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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SORTEIO DE PIZZAS- Reprise a pedido de Morais


Essa quem me contou foi o próprio Darlan Batista.

Darlan me contou que o seu pai André, sempre foi rigoroso na educação dos filhos, principalmente dos filhos homens. Mas com todo esse rigor, ele e os seus irmãos; Dalmir, Demontier e Neném, aqui e acolá aprontavam algumas
Travessuras. Entre os quatro havia um pacto de não assumir o mal feito e nem delatar o responsável.
Certa vez um dos quatro colocou um caçote dentro do pote de água de beber.
Quando o pai foi tomar água, o caçote pulou bem na cara dele. André ficou mais nervoso do que sacristão engasgado com vinho e já foi logo perguntando:
- Quem fez isso? – Eu não foi! - Eu também não! – Eu muito pior! – Não foi eu
e nem eu sei quem foi!
André falou: - Pois muito bem, como ninguém sabe quem foi, eu vou sortear uma piza. Chamou Bezinha e mandou escrever o nome de cada um num papel depois enrolou tipo canudo, colocou numa lata de leite ninho e mandar que Erineide tirasse um. Abriram o papel deu Darlan, que apanhou mais do que
Jumento ruim acoado.
Em outra ocasião um deles enforcou a boneca de Zuleide na grade da janela.
Quando André chegou que viu a menina se esgoelando, perguntou logo:
Quem foi? Ninguém respondeu e ele pediu logo os papéis a Bezinha.
Feito o sorteio deu Darlan novamente. E tome peia. Uma semana depois botaram o cachorro e o gato na dispensa e fecharam a porta. André vendo a arrumação perguntou; - Quem foi? Silêncio total:
- Pois vamos ao sorteio.
Darlan aproximou-se e disse: - Pai é melhor o Senhor me açoitar logo. Porque Só sai meu nome nessa chibata.
- Não Senhor! Eu sou um pai democrático e além do mais, eu gosto desse jogo. – pois vamos jogar castanha que é melhor. – Negativo, vamos fazer o sorteio.
Feito o sorteio advinha quem ganhou? – Eu respondo. Darlan.
Passado quinze dias apareceu uma tigela de coalhada com creolina dentro. Quando André chegou os meninos estavam muito mais preocupados do que o gato de valdeliz quando me via colocando couro nas cuícas da charanga.
André mais zangado do que das vezes anteriores falou:
- Bezinha vamos ao sorteio. Bezinha botou os nomes, enrolou e colocou na lata, quando Darlan interrompeu:
- Pai. Eu queria conferir os papéis pra ver se não tem só o meu nome.
André muito irritado pediu para Bezinha abrir os bilhetes e lá estavam os nomes dos quatro. Darlan conferiu ficou calado e André falou:
- Tá vendo cabra! Você duvidou da minha honestidade com insinuações tendenciosas, agora engula seu desaforo.
Enrolaram os papéis novamente e para mostrar transparência, veio a caçula Gláucia para sortear. Mas diz aí que deu Darlan.
André ainda nervoso falou:
- Darlan, hoje você ganhou duas pizas; Uma porque foi contemplado e a outra porque desconfiou de mim.
Graças a esse rigor na disciplina, os filhos de André todos são pessoas de bem. E a eles eu dedico esse causo.

Um comentário:

  1. Prezado Mundim.

    Conheci a familia de André em Crato, depois eles foram embora para Fortaleza. De todos o mais engraçado era o Dalmir. Porem o Darlan era um verdadeiro João Alves, ganhava todos os sorteios.
    Abraços

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