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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

VIAJANDO PELA BR 116

Coragem ou loucura?
- Claude Bloc -


Comprei a passagem. Vir ao Crato é sempre uma alegria e por isso o entusiasmo me privou da razão. Comprei, então, essa passagem às cegas. Não atentei para um detalhe importantíssimo: o roteiro.

Pois é, nessa bobeira acabei vindo pela BR 116. Jaguaribe, Icó... Chegando em Icó a chuva começou a engrossar. Buracos à parte até aí a viagem foi normal. Vim de “Executivo” que deveria ter um mínimo de paradas e um certo conforto. Acostumada com o “lombo” dos ônibus dormi até esse ponto.

Depois disso, um senhor começou a bodejar. Parece que na parada havia tomado “chá de chocalho”. Contou mil histórias de “unha de gato”, chuva, roça, caminhão atolado, Brejo Santo alagado... Eita, uma verdadeira enfieira de histórias intermináveis. Creio que em outra situação eu até tivesse gostado de ouvir aquilo, mas em plena madriugada, olhos pesados de sono e o frio tomando conta da gente, embaçando os vidros, realmente não dava pra aguentar. E não adiantava tapar os ouvidos...

O tal senhor desceu em Milagres. Mas aí o ônibus seguiu rumo a Brejo Santo. Saindo de lá ainda debaixo de chuva, foi a hora de passar por uns 5 km de estrada de terra, (desvio), ou melhor, de lama. Barro e piçarra. E a chuva caindo. O ônibus parecia um barco em alto mar, andando a uns 5 km por hora e bambeando para um lado e pra outro. Um martírio para quem tem trauma de atoleiro.

Saindo de Fortaleza às 21:45, cheguei ao Crato às 8 da manhã. De Juazeiro ao Crato fui a única passageira. Crato? debaixo d’água. Rua José Carvalho um verdadeiro rio. Eu? De volta ao Crato.

Às 13:30h, na URCA, meu curso de Especialização. Depois de um baião com pequi.

Claude Bloc

16 comentários:

  1. Claude,

    Trafegar a BR 116, de ônibus, é um ato de coragem. Não tão grande, ao de enfrentar um baião com pequi. Todavia, o mais importante na vida é possuir a determinação de sentir o seu sabor. Você é duplamente corajosa. Bom passeio.

    Em tempo: estou este final de semana aqui no Cariri. Qual será o seu roteiro?

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  2. Claude.

    Viajamos de carro com a familia para Canoa Quebrada. Tres familias. Neste trecho estouramos tres pneus e eu como sou velho e todo velho é égua contei entre Icó e Jaguaribe 16 carcaças de animais mortos na beira da estrada. Foram no minimo 16 acidentes. Isto é um descaso com a vida humana. A minha revolta é saber que a saude, a educação , DESTE PAIS, são outras BR 116 e a midia comprada transforma tudo em um mundo encantado. Quero ver até quando.

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  3. Eu já percorri esta BR exatamente indo visitar minha irmã em Icó, poxa ato de muita coragem.
    Mas de você não me surpreendo mais nada, eita mulher porreta.
    Em 2000 fui visitar o papai em Crato e fomos daqui de Ribeirão Preto de carro oassamos primeiro pelo Maranhão, Piaui, Pernambuco e paramos no nosso destino : Ctato. Foram 35 dias de viajem, adoravel, se não fosse a volta pelo Icó.
    Mas uma aventura desta estou programando para fevereiro 2011, destino Crato, lá não encontrarei quem eu mais queria, mas vou conhecer e rever meus amigos e parente.
    Parabéns mulher de fibra.
    beijos

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  4. Claude.
    Esse percurso que você fez de ônibus, eu também fiz e vou fazer novamente dia 23. Estou aqui em Jatí bem próximo daquele desvío
    que você falou.

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  5. Dr. Sávio.
    Peça experiência que tive na viagem
    e vou ter novamente muitas vezes, eu posso dizer que o bião com piqui
    é muito superior.

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  6. Sávio.
    Leia BAIÃO e PELA
    No lugar de BIÃO E PEÇA

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  7. Claude, quando meus pais ainda moravam em Várzea Alegre eu fazia essa sofrida viagem todas as férias tão somente para agradar a eles.Pensa numa viagem demorada e cansativa, mas teve uma delas que se tornou agradável: meu companheiro era Sávio. Nosso poeta é tão boa companhia que a viagem se tornou mais curta e menos sofrida. Gostei da tua foto, agora faço como a menina daqui de casa: ERA O QUE EU MAGINAVA, MUITO CHIC para não dizer BCBG. ABRAÇO FAFÁ

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  8. Sávio,

    Coragem de comer baião com pequi, pode crer que não precisa ter muita, pois é um manjar. Todo bom ciririense sabe a delícia que é. Hoje foi o dia da pequizada... Um néctar!

    Mas eu lhe garanto, essa estradinha vou te contar! É de matar, VÔTE! Vou voltar a Fortaleza segunde de noite, mas já garanti que iria pela estrada do algodão... Por falar nisso, passei outro dia por Rajalegre e achei que a cidade hoje em dia está bem mais bonita... E estrada também está boa.

    Quanto ao meu roteiro, é Crato mesmo, pois vim fazer um(mais um) curso de Espacialização em Lingua Portuguesa e Literatura Brasileira e Africana, desta vez na URCA. .

    Amanhã ainda terei aula ate´umas 11 horas. Depois é só respirar bem fundo e sentir os bons ares da Chapada


    Abraço,

    Claude

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  9. Morais,

    Quando lhe liguei convidando para o aniversário dos meus manos quando de passagem por Rajalegre, você me disse que ia fazer essa viagem pra Canoa Quebrada...

    Mas eita! num precisava se chamar de "égua" nem de véi... oxente! Só porque contou os "bichim atropelado"??? é até uma meneira de espantar o tédio da viagem...

    Mas num aspecto você tem razão, a gente paga impostos e nada se faz para melhorar o estado dessas estradas... Um automóvel de pequeno ou médio porte sofre misérias nessa buraqueira.

    Até quando? Sabe-se lá...???

    Abraço,

    Claude

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  10. Obrigada Iris, por sua solidariedade...

    Em fevereiro talvez eu tenha concretizado um velho sonho: voltar a morar no Crato...

    Caso isso tenha se realizado, entre em contato quando chegar por aqui. Quem sabe a gente possa tomar um sorvete na praça da Sé... (risos)

    Abraço,

    Claude

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  11. Mundim,

    Vixe, menino, onde tu tá escondido? (risos) No "mêi" da lama?

    Foi um sufoco da peste essa minha viagem. Me lembrei do tempo que se ia a Fortaleza nas estradas de terra... O Jipe deslizava de um lado a outro no barro vermelho. Eu morria de medo.

    Por isso que "arreneguei" essa empreitada...

    Pois é, se Deus quiser, nem tão cedo vou por ali.

    Abraço,

    Claude

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  12. Fafá,

    tenho trauma de estrada lamacenta... O JIpe de papai cansou de atolar na altura de Ponta da Serra, nas imediações do rio Correntim... Uma vez dormi numa casinha que ficava no alto de uma barreira enquanto papai arranjava alguém para desatolar o carro.

    De manhã a dona de casa me ofereceu leita de cabra... Esperei ela sair de perto para tomar o leite como quem tma remédio: tampando o nariz ra não sentir o cheiro. Eu não queria que ela pensasse que eu era metida a besta... Aprendi desde cedo a ser simples. Portanto, não sou chic nada (risos)sou uma pessoa que prefere se acomodar (encaixar) aos ambientes onde está...

    Mesmo assim agradeço pela gentileza. Só num sei o que é BCBG... (risos) mas se é elogio agradeço também... (rindo muito)

    Abraço,

    Claude

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  13. Claude,

    estou por aqui só me deliciando com as histórias.
    Eita povo animado !
    Mas eu quero saber mesmo é :
    - Onde comprou esta camisa que está na foto com o nome do Crato ?
    Parece coisa especial !
    KKKKKKKK.......

    FELIZ NATAL !

    Beijo !

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  14. BCBG quer dizer:
    Bon
    Chic
    Bon
    Genre
    Desculpa, Claude, força de expressão, vc não é nada disso, por sinal vc parece ser uma pessoa muito simples mas não é palavrão coisa nenhuma, é apenas para exaltar a pessoa quando se arruma e se torna elegante. Vc é BCBG no jeito de falar, pronto!!!!!!
    Abraço Fafá

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  15. Ei, Edilma,

    Esta camisa foi uma encomenda especial que "algumas passoas" fizeram para este Natal...
    Nenhum detalhe te escapa, né? (risos)

    Oxente, FELIZ NATAL também pra ti.
    Como é, hoje vamos ao Iguatemi?

    Abraço,

    Claude

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  16. Fafá,

    Eu apenas mexi contigo. Num me zanguei nem pensei que aquilo fosse "palavrão" (rindo muito).
    Pelo contrário, gosto muito de sua espontaneidade. Continue nesse clima, estou adorando.

    Ça veut dire que moi aussi je te considère chic et souriante.

    Abraço natalino.

    Claude

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