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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Ser Transparente - Por Claude Bloc.

Ser Transparente
- Claude Bloc -


As vezes me pergunto por que é tão difícil ser transparente... Quando falo “ser transparente” não é simplesmente e apenas ser sincero/a, não enganar os outros. É muito mais do que isso... É a pessoa ter coragem de se expor, de se mostrar frágil, de chorar, de ajudar, de se doar, de perdoar, de ser solidário/a, de falar o que  sente...

Ser transparente é desnudar a alma e deixar cair as “máscaras”, baixar as armas, destruir os muros enormes que insistimos tanto em levantar... Ser transparente é ir à luta em busca de um sonho, é permitir que toda a nossa doçura, nosso amor, desabroche e até transborde.

O que podemos perceber é que infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. De um modo geral se prefere a dureza da razão à leveza que exporia toda a nossa fragilidade humana.

Muitas vezes preferimos o “nó na garganta” às lágrimas que vêm nos socorrer trazendo alívio. Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar diante da verdade e admitir que não sabemos de tudo, que temos medo.

Muitas vezes construimos uma “máscara” que nos distancia cada vez mais de quem realmente amamos e preferimos manter essa imagem que nos dá a sensação de proteção, mas que nos esvazia e nos dilacera. E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas porque somos como folhas secas, nos perdemos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado.

Com o passar do tempo, acabamos por nos envolver num vazio frio e escuro e quando acordamos percebemos que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar: a doçura, a compreensão, o amor, a amizade, a doação, a solidariedade, o perdão, a ajuda...

E, no entanto, tudo isso pulsa e grita dentro de nós, só que já não temos coragem de mostrar, pois aprendemos que é mais fácil simplesmente dizer: “Você está me machucando, me magoando”.

Aprendemos, que ser fraco, é ser bobo, é ser menos. Mas, na verdade o que devemos fazer é deixar explodir toda a doçura que sentimos sem prender o choro, sem conter a gargalhada, sem esconder tanto o nosso medo, sem desejar parecer invencíveis. Simplesmente sendo transparentes.

Claude Bloc
Adaptação do texto de Rosana Braga
http://www.rosanabraga.com.br/index.php?pagina=artigos

8 comentários:

  1. A sociedade moderna e desumana, preconceituosa e prepotente, perversa e desonesta consigo mesma, escraviza o homem dentro de um invólucro opaco. A transparência transcende o homem, mas este ser egoísta resiste em sair do seu desaventurado pedestal. A verdadeira libertação humana começa com a perda do temor de ser tranparente. Viva Claude! Por ter descoberto a virtude humana do desnudamento espirutual.

    Um abraço.

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  2. ESCLARECIMENTO
    "Deixe aflorar toda a sua doçura!"
    Autoria: Rosana Braga
    Circula na internet erroneamente sob o título: "Ser Transparente"
    Vejam na íntegra.

    Deixe aflorar toda a sua doçura!
    Rosana Braga

    Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente... Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso.
    É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente... Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto em nos empenhar para levantar...
    Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
    Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser... Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
    Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...

    E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos... Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado...
    Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar... doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!

    Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: você está me machucando... pode parar, por favor!. Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...

    Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis...
    Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Que consigamos docemente viver... sentir, amar...
    E que 2004 seja todo coração, muito mais sentimento, inundado de um amor transparente, apesar de todo o risco que isso possa significar...

    Rosana Braga
    http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=3144

    http://www.rosanabraga.com.br/index.php?pagina=artigos

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  3. Mara,

    Este texto que expus é uma adaptação do texto da Rosana. Houve uma identificação imediata do que penso com o que ela diz. E também com a situação pela qual passo.

    Quando postado o texto faltou a identificação (falha minha).

    Abraço,

    E obrigada

    Claude

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  4. Dr. Sávio,

    Na verdade o texto exposto calhou com o que necessito falar. Não é meu na íntegra, apenas uma adaptação.

    Vale a mensagem, que corresponde ao que penso.

    Abraço,

    Claude

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  5. ADMIRO MUITO ESTES TEXTOS PRINCIPALMENTE POR FAZER O BOM USO DA LITERATURA PAR NOS TOCAR NOS MAIS INTIMOS DOS NOSSOS SENTIMENTOS. SÓ ACHO QUE FOGEM MUITO A NOSSA REALIDADE DIARIA. MAS SAO DE GRNADE IMPORTANCIA SAO SEMENTE QUE SÃO PLANTADAS EMBORA EM TERRENO NAO MUITO FÁRTIL; QUEM OS ESCREVE FAZ SUA PARTE JOGA A SEMENTE. NESTE UMA DAS PARTES MAIS DIFICEIS DE SE ENCONTRAR EM NOSSA REALIDADE EU ACHO QUE É O PERDAO

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  6. Parabens Claude.

    Não há o que acrescentar ao belo texto. Basta parabenizar pela postagem.

    Dr. Savio, Claudio um Bom domingo.

    Mara Thiers

    Obrigado pela visita, volte sempre.

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  7. Claudio e Morais,

    Quando adaptei este texto senti que ele falava por mim, que tinha coisas nele que era exatamente como eu pensava. Não precisava portanto, ser reescrito.

    Por isso, quis partilhar com os amigos, pois sei que muitos pensam igual.

    Gostei que vocês tivessem gostado.

    Abraço,

    Claude

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  8. A. Morais,
    Com certeza voltarei mais vezes. Gosto de apreciar o que é bom; gosto de apreciar o que é belo. Gosto da elegância da escrita, do linguajar simples que encanta, e delicadeza de cada verso.
    Obrigada pela receptividade.

    Compreendo Claude. Isso pode acontecer. Mas quando você deixou de identificar a autoria, realmente estranhei. Falha retificada, autoria reintegrada.
    Você tem um belo blog; gostei dos seus escritos. Passarei mais vezes.
    Abraços!

    Mara

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