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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

PEDRA DE QUILO - Por Mundim do Vale

Há muitos anos passados, houve um inverno pesado emVárzea Alegre e fez com que uma pedra grande rolasse da serra até o sítio Riacho do Meio. No deslizamento a pedra desceu derubando árvores e deixando no seu percurso uma abertura, que mais parecia uma estrada. Nunnca mais nasceu mato naquele local. A parada final da pedra foi exatamente no meio do riacho, onde desviou o curso do río em dois ramais.
Anos depois o espirituoso Pé Véi trabalhava com Fatico na colheita de algodão. Um dia lá Pé Véi zangou-se com Fatico e pediu as contas.
No domingo seguinte Fatico estava na calçada conversando com alguns amigos, quando passou Pé Véi com uma trouxa e falou:
- Fatico. Inté ôto dia. Eu vou trabaiá catando argodão lá no Riacho do Mei, me dixero qui Leó paga muito bem.
Fatico com aquele jeito sereno que só ele possuía, respondeu:
- Seja feliz, Pé Véi. Mas se por lá não der certo, as portas do Buenos Aires estão abertas.
Na segunda feira seguinte, por volta das 18 horas, Fatico estava conversando no mesmo local com os mesmos amigos, quando avistou Pé Véi retornando. O ex patrão vendo que seu ex empregado retornava de mala e cúia perguntou:
- Já de volta Pé Véi? O que foi que houve? Você adoeceu?
Aduecí não Fatico. Eu vou ficar é por aqui mermo, pruquê a peda de quilo de Leó, é aquela qui rolou de riba da serra.
Dedicado a Zé Haroldo Fiuza.

Um comentário:

  1. Pois é Mundim.

    Não tinha quem apanhasse uma arroba na balança do Riacho do Meio. Pé Veio, Crande Pé Veio.

    Muito boa.

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