bangalafomenga.”

Chico André.

Historia.

Raimundo Nonato de Morais, meu primo e amigo, professor da Escola Técnica Federal de Crato, foi passar um final de semana no Sanharol com os pais. Andou tomando umas geladas e quando chegou em casa se sentou na cama do casal e a cama se desfez. Foi tabua prum lado e pra outro. Raimundo ficou muito preocupado em recuperar a cama antes de voltar para o Crato. Como não encontrava marceneiro para efetuar o trabalho apresentava-se nervoso e apreensivo. Foi quando tio Chico André disse: Reimundo, te preoculpes não, eu e tua mãe, faz é tempo que não fazemos “bangalafomenga”.

Você pode até não saber o que é Bangalafomenga, mas sabe o que o meu tio quis dizer.

Uma nova chance! - Enviado por Magnolia Fiuza.

Havia uma homem muito rico, que possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados a seu serviço...Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que ao contrário de seu pai não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era de fazer festas e estar com seus amigos, e de ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abadonariam. Os insistentes conselhos de seu pai lhe retiniam aos ouvidos, e logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção.
Um dia, o velho pai já avançado em idade, disse aos seus empregados para construirem um pequeno celeiro e, dentro dele, fez uma forca, e junto a ela uma placa com os dizeres:"Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai". Mais tarde chamou seu filho e levou até o celeiro e disse: Meu filho, eu ja estou velho e quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu, e sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados, vai gastar todo o dinheiro com seus amigos, irá vender os animais, e os bens, para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrempender amargamente de não ter me dado ouvidos.
É por isso que eu construí esta forca. Sim, ela é para você, e quero que me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela? O jovem riu, achou um absurdo, mas para não contrariar o pai prometeu, pensando que jamais isso pudesse acontecer. O tempo foi passando, porém o pai morreu e o filho tomou conta de tudo. Mas exatamente como o pai previra, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre sua vida e viu que havia sido um filho tolo, lembrou-se de seu pai e começou a chorar e dizer: Ah! Meu pai, se eu tivesse ouvido os seus conselhos... Mas agora é tarde, tarde demais! Pesaroso, o jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que restava. A passos lentos se dirigiu até lá. Entrando, viu a forca e a placa empoeirada, e disse: Eu nunca seguii as palavras de meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos desta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada.
Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, dizendo: Ah, se eu tivesse uma nova chance e então pulou, sentiu por instante a corda apertar sua garganta. Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão, e sobre ele caíram jóias, esmeraldas, pérolas e diamantes. A forca estava cheia de pedras preciosas, e um bilhete que dizia:"Essa é sua nova chance, eu te amo muito. Seu pai".

terça-feira, 10 de agosto de 2010

EM HOMENAGEM AO ZÉ CLEMENTINO

EM HOMENAGEM AO ZÉ CLEMENTINO
EM 10 DE OUTUBRO DE 1993
Raimundo Lucas Bidinho

Um dia lindo e risonho
Perante a mil convidados
Um casal de namorados
Contraíram matrimônio
Realizaram esse sonho
Pela ordem do destino
As aves cantaram um hino
Na véspera do casamento
E desse feliz evento
Nasceu José Clementino.

Nasceu em Juazeirinho
No ano de trinta e seis
Dia dois de fevereiro
Do ano segundo mês
O seu feliz nascimento
Cobriu de contentamento
Seus pais e toda família
Muitos cantaram louvores
Com os seus progenitores
Lourival e Dona Emília.

O conheci na infância
E o tempo foi passando
Foi crescendo e foi mostrando
Ser um jovem inteligente.
Quem estava a sua frente
Admirava o menino
Ainda tão pequenino
Fazer versos como prece
Hoje o Brasil reconhece
Quem é José Clementino.

Conhece por suas músicas
Que são todas de alto porte
Diariamente cantadas
Ouvidas de sul a norte
Vinte e uma gravações
Animando as multidões
Das capitais aos distritos
Levando aos contingentes
Mais alegria aos contentes
Reanimando ao aflitos.

Contrastes de Várzea Alegre
Uma ótima gravação
Sou do Banco e Capim Novo
E o Jumento Nosso Irmão
Lembranças e Sertão Sedente
Mostrando a nossa gente
Muita coisa a desejar
Mais outras músicas criou
Foi ele quem colocou
A Várzea Alegre no ar.

O hino de Várzea Alegre
Ou hino municipal
Escrito em estilo nobre
Num sistema colossal
Que fala da sua gente
Da sua origem abrangente
Sem mentira, sem chantagem
Pelo seu merecimento
Recebe neste momento
Tão merecida homenagem.

Várzea Alegre, 10 de outubro de 1993