O PAPA E O PAPADO
- Mas o que significa todo esse ritual? - Pergunta Mimi, o mais competente profissional de enfermagem daquele serviço médico de urgência, numa manhã de domingo. O cenário, a bancada em frente da televisão de um hospital particular. A cena, o enterro do papa João Paulo II.
Nena Mimibosco Douglas, vulgo Mimi, dominava a técnica de punção venosa como ninguém. Os médicos plantonistas comentavam que ele era capaz de pegar uma veia em um copo de vidro, tão grande era a sua habilidade. Muitos o queriam como profissional. Patrões, empregados e pacientes o disputavam. Era simpático, divertido e sincero.
Ele teve de repetir a pergunta para que nós o ouvíssemos, tão bonita era a ritualística papal daquele momento histórico. Estava sendo realizado o mais bonito cerimonial da igreja católica com a quebra do anel de Sua Santidade, realizada com martelo de prata, para posterior retirada da mensagem deixada por ele, desde o início de seu papado. Como manda a tradição católica, quando um papa assume o comando da igreja, ele é obrigado a colocar uma mensagem no interior de um anel de ouro, que só será revelada após a sua morte. Uma tradição dos descendentes de Pedro, que ainda se conserva no seio do Vaticano.
- O que simboliza mesmo todo esse acontecimento? - Repete Mimi.
Após aula magistral, desferida por uma das funcionárias que recheava aquele seleto ambiente, e retiradas todas as suas dúvidas daquele ato fúnebre, porém solene, ele retruca:
- Eu jamais poderia me tornar um papa, mesmo que eu resolvesse cumprir toda a linhagem hierárquica preconizada pela Igreja Católica Apostólica Romana em toda a sua plenitude.
- Mas o que o impediria de tentar cumprir esse desejo? – Perguntei-lhe de forma despretensiosa, sem fazer a menor ideia da sua reação.
- É que o meu anel já foi quebrado há bastante tempo... Há muito, que eu já fui papado!
- Mas o que significa todo esse ritual? - Pergunta Mimi, o mais competente profissional de enfermagem daquele serviço médico de urgência, numa manhã de domingo. O cenário, a bancada em frente da televisão de um hospital particular. A cena, o enterro do papa João Paulo II.
Nena Mimibosco Douglas, vulgo Mimi, dominava a técnica de punção venosa como ninguém. Os médicos plantonistas comentavam que ele era capaz de pegar uma veia em um copo de vidro, tão grande era a sua habilidade. Muitos o queriam como profissional. Patrões, empregados e pacientes o disputavam. Era simpático, divertido e sincero.
Ele teve de repetir a pergunta para que nós o ouvíssemos, tão bonita era a ritualística papal daquele momento histórico. Estava sendo realizado o mais bonito cerimonial da igreja católica com a quebra do anel de Sua Santidade, realizada com martelo de prata, para posterior retirada da mensagem deixada por ele, desde o início de seu papado. Como manda a tradição católica, quando um papa assume o comando da igreja, ele é obrigado a colocar uma mensagem no interior de um anel de ouro, que só será revelada após a sua morte. Uma tradição dos descendentes de Pedro, que ainda se conserva no seio do Vaticano.
- O que simboliza mesmo todo esse acontecimento? - Repete Mimi.
Após aula magistral, desferida por uma das funcionárias que recheava aquele seleto ambiente, e retiradas todas as suas dúvidas daquele ato fúnebre, porém solene, ele retruca:
- Eu jamais poderia me tornar um papa, mesmo que eu resolvesse cumprir toda a linhagem hierárquica preconizada pela Igreja Católica Apostólica Romana em toda a sua plenitude.
- Mas o que o impediria de tentar cumprir esse desejo? – Perguntei-lhe de forma despretensiosa, sem fazer a menor ideia da sua reação.
- É que o meu anel já foi quebrado há bastante tempo... Há muito, que eu já fui papado!
Parabens Dr. Savio. Muito bom texto. Interessante e bem humorado.
ResponderExcluirDr. Sávio
ResponderExcluirNesse tom bem humorado você pode colher outras belas histórias, pois sei que Pe. Vieira deve ter deixado muitos casos interessantes e você como membro da familia tem credencial para nos relatar.
Gostei ótimo! rs
É...
ResponderExcluirSávio:
Esta de guardar uma mensagem no anel é novidade para mim. Puuaxa, a gente está sempre desatualizado.
Abraços do
Vicente Almeida
Vicente,
ResponderExcluirA quebra do anel é simbólica, mas tem um sentido prático. Ele funciona como um carimbo papal. Após a sua morte ele é destruído para que documentos não sejam carimbados e atribuídos ao papa morto. No texto, vem em sentido fugurativo.
Um abraço.