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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 10 de maio de 2011

AS ALMAS DA RUA DO CAPIM - Por Mundim do Vale.

Um certo tempo em Várzea Alegre correu um boato de que na rua do capim nas margens da lagoa de São Raimundo, estavam aparecendo visagens. Os moradores diziam que escutavam gemidos, Gritos, assovios,
E risadas. Os mais afoitos que se aproximavam da beira da lagoa diziam que o capinzal abria e fechava sem ter gente nem animal, por perto. O fenômeno acontecia sempre na sexta feira depois da meia noite.
Emília de Silvestre conversando com Maria Valéria Dizia:
- Eu num sei não muié, mais eu acho qui isso é coisa do ôto mundo. Bem qui meu Padim Ciço dizia: - Na era de sessenta muita coisa vai aparecer. Tombém os ome cum aqueles cabelo na cintura e as muié cum aquelas tá de minisáia cum o rabo aparecendo, é nisso qui dá.
Maria Valéria com expressão de medo dizia:
- Vôte Discunjuro! Tão dizendo qui pras banda do Coité já tá aparecendo inté lubisome.
Mandaram chamar o padre para exorcizar o local mas ele só fez benzer as velas e ficou na calçada com medo.
Na sexta feira seguinte alguns marchantes bebiam comentando o assunto, quando Luís de Cícero Inácio já com a cabeça quente, disse que tinha coragem de encarar as almas.
Quando foi meia noite a calçada já cheia de curiosos Luís chegou. Botou uma lambedeira na cintura fez o sinal da cruz e entrou no capinzal.
Luís começou a demorar e o pessoal já foi ficando aflito, quando o ferreiro Manu disse:
- Deus se lembre da alma do finado Luís.
Zé Goteira pediu a Laura Cassundé para tirar um terço para a alma de Luís. Quando começaram o terço o capinzal abriu e Luís saiu cantando a música:
“ Nunca vi rastro de alma
Nem couro de lubisomem “
Zé Faustino perguntou:
- E aí Luís viu as visagens?
Luís respondeu debochando:
As almas que eu vi lá, foi Chico Carrim abufelado com Raimunda Gaga no tronco da carnaubeira.

Reprisado para Luís Lisboa e Klébia Fiúza.


4 comentários:

  1. Muito boa historia Mundim.

    O Mundo está cheio de visagens deste tipo.

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  2. Prezado RAIMUNDIM, você sempre com suas estórias/histórias tão ENGRAÇADAS pra nos animar, nos alegrar... e nos levar a soltar belas "GAITADAS", o que nos faz um enorme BEM. Precisamos muito desse ELIXIR pra alcançarmos a longevidade e CADUCAR mais tarde.
    PARABÉNS pelo seu espírito BRINCALHÃO, sempre bem HUMORADO!!!
    Por falar em alma, meu tio ZÉ VIEIRA do CHICO era muito engraçado e tinha muito medo de ver uma alma. Sempre que estavam comentando sobre o assunto, ele, de fininho, saía da roda de amigos.
    Seu amigo CHICO DELMIRO sabendo de tudo, disse-lhe que quando morresse vinha visitá-lo. Temendo acontecer o fato, falou-lhe: mas, olhe, por favor, se vier, venha no dia de SÁBADO, e quando eu tiver no meio da feira. Era o corajoso, hein????
    Que DEUS continue te iluminando com esse famoso DOM...!!!
    GRADE ABRAÇO A TODA FAMÍLIA.

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  3. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Até as almas gostam de fazer "coisa feia"... kkkkkkkk
    Beijos Raimundim e brigada pela dedicatória... Dei uma gaitada que dobrou.... Adoro suas postagens.

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  4. Ahhhh então tá certo...a barulheira que vinha de dentro do mato era porque a pobe era GAGA....kkkkkkkkkkk e GAGO é assim mesmo devido não saber falar fica igual BODE só resmungando...eita coisa booooooooa

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