Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

148 - O Crato de Antigamente - Por Antônio Morais.


Praça da Sé - Crato.

Bom é passear no Crato. Andar a pé, passar em frente ao Tênis Clube, ao Hospital que me viu desembuchar, descer até a Praça da Sé, sentar um pouco perto da fonte e contemplar o tempo, companheiro fiel da Igreja onde, eu menino, Padre Rubens rezava missa. Felicidade chega ali, se aboleta no primeiro banco e tome tempo pra ir embora!

Ainda bem que, nesse caso, a felicidade é preguiçosa. Antes de seguir viagem rumo ao centro, agradecer à Senhora da Penha pelo vento gostoso e pela sorte de ali ter nascido. Na Siqueira Campos, devagar, sem qualquer pressa, tomar um cafezinho quente e lembrar do Cine Cassino, dos bang-bangs de antigamente, da tabuleta caprichosamente feita por Amarílio anunciando o filme do dia.

Maldito ‘progresso’ dos dias de hoje; malditos os que derrubaram o prédio da esquina para construir um não-se-sei-o-quê. Na entrada da cidade, procuro ver a casa que era do meu avô e onde eu passava as férias. Não mais a vejo. O ‘progresso’, faminto e ganancioso, comeu a casa do meu avô e vomitou mentiras para justificar o atentado. Palavras que ainda hoje escorrem, a céu aberto, no esgoto da hipocrisia.

Xico Bizerra.

7 comentários:

  1. Prezado Xico.

    Como é prazeroso ler este texto. No passeio ao passado podemos observar que o progresso retirou de todos nós boa parte dos nossos costumes, do jeito de viver e da felicidade pura, inocente e humanitaria. Até o povo alegre e ordeiro de antes anda meio cabisbaixo, cisudo e molenga.

    Um bom Domingo.

    ResponderExcluir
  2. Esse era o Crato do final dos anos sessenta época em que estudei no Wilson Gonçalves. Lindo texto.

    ResponderExcluir
  3. Foi bom ler esse texto. Parte desse itinerário eu fiz. Beleza.

    ResponderExcluir
  4. No dia 10 de Dezembro de 1971 Monsenhor Raimundo Augusto de Araújo Lima celebrou o nosso casamento, meu e Nair. Fomos morar no Pimenta na rua Major Evangelista Gonçalves 08.

    Fazíamos esse itinerário igualzinho está descrito para trabalhar no Centro, eu no Banco do Cariri e ela na Teleceará. A pé, não tínhamos carro.

    ResponderExcluir
  5. Amo esse lugar. Eu morava na Pe Sucupira, uma ruazinha que saia na praça. Amava ficar sentada no banco da praça com as amigas. Gracas a Deus e a Vovó do meu coração, por ter tido este privilégio...

    ResponderExcluir
  6. Está tudo indo embora sem deixar rastro

    ResponderExcluir
  7. A primera ves que fumes maconha foi ai

    ResponderExcluir