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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 9 de maio de 2011

MAIO - Jose Augusto de Lima Siebra.

Maio, mês de alegria,
Mês de encanto, mês das flores,
Mês consagrado a Maria
Mês de hinos e louvores.

Maio desponta sorrindo
Com seus lampejos suaves
Qual um pólio se abrindo
Por entre o festão das aves.

Desponto o sol no nascente
Ouvindo o cantar das fontes
Beijando as gotas nitentes
Procura o cume dos montes.

Linda toalha de neve
Se estende em cima da serra
E sopra a brisa tão leve
Dando mil beijos na terra.

O sol penetrando um raio
Na choça do camponês
Vai lhe avisando que Maio
Já chega por sua vez.

Este, ufano, se levanta,
Ao próprio peito abraçado
Mirando com glória tanta
A pompa do seu roçado.

A camponesa singela
Soltando ternas cantigas,
Passeia faceira e bela,
Por entre as louras espigas.

Da branca torre erguida,
O sino a bimbalhar
Convida todos da Ermida
À Mãe de Deus louvar.

Quando a noite vem chegando
Que vai se ocultando o dia,
Vão todos se ajoelhando
Para louvar a Maria.

Lindas grinaldas de flores
Tecidas pelos fieis
Com os mais sublimes louvores
Colocadas aos seus pés.

O céu de maio é um manto
Todo bordado de estrelas
Que o mundo cheio de espanto
Nunca se cansa de vê-las.

Quando abril vai morrendo
Num meigo e terno desmaio
Vai todo o céu se movendo
Ao lindo aceno de maio.

Nasce o sol por entre os montes
Cobre-se a terra de neve
E ao sussurro das fontes
Maio desponta de leve.

Com maio nascem mil flores
Pingando gotas de orvalho
E a brisa cantando amores
Cicia no verde galho.

Um véu de neve e encanto
Engrinalda a serrania
E os passarinhos num canto
Desprendem santa harmonia.

Gotas de orvalho na relva
Forma um manto de cristal
E o perfume da selva
Vai se estendendo no val.

José Augusto Siebra (1881 - 1960)

2 comentários:

  1. Jose Augusto de Lima Siebra, grande Poeta. Nasceu na cidade de Varzea-Alegre no ano de 1881. Transferiu-se para o Crato onde melitou na politica elegendo-se Suplente de vereador pelo antigo PSD em 1950. Faleceu em 1960, Deixou varias obras, diversos poemas que encantam aos leitores por sua beleza e admiravel feitura.

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  2. O mês de maio se torna mais bonito nos versos do poeta José Augusto Siebra.
    Nunca me canso de admirar sua poesia, que ao mesmo tempo é singela e carregada de beleza. E como expressou Morais, de admirável feitura.

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