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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 17 de março de 2012

João Grilo reencarnou III - Por Mundim do Vale

Nessa fuga ele alcançou
Uma tropa de cigano,
Se meteu no meio deles
Dizendo que era baiano,
Quando chegou no Icó
João Grilo mudou de plano.

No Icó, João inventou
Um brinquedo proibido,
Com vara, linha e anzol
Ficou no mato escondido,
Quando passava mulher
Ele pescava o vestido.

Quando uma desconfiou
Disse: - menino do cão!
Tu vai preto pro inferno
Sem direito de perdão.
Satanás apareceu
E disse: - O inferno, não!

Quando ele teve por lá
Fez muita esculhambação,
Queimou a casa de jogo
E um abrigo de ladrão,
Depois furou as caldeiras
Da casa de tentação.

João Grilo disse: - Xará!
Você tá ultrapassado,
Seu inferno tá falido
Não tem cão qualificado,
Me  entregue  aquela chibata
Que eu lhe mostro o resultado.

Não me chame de xará
Que meu nome não é João,
Hoje vamos resolver
Aquela velha questão,
Vamos ver quem é melhor
Na briga de cão, com cão.

Pois corra dentro, negrão!
Que eu topo o tirinete,
Você sabe que João Grilo
Sempre foi bom no cacete,
Não esqueça que eu estou
Com o meu velho porrete.

Satanás pegou o beco
Deixando só a fumaça,
João disse: - Eita diabo frouxo
Só tem mesmo é arruaça,
Quando eu falei no porrete
O bicho fugiu da praça.

De um cego tocador
João inventou de ser guia,
Era o cego com a sanfona
E João Grilo com a bacia,
Trocou moedas por pregos
E ficou com a micharia.

Até amanha com a parte final

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