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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Eleição terá lideres de escandalos.

Personagens de todos os grandes escândalos políticos dos últimos 20 anos estão mais uma vez concorrendo a uma vaga de deputado, senador ou governador. Não houve lei, punição, investigação ou processo que afastasse essas pessoas da política. Ao contrário, elas são favoritas na eleição deste ano, a primeira disputada sob a Lei da Ficha Limpa, aprovada para barrar candidatos condenados pela Justiça.
O Estado levantou as principais crises ligadas à corrupção desde a eleição de Fernando Collor à Presidência em 1989. O próprio Collor, candidato a governador de Alagoas, abre essa lista.
Ganha a companhia de figuras carimbadas dos escândalos das duas últimas décadas, entre elas Jader Barbalho, Paulo Maluf, Orestes Quércia, Renan Calheiros, os "mensaleiros" de PT, PSDB e DEM, além de Anthony Garotinho, José Carlos Gratz e os governadores cassados Jackson Lago, Marcelo Miranda e Mão Santa. Juntos, somam pilhas de processos na Justiça e R$ 200 milhões de patrimônio declarado nesta campanha eleitoral.
Três deles já conheceram de perto as celas policiais: Jader, Maluf e Gratz. Outros fugiram de processos de cassação ou foram absolvidos pelos colegas. E todos têm uma folha corrida nos tribunais.
Fonte o Estadão.

4 comentários:

  1. Vivemos a epoca da comunicação. Tods conhecem muito bem a ficha dessa gente. Não vão cair de paraquedas. Serão eleitos pelo povo. Portanto precisa mudar com urgencia o povo, e não criar leis que jamais serão aplicadas. Lamentavel.

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  2. Por essas e por outras razões, é que o jornal "Folha de S.Paulo" publicou na edição desta 3ª feira a matéria abaixo:

    “O secretário-geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Dimas Lara Barbosa, afirma que a Igreja Católica vai orientar os fiéis na campanha eleitoral sem indicar ou vetar nomes de candidatos. A ideia é "superar o desencanto da população com a classe política".

    Em entrevista concedida à Folha, o bispo auxiliar do Rio de Janeiro sustenta ainda que a missa não é o espaço apropriado para a discussão do voto católico. "O mais adequado é que haja encontros específicos, que permitam o estudo e a reflexão dos documentos da Igreja acerca do tema."

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  3. Aliás, ontem à noite em entrevista no Jornal Nacional da Rede Globo, a candidata Dilma Rousseff, reconheceu que “o PT mudou” ao responder à pergunta de Bonner sobre o apoio ao atual governo de nomes como Jader Barbalho (PMDB-PA), Renan Calheiros (PMDB-AL), José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor de Mello, que já foram tão criticados pelos petistas.
    Dilma disse curto e grosso: “O PT aprendeu e mudou. Não tinha experiência, mas percebeu que um governo da complexidade do Brasil precisa de alianças. Quem apoia nosso projeto, a gente aceita do nosso lado”.
    Quem te viu, quem te vê...

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  4. Muitos políticos foram barrados por causa da famosa Lei Ficha Limpa.
    A Justiça é morosa tanto para condenar quanto para absolver. O fato de alguém ser processado não significa que ele é culpado. E esse cuidado foi tomado na Lei da Ficha Limpa que prevê a suspensão da elegibilidade com condenação transitada em julgado. Durante oito anos (seja a partir do fim do mandato ou do cumprimento da pena) o sujeito será inelegível.
    Tal medida é indispensável, pois é necessário dar o direito de defesa a todos indistintamente. A TODOS. Suprimir esse direito é fazer o Brasil retornar à época da Ditadura em que a condenação vinha pronta sem nenhuma defesa do condenado.
    Esse é o molde da democracia em que tudo é ponderado. Um político, seja qual for, com décadas de “carreira” certamente enfrentará vários processos. O próprio Mercadante já afirmou isso no UOL, no dia 13/07 ao responder sobre as críticas sobre os tais processos.
    Por serem pessoas com reponsabilidade pública, precisam prestar conta de tudo que fazem, até do ar que respiram. Processos são inevitáveis. Isso no Brasil ou em qualquer país democrático.
    Claro, que os processos complexos demoram no Poder Judiciário. Não basta ser processado, o processo tem que ser justo para ser legítimo. Um processo em que há mais de 100 envolvidos não pode transcorrer rapidamente, sob pena de não respeitar algum princípio jurídico processual que pode levar à absolvição de alguém que realmente cometeu um crime.
    Essa morosidade, também, não interessa ao candidato que tem como se defender, que não é responsável pelo dito na acusação (seja no todo ou em parte). Esse candidato, ou uma pessoa comum que seja, tem pressa de mostrar sua inocência.
    Vamos citar como exemplo o Orestes Quércia, q de todos tem o caso mais simples.
    Ele já foi processo e até condenado há muito tempo atrás. Mas ele se enquadra na Lei ficha-limpa. Por que? Primeiramente, porque a lei não retroage à condenações anteriores à promulgação da Lei. Mas, se a lei vigesse na época da condenação, ainda assim, ele seria elegível na eleição atual pois já teria passado o seu período de inelegibilidade.
    Nesse caso em específico há um paradoxo, Quércia foi condenado por ato cometido durante o governo dele de São Paulo que teve mais de 80% de aprovação popular. Por incrível que pareça, a condenação dele não impediu de atuar num mandato absolutamente populista. Ninguém pode negar que o Quércia fez várias obras necessárias em São Paulo.
    A inelegibilidade não é e nem deve ser eterna. Não há pena perpétua. Cabe a cada eleitor, após passado esse período, ponderar a vida pregressa de cada candidato. O que cada um fez pela sua região ou pelo país.

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