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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 12 de março de 2011

QUANDO ACABA O CARNAVAL - Por Mundim do Vale


Quando acaba a brincadeira
O marido chega em casa
E a esposa lhe arrasa
Perguntando pela feira.
Ele acha que é brincadeira
Mas ela acha normal
E assim aquele casal,
Vai desgastando o prestígio
E gera mais um litígio,
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Por conta da bebedeira
Um folião deprimido,
Escuta no pé do ouvido
A marcha do Zé Pereira.
Quando chega quarta feira
Esse Fulano de Tal,
Já fica passando mal
Lembrando a conta do bar,
Sem saber como pagar
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Chega um cara na esquina
De bermuda e paletó,
Com inhaca de loló,
Enganchado em serpentina.
Pega o rumo da usina
Tombando pra lateral
E pergunta a Juvenal
Onde fica a micarêta.
Sai igual a carrapêta
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Um cidadão ressacado
Com a fantasia estendida,
Um mal cheiro de bebida
E perfume impregnado.
Papel de luz atrasado,
A conta da água igual
E até um quilo de sal
Não há ninguém que forneça.
É uma dor de cabeça
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

Uma garota avançada
Com quinze anos de idade,
Perde a sua virgindade
Como se não fosse nada.
Diz que está dominada,
Que a parada é legal,
Que hoje em dia é natural
Bucho sem ser esperado
E é esse o resultado
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

É um garoto sumido,
É um namoro acabado,
Um automóvel amassado
E um marido traído.
Um cachaceiro atrevido
Procurando um sonrisal,
Sem ter mais, nem um real
E ainda faz confusão,
Mas termina na prisão
QUANDO ACABA O CARNAVAL.

10 comentários:

  1. Quando acaba o carnaval tem poeta que volta prá casa de óculos quebrados, rs
    Fafá Bitu

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  2. Olá Morais, gostaria que o amigo me ajudasse a identificar quem era Isabel Bezerra de Morais, que no ano de 1832 teve um filho de nome ANTONIO, que teve por padrinhos Joaquim de Brito e Isabel Pereira.
    Imagino que os padrinhos sejam os avós da criança.
    Um forte abraço

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  3. Genial, Raimundinho.
    Uma crônica bem rimada.
    Grande abraço, amigo.

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  4. Quando acaba o carnaval
    A gente volta pra casa
    O relógio se atrasa
    No peito, um vendaval
    No rádio, um som banal
    Toda roupa no varal
    O dia passa "sem sal"
    Acabou a brincadeira
    Um vazio, uma canseira
    QUANDO ACABA O CARNAVAL.


    Abraço, Mundim

    Flor da Serra Verde

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  5. Mundim.

    Voce é um gênio. Esta historinha bem contada, engraçada, termina sendo, na verdade, a tormenta de muita gente. Mas Rafael já dizia lá pelos anos 60 : tudo é normal, quando acaba o carnaval.

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  6. Prezado Antonio Correia Lima.

    Vou dar uma pesquizada e volta com noticias da Isabel Bezerra de Morais.

    Um grande abraço.

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  7. Mundim do Vale,

    Quando chega a quarta-feira
    Fica tudo diferente,
    Desaparece a boa gente,
    Que agitou a nossa bandeira.
    No final da brincadeira
    O que era bom virou mau.
    Viajou Joaquim Piau,
    Joemilton e Zé Bitu;
    E na estrada do Iguatu
    Foi até o Mário Leal.

    Um abraço de saudade
    Do final do carnaval.

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  8. QUANDO EU VI SÁVIO PINHEIRO
    E A CLAUD COMENTANDO
    E COMENTARAM RIMANDO
    MAS NO SEGUNDO EU FUI PRIMEIRO
    POIS FUI FOI POSTAR LIJEIRO
    NUM MOMENTO SEM IGUAL
    POIS PARECENDO UM RECITAL
    ERA COMO AQUI ESTAVA
    TOMO MUNDO COMENTAVA
    QUANDO ACABA O CARNAVAL

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  9. Canta e canta a alegria
    De quem gosta e é folião
    Maior folguedo da Nação
    Tem suor, samba e folia
    E chega o terceiro dia
    Como a visão mais real
    Seja do bem, não do mal
    Seja beleza e emoção
    Deixando leve o coração
    QUANDO ACABA O CARNAVAL.

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  10. Hoje Estou muito abusado
    Com assunto de política
    Entrei aqui meio marrudo
    E vou ver como é que fica
    Com meu rimar acanhado
    Não quero falar linguiça
    Pois se me bate a preguiça
    Vou rimar o bem com o mal
    Devemos fazer justiça
    QUANDO ACABA O CARNAVAL

    Várzea Alegre é minha terra
    E nascer lá é legal
    Carnaval é no quintal
    Brincando encima da Serra
    Tomar cerveja com sal
    Tirar leite de animal
    Cuidado você se estrepa
    Pois jumento é tudo igual
    E pode haver o vice-versa
    QUANDO ACABA O CARNAVL

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