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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

484 - Preciosidades antigas de Varzea-Alegre - Por Antonio Morais


Moravam no Sanharol. Numa época em que a velhice era inteiramente desassistida. Pobreza absoluta. Aqui e aculá um arranca rabo, mas, apesar de viverem em pé de guerra, nunca se podia comparar a um Iraque.

Zé Chato ganhou de presente do Dr. Fransquim Feitosa uma dentadura. Com o tempo Jorvina passou a usá-la também. A mesma dentadura servia aos dois nas solenidades da igreja, passeios e visitas aos amigos, essa era a simples causa de andarem sempre separados.

Um dia Zé Chato foi pra feira semanal pela manha, ao retornar colocou a dentadura no lugar de costume, um copo abastecido com agua.

Jorvina terminou de arrumar a cozinha e disse: Ze, eu vou na casa de comadre Zefa do Sanharol. Colocou a dentadura, deu uma sugadinha e protestou: Covarde! comeu cocada e não trouxe pra mim.

Apesar de brigões, Zé e Jorvina fizeram 60 anos de casados.

3 comentários:

  1. Higiene? Chegou aí e parou. Eita Rajalegre pra ter historia e estorias.

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  2. KKKKKKKKK...
    MUito boa essa história. Adorei...
    Abraçoss

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  3. Amigo Morais,

    - Você tem coragem de trocar um hospital por uma dentadura?

    - Sim!... Mas só se for com cocada.

    Um Abraço.

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