Páginas


"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 24 de março de 2012

Meninos do Sanharol - Por Blog do Sanharol



Entre as mestres da culinária do Sanharol citavam-se: Mundinha de Bebé para fazer sequilhos e Menina do Garrote para fazer tijolo de Leite. Esta historia é de 20 anos após a morte das duas.

Minha mãe fez uns sequilhos e com todo  carinho do mundo trouxe uns para o meu pai. Ele comeu e falou: Estão ótimos, mas quem fazia sequilhos bom era Mundinha de Bebé. Minha mãe ficou bastante decepcionada, mas não reagiu. Dias depois, fez um tijolo de leite bem caprichado e,  levou para papai um pedaço em um pires. O velho  provou e  falou novamente: muito bom, mas quem fazia tijolo de leite bom era Menina do Garrote.

Minha mãe botou as mãos na cintura e disse: José, de hoje em diante, se tu quiser comer sequilhos ou tijolo de leite vai ter que ir buscar Mundinha de Bebé e Menina do Garrote pra fazer.  Fechou o tempo. Nem uma coisa nem outra se viu mais lá em casa.

Um dia meu pai chegou da roça meio apoquentado, afregelado e, deu uns gritos pra banda da cozinha. Raimundo, o filho caçula, o mais mimoso e único com coragem para  aconselhar o velho disse: Pai, pai, tenha cuidado, o senhor já perdeu os sequilhos, já perdeu o tijolo de leite, vai terminar perdendo o "NEGOCIM".

9 comentários:

  1. Raimundo era muito mimoso de meu pai, talvez por essa razão tivesse a liberdade de aconselhar o velho.

    ResponderExcluir
  2. Às vezes uma palavra torna a coisa desastrosa. O nobre primo José André utilizou apenas a força da expressão, mas dona Tonho pegou no pé da letra. Dois fatos acontecidos talvez sem a intensão de denegrir a imagem do sua eterna companheira. Raimundo foi muito sábio com sua indagação no que se refere ao conselho transmitido ao pai com o intuito de sanar o problema, caso contrário à coisa poderia se complicar para José André.

    ResponderExcluir
  3. João Bitu.

    Nesta época José André passou no Chico na casa de Joaquim Bastião e Antonieta perguntou: Ei, Zé André, como vai Tonha? Ele respondeu: está bem, já comprou uma redinha bem miudinha que só cabe ela!

    Será que foi em consequência desta historia?

    ResponderExcluir
  4. Pedrinho do Sanharol, com certeza Frazo do Garrote em suas andanças ou mesmo por ocasião de um encontro deve ter transmitido a notícia como um fuxico.

    ResponderExcluir
  5. Sensacional ! já havia lido, acho que no seu livro,e sempre conto quando escuto qualquer reclamação de marido a respeito de comida.Perfeito o conselho de Raimundo!! Até parece que quando criança já tinha conhecimento de vingança feminina.....

    ResponderExcluir
  6. Mas com relação 'a culinária, o bolo de arroz mais afamado da Várzea Alegre era o de minha madrinha Ana de Santiago.

    ResponderExcluir
  7. Prezado Geovane.

    Não tenho a menor duvida. Comi muito os bolos de arroz da tia Ana nos Batalhões. Só não incluir na historia porque mamãe não fez. Estaria mentindo.

    O queijo de manteiga de tua mãe também era o melhor. E por aí vai.

    ResponderExcluir
  8. Perguntaram para Manoel Leandro filho de Carmelita se o sabor dos queijos era bom. Manoel respondeu que não sabia, nunca tinha degustado, pois para ele só sobrava o soro.

    ResponderExcluir
  9. Ei, meninos, realmente o pão de arroz de Dona Ana, é afamado.Já o meu pão de arroz,rsrs; se esperimentarem terão um baita bucho inchado,rsrsrs. Abraço Fatima

    ResponderExcluir