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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 2 de janeiro de 2024

446 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Foto do bairro Alto do Tenente, antiga fazenda do Tenente Antônio Gonçalves de Oliveira - Várzea-Alegre.

Talvez Dr. Pedro Sátiro não tenha acesso a esta postagem, mas com absoluta certeza ele é testemunha desta historia narrada por Francisco Alves de Morais, tio Chico André, a respeito de uma ocorrência do Sanharol. 

Conta-se que houve uma festa para os lados do Sitio Canto, e, ao amanhecer o dia, quando o Tenente Antônio Gonçalves, sobrinho e genro de José Raimundo do Sanharol chegou ao curral para fazer a ordenha, foi interpelado pelo mesmo: Antônio, você viu fulana conversando com fulano lá na festa? Alguém já tinha vindo avisar que uma filha do José Raimundo estava de conversa com um sujeito que não era do seu agrado. 

O tenente Antônio Gonçalves, homem prudente e manso, para evitar qualquer problema respondeu: não vi. José Raimundo respondeu em cima da bucha: Não viu porque estava com os olhos no cu, porque todo mundo viu.

O Tenente Antônio Gonçalves desarreou o bezerro, foi pra casa e mandou a esposa Barbara arrumar as coisas e se mudou para o sitio de sua propriedade conhecido, hoje em dia, por Alto do Tenente e não mais voltou ao Sanharol.

Do casamento com Barbara Alves de Morais não nasceram filhos, do segundo casamento com Maria da Gloria de Morais, nasceram, três filhos entre eles Ana, casada com João Alves de Oliveira, avós do Dr. Pedro Sátiro.


5 comentários:

  1. Esta é uma daquelas historias que o tempo insiste em jogar na vala do esquecimento, e, só não consegue graças a tio Chico que contou e Dr. Pedro que ouviu. Escrever é muito dificil, especialmente quando voce pode ser questionado e não tem quem testemunhe a favor da historia.

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  2. Moraes,

    Lembro que pelo menos uma vez no ano Dr. Pedro Sátiro visitava o sanharol prá "prosear" com "ti chico, ti josé e tí joaquim"...e passava a tarde inteira contando e escutando a conversa...

    Mais recente, lembro que quem também ia, esse mais prá escutar, era o filho de estevão (creio que Carlayly)...ficava um tempão conversando com os "velhos" e deles tinha uma grande admiração.


    MAS JÁ QUE VOCÊ FALAOU DE HISTÓRIAS QUE O TEMPO INSISTE EM JOGAR NO ESQUECIMENTO, E CONSIDERANDO QUE TODAS ESSAS HIÓRIAS FAZEM PARTE DA MAIS PURA E RICA CULTURA VARZEALEGRENSE, GOSTARIA QUE VC RESGATASSE AS HISTÓRIAS DOS ADJUNTOS DE APANHA DE ARROZ QUE O TEU PAI FAZIA...QUE CHEGAVA A "JUNTAR" MAIS DE 100 HOMENS CATANDO ARROZ LAGEADO PELO CACHO...MAS QUE NEM ESSES 100 HOMENS CONSEGUIAM "ARMAR ARAPUCA" NO ARROZ DOCE, NAS "MALASSADAS", NAS "BOLAS" E NA CARNE DE PORCO...

    RESGATE E CONTE PRÁ TODOS COMO QUE ELE TRANSFOMAVA UM TRABALHO TÃO PESADO, TÃO ÁRDUO, NUMA VERDADEIRA FESTA...A ALEGRIA DOS QUE PARTICIPAVAM, A "FARTURA DE COMIDA" A BANDA DE MÚSICA TOCANDO NA BEIRA DA LAGOA...

    INTÉ

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  3. Prezado Tom.

    Tem uns versos do Candeiro que fala do Machado, desde o plantio até a colheita. Ele descreve com verdadeira precisão e demonstra sua revolta com o girau... Tem uma parte que ele dizia assim:

    Mas, tudo isso acabou-se
    Não tem mais arroz doce
    Nem tem maneiro pau
    Estão cortando pelo tronco
    E batendo no girau.

    Vou levantar dados e fazer a postagem dos adjuntos.

    Um abraço.

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  4. Tom.

    Veja outro trecho do verso do Candeiro.

    Dava gosto de se ver
    Um bando de cabra macho
    Cortando cacho por cacho
    Cantando sindô lelê.

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  5. Sendo Ana e João avós paternos de Dr. Pedro Sátiro, são meus avós paternos também. Portanto são os meus dois pés em Várzea Alegre.

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