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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 28 de junho de 2011

O SEQUESTRO DE GETÚLIO - Por mundim do Vale



O Sr. Matias quando era delegado civil de Várzea Alegre, prendeu uma vez um sujeito que havia furtado uns porcos. Para ser liberado, o preso Pagou a carceragem com uma novia de porca que era fruto do próprio crime.
O delegado levou a novia para a sua propriedade no sítio Vazante e botou junta com um barrão para cruzamento. Quando a novia pariu foram três leitões preto e um vermelho. A mãe vendo a misturada matou os pretos e rejeitou o vermelho. Sem amamentação o leitão sobrevivente ficou desnutrido.
Zezim de Matias com pena do bacurim levou para dentro de casa para ser alimentado na mamadeira. O porquinho foi resistindo e se tornou o mascote do sítio, toda a vizinhança gostava dele, botaram até o apelido de Getúlio. Apenas O sr. Matias era que dizia:
- Getúlio não vai escapar.
Mas com aqueles cuidados Getúlio foi crescendo e engordando até se tornar um porco pronto para o abate.
No sítio mameluco morava um filho bastardo do Sr. Matias de nome Adauto, que não era chegado ao trabalho, nunca deu um murro numa broa. Sabendo da história, Adauto fez um plano para furtar o porco. Saiu de madrugada, botou um bornal no focinho do porco, amarrou as patas, botou o porco no ombro e foi vender a Antônio Pagé.
O desaparecimento de Getúlio gerou uma grande tristeza e surgiu os seguintes comentários:
- Getúlio foi roubado.
- Isso foi os bichos que comeram.
- Bicho não foi não, que não tem sangue nem cabelo no chiqueiro.
- Então foi gente cum raiva de padim Matia.
- Uma hora dessa Getúlio já virou foi lingüiça.
O Sr. Matias dizia:
- Eu não disse a vocês que Getúlio não escapava.
Passados alguns dias o Sr. Matias mandou um recado para que Adauto viesse na Vazante que ele tinha um assunto muito sério para falar com ele.
Quando Adauto recebeu o recado pensou com ele mesmo:
- Arre égua! Pai já tá bem sabendo qui foi eu qui afanei Getúlio.
Quando Adauto chegou na Vazante Seu Matias estava sentado numa espreguiçadeira na sombra do oitão e foi logo dizendo:
- Suba Adauto! Que eu quero ter uma conversa com você.
Adauto subiu a calçada, estirou a mão mais trêmula do que mão de salgador de toucinho e falou:
- A bença pai!
- Deus lhe abençoe.
- Pai. Eu vim aqui morrendo de veigonha, prumode pidir perdão a pai.
- E o que foi que tu fez dessa vez Adauto? Não vá me dizer que andou inbuchando alguma moça?
- Num foi isso não pai.
- E o que foi? Diga logo.
Adauto ficou mais aperreado do que preá em fogo de broca:
- Bem.... Bem.... Bem....
- Diga logo Adauto! Nada nesse mundo pode ser pior do que a tua pessoa. Tu é igual a mandacaru, nem dar sombra nem encosto.
- Apois eu vou dizer logo. É pruque eu tava pricisando, o cão vei me atentar, aí eu carreguei Getúlio e fui vender a Ontõe Pagé.
- Pois você deixe de tolice que Getúlio era seu.
- Era meu Cuma pai?
- Quando eu vi que Getúlio corria o risco de não escapar, fiz uma promessa com São Raimundo para se ele vivesse, eu engordar e lhe dá de presente no dia do seu aniversário, que vai ser domingo. Era esse o Assunto que eu tinha pra lhe falar.


Reprisado para: Nonato e Fernando Souza, bisnetos do delegado Matias

3 comentários:

  1. Zé Bitu do Sanahrol era rico e Antõe Bitu, do Serrote, pobre. Um dia ao passarn casa de Zé Bitu, este lhe ofereceu uma novilha d eporca para ele criar de meia. (para os dois.)Antõe Bitu levou com muito gosto, mas no outro dia quando Zé Bitu vinha da roça, de longe começou a sentir um cheiro bom d ecarne no mundo. Na hora do almoço perguntou para s esposa:
    Bilinha, onde foi que tu arrumou carne de porco?
    _Foi Antõe, teu irmão, qu eveio deixar a sua banda da porca.

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  2. Joaquim Vieira do Chico uma vez chegou em nossa casa para oferecer um porco 'a minha mãe. Insistiu tanto até que uma hora ele disse:
    compre, Carmelita, que esse porco é bom, Ele é da nossa raça.

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  3. Mundim,
    Mundim, muito inteligente a resposta do velho Matias.
    Mas quando Antônio Costa era delegado na Várzea Alegre, uma vez chegou um senhor na delegacia para dar parte uq um rapaz da Serra dos Cavalos tinha roubado sua filha e estavam escondido sno mameluco. Naquele tempo fazim casamento na marra.
    Ao ouvir o relato do velho, o delegado tratou d eaclmar a quele senhor
    _Olhe, não s epreocupe qu enõs vamos buscar o rapaz e le vai ter que casar.
    Tá bom. Mas Seu Antônio, o senhor sabe me dizer: será se ele já mexeu com minha fia?
    Aí ovelho Antõe Costa respondeu:
    _HOme, isso aí é uma coisa que eu não posso afirmar, mas uma vez eu fiz uma viajem numa burra neste mesmo trajeto e durante a viajem eu comi ela duas vezes.

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