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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 2 de julho de 2013

Historias de varzealegrenses.


José de Sousa Lima - Pé Veio.

Do Pé Veio temos muitas. O difícil é escolher a melhor. Mas certa vez, por voltas das 09hs da noite, estavam na calçada da casa do Buenos Aires - Fatico, Pé Veio e mais algumas pessoas proseando. De repente surgem umas pessoas procedentes da cidade de Juazeiro do Norte, a pé, que seguiam para Canindé, com a finalidade de pagar promessa. Se aproximaram, deram boa noite e pediram para pernoitar, visto que não conheciam a região e estavam cansados.

Fatico com sua generosidade e hospitalidade concedeu abrigo afirmando lamentar que sua esposa estivesse ausente e não ter quem fizesse, pelo menos um lanche para eles. Então, Pé Veio perguntou a toda voz: vocês gostam de coalhada? Os romeiros ficaram alegres como pinto em chinica e responderam todos a uma só voz: sim, gostamos.

Pé Veio passou uma mão na outra, lambei os beiços e lascou: taí Fatico, se tivesse eles achavam era bom!

Outra vez, Pé Veio passavam na Casa de Saúde São Raimundo a caminho do Buenos Aires, e, um filho de Dr. Iran estava cutucando um jumento com um cipó de marmeleiro. Pé Veio deu uma cubada na malinação e disse: Menina tu não cutuca este jegue que ele não sabe que tu é filho de Dr. Iran!.



6 comentários:

  1. No Bueno Aires tinha um coqueiro com aproximadamente um quilometro de altura. Um dia Dona Mundinha, esposa do Pé Veio disse: Ou Jose, eu só queria saber se eu vou morrer e tu não vai tirar um coco desses pra eu tomar a agua.

    Pé Veio subiu no coqueiro e quando pegou no cacho de cocos, olhou pra baixo e o mundo escureceu dada a distancia. Então falou homi é muito mais facil eu morrer de uma queda daqui de cima do que Mundinha deitada naquela rede se não tomar a agua de um coco. Desceu sem tirar o coco. Grande Pé Veio.

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Esse meu primo saía com cada uma...Achei muita graça com as histórias dele.... Bons tempos no Buenos Aires e Varas...Saudades..

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  3. Morais,

    As histórias de Pé Vé são maravilhosas e contadas por você são,ainda, melhores.

    Um abraço.

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  4. Maravilhosos são todos esse contadores de histórias do Blog do Sanharol!

    Abraços.

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  5. Morais,

    Você devia mesmo levar adiante o projeto de publicar um livro de causos seus e de Mundim.

    Vela a pena!

    Abraço,

    Claude

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  6. Klebia, Savio, Artemisia e Claude.

    Fatico e Pé Veio eram como dois irmãos siameses. Um não existia sem o outro. Fatico tinha um jumento de lote, e, tratava este animal a pão de ló. Pastava sempre na melhor vazante de capim do Buenos Aires. Apesar de muito boa, a roça não tinha bebedouro dentro, e diariamente o jumento era levado para beber numa cacimba proxima da vazante. O animal era sagaz, cismado. As vezes entrava e bebia na propria cacimba, outra vezes não havia que o fizesse entrar. Nesse caso o zelador tinha que trazer a agua com a cuia para o lopeu beber fora da cacimba. Fatico precisou fazer uma viagem a Fortaleza e deixou Pé Veio encarregado de dar agua ao jumento. Explicou tim tim por tim tim os procedimentos.

    Retornando, cinco dias depois, a primeira coisa que perguntou a Pé Veio foi: deu agua ao jumento? Sim, ora se não dei. O jumento entrou bom danado pra beber na cacimba? Entrou nada! E tu deu agua com que? Com a cuia! E a cuia num ficou presa no armazem e eu levei a chave? Pé Veio meio desconfiado: Ah, e foi?

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