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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

481 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Mundim do Vale

Foto de Jose Felipe de Sousa.

Zé Felipe e um ajudante conduziam um caminhão Ford com oito mil quilos de lã de algodão, da cidade de Várzea Alegre para Campina Grande na Paraíba. Quando chegaram ao sítio Exu, o carro atolou. Zé Felipe desceu olhou a situação e verificou que os pneus estavam quase cobertos de lama. Acendeu um cigarro e comentou com o ajudante, que tão cedo não seria resolvido aquele problema.Quando fazia esse comentário notou vindo na estrada, dois roceiros com as enxadas nos ombros e cabaça a tiracolo. Ele então falou com o ajudante que ia fazer uma brincadeira com os dois.Os dois chegaram ele falou:
- Bom dia meus amigos, foi Deus do céu quem mandou vocês. Eu estou com este carro atolado precisando de uma descolada, posso contar com vocês?
Os dois confirmaram com um balanço de cabeça e ele continuou:
- Pois bem, eu vou para a cabine, engato uma primeira e vocês empurram tá bom?
Os dois confirmaram novamente com a cabeça e colocaram as enxadas na margem da estrada. Zé Felipe chamou o ajudante e mandou que quando os dois estivessem empurrando o carro, ele escondesse as enxadas dentro do mato. Em seguida subiu na cabine acionou o motor, mas não engatou marcha nenhuma. Os roceiros com muita boa vontade empurraram o caminhão por mais de quarenta minutos sem saberem que o motorista estava com o carro em ponto morto.Os dois já cansados e suados, pararam para descansarem um pouco, quando um deles escorado na grade traseira disse:
Cumpade! Esse caminhão só pode é tá acuado, pruquê faz mais de meia hora qui é nóis dois tangendo e o chofé isporando lá dento e o bicho parece qui num saiu do canto. O outro botou a mão na testa como quem faz continência olhou na direção da estrada e disse:
- Meu cumpade tá inganado. Ele já andou e foi muito, qui eu num tou mais avistando as enxada.

8 comentários:

  1. Coitados. Os roceiros perderam as enxadas. Que malvado.

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  2. Oi, Mundim, agradeço em nome da família pela dedicatória, quando a matéria estiver completa enviarei para ser postado pelo BLOG DO SANHAROL. Eu só sei postar à maneira antiga. Vou enviar por e-mail e vocês aí cuidam disso Saudade da Duda. Abraço Fafá

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  3. Mudim, fantastica postagem, esse nosso sertão de meu Deus, tão cheio de inocencia e sabedoria.

    Abraços,

    Severo

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  4. Mundim,

    Se você não existisse era necessário inventar você.

    Você me surpreende a cada dia, pois seus textos estão cada vez melhores e mais criativos...

    Abraço sincero

    Claude

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  5. Blog do Sanharol.
    Bom dia! O BLOG DO SANHAROL ganhou mais um leitor: JOSÉ FELIPE, sobrinho de José Filipe Afamado. Fez grandes elogios às postagens e está fazendo uma pesquisa de fotos e textos com sua mãe Lilou Felipe para completar a matéria sobre seu tio.

    Em tempo: apaguei a postagem anterior porque cometi um erro de repetição. Isso acontece com as melhores famílias de Londres.
    Abraço Fafá Bitu

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  6. Pois é Fafá. Acontece com as melhores famílias de Londres e a nossa é só mais ou menos.

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  7. Mais uma de Zé Filipe afamado

    Zé Felipe ai chegando na pensão onde habitualmente se hospedava, em Cajazeiras, e deparou-se com a seguinte situação:
    um cidadão sentado numa cadeira, vendo-se de dor. Então os presentes, confiantes que Zé Felipe era um homem traquejado,
    pediram ajuda ao mesmo, para aliviar as dores do homem. Ai veio a pergunta inevitável:

    - O que é que o sr.está sentindo?
    E o homem respondeu, circulando a mão no sentido horário, na frente da barriga
    - Estou com uma coisa rodando aqui dentro!
    Ai Zé Filipe disse:
    - Dêem um chá de flor de mamão a ele, que é tiro e queda! ( presseguiu viagem)

    Uma semana depois, já de volta a Cajazeiras, encontro o mesmo homem sentado na calçada da pensão, mas desta vez feliz e
    sorridente e foi logo se dirigindo a Zé Felipe, para agradecer e se informar sobre sua doença.
    - Seu Zé, quero lhe agradecer pelo remedio que o senhor me receitou, mas me diga... o que era mesmo que eu tinha?
    Então Zé Felipe, sem pestanejar:
    - Você me falou que estava com uma coisa rodando dentro da barriga, então só podia ser um peido perdido.
    Enviado por e-mail pelo seu sobrinho também Zé Filipe

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  8. Já vi caçador areado, motorista de carro errar estrada, cavaleiro pegar o caminho errado, mas um peido areado é demais. Só Zefelipe mesmo.

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