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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 28 de março de 2011

AUDITORIA MATERNAL - Por Mundim do Vale

Dedicado a todas educadoras do Blog.

Eu invento de escrever esses causos mas é de teimoso que sou. Pois sempre tive dificuldades com a gramática. Eu nunca aprendi redação, pontuação, acentuação e nem resumo de textos.
Quando estudava no grupo escolar José Correia Lima ( coisa que não faz muito tempo ) Uma vez eu tentei confundir a professora Dolores Meneses de Carvalho.
Foi assim: a professora ditava os textos para os alunos copiarem valendo como prova.
Quando eu tinha dúvida se a palavra cabia ou não o acento, eu usava de esperteza agindo assim: Na palavra século eu colocava um risco sobre a letra” e “ mas bem apagado quase nada. Na palavra alicate eu fazia a mesma coisa no segundo “ a “. A boa educadora recolhia os textos e já era certo me chamar lá na sua mesa:
- Raimundo! venha aqui! A palavra século tem um acent o no “ e “ e você não acentuou.
Eu respondia:
- Acentuei sim ! Olhe direito, que eu botei.
Ela colocava o texto mais perto e concordava com um balanço de cabeça. continuava corrigindo, de repente gritava:
- Raimundo venha Aqui! A palavra alicate não tem acento e você colocou.
Eu respondia:
- Claro que não tem. A senhora tá enganada eu não coloquei não
Ela dizia:
- Botou sim, olhe aqui!
Eu teimava:
- Não senhora isso aí foi quando eu puxei o travessão do “ t “ o lápis escapuliu e triscou sobre o “ a “ não tá vendo que ele tá um pouco apagado.
A boa professora concordava balançando com a cabeça afirmativamente.
O que eu não sabia era que aquela boa educadora munida da responsabilidade de educar, estava mostrando tudo a minha mãe que também era professora no mesmo grupo.
Chegando em casa minha mãe disse que precisava fazer um reforço comigo sem dizer nada do assunto do grupo.
Ela sentou do meu lado e mandou que eu escrevesse enquanto ela ia ditando. Só que os ditados tinham sido desenvolvidos com algumas das palavras do questionamento no grupo.
Com essa auditoria maternal ficou explícita a minha malandragem.sem explicação eu fiquei mais calado do que o ministro José Dirceu, depois do caso Waldomiro. Depois disto as minhas notas baixaram mais do que a popularidade do ex-prefeito Juraci Magalhães.

9 comentários:

  1. Prezado Mundim.

    Agora eu sei a origem dessa sua cultura refinada. Com uma professora do porte de Dona Dolores e a inspeção de Dona Iracy não podia dar noutro coisa. Parabens pelos grandes mestres que teve e que é.

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  2. Trabalhei com D. Dolores no Zé Correia e não faz tanto tempo...
    Adorava D. Iraci! Duas educadoras de peso e um malandro que eu quero mutio bem!

    Flor das Bravas

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  3. Concordo, Morais, nosso ilustre poeta teve professoras de grande porte e sob a auditoria de sua mãe Dona Iracy e a criatividade herdada de seu pai Pedro Piau o bom menino virou poeta e dos bons. Se bem que eu acho que MUNDIM já nasceu poeta.
    Abraço Fafá

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  4. Jardineiro Mundim,

    Você é um homem inteligente, criativo e sabe usar as palavras como ninguém. Você brinca com elas, e elas lhe devolvem a rima e o ritmo na medida certa.

    As professoras que passaram pela sua vida de estudante, apenas lhe apontaram o caminho e você soube direitinho "embarcar" nesse caminho superando as dificuldades de próprio punho, com o empenho de um menino "antenado" no seu mundo...

    Todos nós passamos por pequenas "enrolations"(leia: enrolêichons) e quando a gente pensava que "ia com o caju as professoras já vinham com a castanha"... mas, no seu caso, você usou da perspicácia e agilidade mental para absorver as coisas à sua volta e hoje nos enche de graça com suas histórias.

    Preciso dizer que eu gostei do causo?

    A identificação é imediata.

    Abraço florido

    Flor da Serra Verde

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  5. Blog do Sanharol, Flor das Bravas, Flor de Lis e Flor da Serra Verde.

    Aquela minha malandragem explica, foi o meu grande erro. Naquele tempo eu era detentor do primeiro ou do segundo lugar, quando perdia para Cláudio Bitu.
    Eu fazia o quarto ano primário, mas aquela ocasião,foi a última vez que eu sentei numa cadeira escolar.
    Mesmo com os bons educadores que eu tive, deixei de estudar. Este foi um fato que me arrempendí profundamente.
    Abraço para todos.
    Do analfabeto Mundim.

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  6. Mundim, se todo brasileiro analfabeto fosse um trisquinho do quanto você é, não haveria analfabeto no Brasil!

    Abraços alfabéticos.
    Fulozinha dar Brava!

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  7. Se tiver algum psicólogo aqui no blog, vai chegar a conclusão que a simpática Flor das Bravas nos seus proveitosos comentários, manifesta também uma personalidade de determinação e segurança em tudo que deseja.
    Eu sem ser psicólogo já notei.
    Mas por favor não vão trocar seu nome artístico para Espinho das Bravas.
    Abraço para a flor sem espinhos.
    Mundim Jardineiro.

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  8. Qão meigo você é..............!
    Eu acho que sei do que você está falando.
    Porém em boca fechada...
    Palavra não escrita...
    Adivinhe se puder, mas é melhor não falar.
    Nessas horas a melhor resposta é o silêncio.

    Flor sem espinho
    Das Bravas!

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  9. Eh, pessoal do blog, os primeiros lugares naquela época cabiam aos filhos de Pedro Piau e Zé Bitu. Mundim me emocionou ao citar o nome de meu irmão CLÁUDIO BITU que também era uma sumidade, pena que Deus levou tão cedo. Abraço de saudade,
    Fafá Bitu

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