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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

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sábado, 12 de março de 2011

Até que enfim: ditadura cubana liberta Oscar Elías Biscet – por Armando Lopes Rafael


Fonte: Agências de Notícias
Havana. O opositor cubano Óscar Elías Biscet (foto o lado) foi libertado nesta sexta-feira e retornou para sua casa em Havana com o propósito de seguir sua atividade de "resistência não violenta" em favor dos direitos humanos e civis em Cuba, segundo manifestou à Agência Efe o próprio dissidente.
"Nunca deixei de lutar desde que tomei este caminho, segui a doutrina de Gandhi e de Martin Luther King e também as apliquei na prisão", declarou Biscet, médico de profissão, presidente da Fundação Lawton para os Direitos Humanos e um dos opositores mais emblemáticos para a dissidência e o exílio cubanos.
"As autoridades cubanas não conseguiram me converter em um doente mental, como eles queriam", manifestou Biscet, agradecendo a Deus por tê-lo mantido na prisão com boa saúde e equilíbrio psicológico inclusive quando era submetido a torturas e abusos.
O opositor, que em sua trajetória se distinguiu entre outras campanhas por opor-se ao aborto e à pena de morte, foi o organizador do jejum "Vida e Liberdade" em 1999, para exigir respeito aos direitos humanos e a libertação dos presos políticos cubanos.

Oscar Elias Biscet, 49 anos, é um profissional médico cubano e o maior defensor dos direitos humanos e das liberdades democráticas em Cuba. Ele é o fundador da Fundação Lawton, que luta pela libertação dos presos de consciência presos pela ditadura da família Castro. Oscar Biscet cumpria pena de prisão em condições sub-humanas de 25 anos, acusado pela ditadura cubana de “ter cometido crimes contra a soberania e integridade do território cubano”. Apesar do apelo das Nações Unidas, governos estrangeiros e organizações internacionais de direitos humanos, a ditadura cubana se recusava, até ontem, a libertar Oscar Biscet.

Ele foi agraciado com a "Medalha Presidencial da Liberdade" pelo então presidente dos Estados Unidos George W. Bush, em 2007. A mulher do prisioneiro-dissidente, Elsa Morejón, foi recebida por Bush na Casa Branca em janeiro de 2008. Após o diálogo iniciado em maio de 2010 com a Igreja, o governo de Raúl Castro começou em julho um processo gradual de libertação dos 52 opositores que permaneciam detidos do grupo de 75 condenados em 2003, considerados presos de consciência pela Anistia Internacional.
Dos 52 dissidentes, 40 já viajaram para a Espanha, oito estão soltos em Cuba e quatro permanecem detidos. O anúncio da libertação de 52 presos políticos cubanos fez pouco para acalmar os críticos mais ferozes da ilha, que perguntam ao presidente Raúl Castro: "E o resto?". Na verdade, ainda é desconhecido o número exato de pessoas que permanecem presas na ilha por causa de suas convicções políticas.

2 comentários:

  1. Prezado Armando.

    Aos pouco o lixo do autoritarismo vai se desfazendo e sendo dominado pela democracia. Mas, o que se vê são defesas desse sistema perverso, bastando para tanto ser "simpatizante" de quem está no poder. Ou seja dois pesos e duas medidas. Se correr o mundo veremos que apenas em paises subdesenvolvidos os governantes insistem na permanência eterna do poder atraves da força.

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  2. É verdade.
    Mas, o que chama a atenção é o silêncio sepulcral, nesta hora, de quem só condena as ditaduras da direita.
    Dois pesos, duas medidas!

    Sobre os direitos humanos na moribunda ditadura de partido único de Cuba, esses hipócritas não emitem uma vírgula em favor dos presos de consciência, que são torturados nas masmorras da dinastia Castro.
    Até onde vai a hipocrisia e desonestidade desses arautos da esquerda tupiniquim...

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