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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Um pouco da Historia de São Raimundo - Por Armando Rafael.

São Raimundo Nonato era espanhol e viveu no século XIII. Ele se rebelou contra a escravidão que na época era tida como natural por muita gente. Em 1224 entrou na Ordem dos Mercedários, que era dedicada a resgatar os cristãos capturados pelos islâmicos, que eram levados para prisões na Argélia.

São Raimundo não queria apenas libertar os escravos, mas lutava também para manter viva a fé cristã dentro deles. Capturado e preso na Argélia, converteu presos e guardas, mas teve a boca perfurada e fechada por um cadeado para não pregar mais. Após sua libertação, foi nomeado em 1239 cardeal pelo papa Gregório IX, todavia no início de seu caminho a Roma padeceu violentas febres pela qual morreu.
Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época. É festejado no dia 31 de agosto e é considerado o patrono das parteiras e obstetras.

2 comentários:

  1. Prezado Leitor.

    Voce já viu um padre, em suas pregações, falar da historia de São Raimundo? Eu não vi.

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  2. Armando Rafael e Morais, em homenagem ao seu relato apresento as primeiras estrofes de um texto que construí envolvendo a figura fantástica de São Raimundo Nonato. Esse trabalho é composto de aproximadamente 160 estrofes.

    Ei-las:

    O ENCONTRO DE SÃO RAIMUNDO NONATO COM GETÚLIO VARGAS NA FESTA DE AGOSTO

    No picadeiro do sonho,
    No palco da ilusão,
    Eu vislumbrei uma cena
    Com bem formada emoção,
    Que me fez pensar bastante
    E fazer reflexão.

    Um Encontro Mundial
    De Oradores, havia:
    Num palco improvisado,
    De sutil alegoria,
    Bem na frente do Cruzeiro
    Isolado, que ousadia!

    O cruzeiro é uma cruz
    Fincada num pedestal,
    Que no patamar da igreja
    Tem o seu ponto normal,
    Pois representa Jesus
    No martírio crucial.

    Todavia, em Várzea Alegre
    Um contraste aconteceu:
    Fincaram-no isolado,
    Porém ninguém percebeu
    As casas em construção
    Cobrindo o seu apogeu.

    Esse histórico local
    Pelo meu sonho lembrado
    Encontra-se a poucos metros
    De um local muito afamado:
    A Esquina de Zé Bitu
    Um ponto já consagrado.

    Se você andar um pouco
    Nessa mesma direção
    Encontrará a capela
    De um santo que tem ação:
    O famoso Santo Antônio
    O defensor da paixão.

    Tinha padres e políticos
    Cantadores, repentistas,
    Muitos santos milagreiros,
    Escritores e artistas
    Diretores importantes
    De jornais e de revistas.

    Enobrecendo o cenário
    Vi uma imagem real:
    Verifiquei São Raimundo
    Com traje tradicional
    Enxerguei Getúlio Vargas
    Figurão nacional.

    Da Índia, encontrei Ghandi
    Da Bahia, Rui Barbosa
    Da Argentina, a Evita
    Figura muito famosa,
    E daqui do Ceará
    Quintino Cunha era a prosa.

    Outros vultos importantes
    Davam brilho a ocasião:
    Padre Vieira e Bidinho
    Numa outra posição,
    Joaquim Alves e Otacílio
    Aguardavam com atenção.

    O palco foi planejado
    Para servir ao evento.
    Com dois metros de altura
    Sem cobrir o monumento
    No Cruzeiro avistávamos
    Bela cruz vibrar ao vento.

    As duas extremidades
    Laterais da grande cruz
    Ornamentadas com fitas
    De cor rubra, que reluz,
    Algumas verde-amarelas
    E outras brancas, como a luz.

    As fitas verde-amarelas
    Vinham homenagear
    O presidente Getúlio,
    O estadista popular,
    Porém, as rubras e brancas
    São Raimundo, demonstrar.

    O Santo e o Presidente
    Sentiram-se comovidos
    Vendo as fitas tremulando
    Com os tons bem escolhidos
    E fitando enorme festa
    Ficaram envaidecidos.

    O primeiro a discorrer
    Foi o santo padroeiro
    Da cidade dos contrastes
    São Raimundo verdadeiro,
    De oratória soberana
    E discurso alvissareiro.

    Narrou toda a sua história
    Com sagaz erudição:
    Que veio ao mundo por sorte,
    Pela força da oração
    Pois teve a sua mãe morta
    No final da gestação;

    Que pra não morrer no útero
    Da sua mãe, tão pequeno,
    Do ventre dilacerado
    Retiraram-no, sereno,
    Vindo ao mundo com a missão
    De torná-lo mais ameno.

    Falou com muita eloqüência
    Da fé e da piedade
    Da sua missão na África
    Em busca da liberdade
    Dos cristãos que padeciam,
    Que sofriam de verdade.

    Relembrou o seu martírio
    E a sua grande aflição
    Quando calaram a sua voz
    Tirando o seu vozeirão
    Colocando um cadeado
    Nos lábios por perversão.

    Retornou pra à sua Espanha
    Com distinta aclamação.
    O papa Gregório IX
    Cedeu-lhe honrosa moção
    Transformando-o em cardeal
    Com justíssima razão.

    Ao chegar em Barcelona
    Viu-se livre do tormento
    E não querendo o conforto
    Do palácio cem por cento
    Buscou morar muito humilde
    Nas celinhas do convento.

    Em trinta e um de agosto,
    De doença natural,
    Parte do mundo dos vivos,
    Deixa de ser um mortal
    E o grande papa Alexandre
    Torna-lhe santo, afinal.

    Hoje é muito relembrado
    Por seu exemplo de vida:
    O trabalhador rural
    Faz-lhe festa merecida
    Daí ser muito exaltado
    Tendo a glória garantida.

    Um grande abraço.

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