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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 21 de março de 2012

Números que enganam – por Armando Lopes Rafael


(Escrevi este articuleto em 2002, há dez anos. Incrível, mas ele ainda mantém a atualidade. Minha intenção era, tão somente, mostrar como o povo brasileiro é manipulado pelas informações que recebe. Caro leitor:  qualquer retificação ou incorreção aqui constante será bem recebido pelo autor do escrito)

   Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu novo presidente do Brasil por esmagadora maioria dos eleitores, certo? Errado.

     No primeiro turno, segundo a imprensa, Lula obteve 46,44% dos votos. Verdade? Puro engano, como demonstrarei a seguir.

O nosso colégio eleitoral tem 115.253.447 votantes. O candidato do PT recebeu 39,4 milhões de votos que representam 34,2% da preferência eleitoral. Ou seja: 65,8% dos eleitores brasileiros não queriam Lula como presidente. No primeiro turno, José Serra obteve 19,700 milhões de votos (17,1%); Garotinho foi votado por 15,175 milhões de brasileiros (13,2%); Ciro conseguiu 10,167 milhões (8,8%). Votaram em branco 2,873 milhões de brasileiros, enquanto os nulos somaram 6,975 milhões. E se abstiveram de votar 20,473 milhões de pessoas(17,8%), superando assim a votação dada a José Serra.

No segundo turno, Lula obteve 52.793.364 votos (45,8% do colégio eleitoral) enquanto Serra foi votado por 33.370.739 eleitores (28,9% dos aptos a votar). Se eu estiver errado, por favor, corrijam-me. Mas deixemos de lado as eleições presidenciais deste ano, fato consumado, e reflitamos sobre o processo eleitoral em si.

José Maria Pemán, um brilhante intelectual espanhol, no livro "Cartas a um céptico sobre as formas de Governo", escreveu: "Em princípio, não há processo de designação mais contrário à essência da magistratura suprema do que o eleitoral: deve ser uma magistratura para todos – e é eleita por um partido; deve ser um poder imparcial e sereníssimo – e nasce das paixões da luta; deve ser um símbolo unanimemente respeitado – e expõem-no durante o período que precede a sua ascensão, que é o do combate eleitoral, a todos os embates da crítica, da discussão, da caricatura e do libelo" (Edições Gama, Lisboa, 1941, p.71).

Muita gente afirma que as eleições representam a expressão da verdadeira vontade popular. Os mais fanáticos chegam a dizer "vox populi, vox Dei" (a voz do povo é a voz de Deus). Mas será que sempre ganham os melhores e os mais preparados? Será que sempre ganha quem tem mais experiência, os mais honestos, os mais sábios ou os mais competentes?

Na eleição que Pôncio Pilatos fez para o povo escolher entre Barrabás e Jesus Cristo, este último foi fragorosamente derrotado, pois a massa ignara sufragou Barrabás, o homicida. Como bem afirmou o bispo fluminense dom Fernando Arêas Rifan: O povo pensa. A massa é manobrada. Nem sempre podemos dizer que a eleição seja expressão da vontade do povo. Talvez seja só da massa."

3 comentários:

  1. Prezado Armando.

    Eu costumo dizer que pra frente é que as malas batem. Pois o Collor de Melo disse hoje no Plenário do Senado Federal que o Brasil piorou na CAFAJESTADA.

    Isso vindo de um ex-presidente que perdeu o mandato ´por corrupção o que esperar mais. As malas bateram.

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  2. o importante é que deu certo; o resto é conversa fiada, pura enveja. FORÇA LULA DILMA LULA DILMA...

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  3. Concordo com o comentarista Francisco. Mas, quero dizer que esse é outro Francisco, pois sempre que faço alguma postagem ela aparece com o meu nome completo e minha foto. Só estou dizendo isso porque pode alguém imaginar que me escondo para comenta, não! Quanto ao texto do Armando, não foi o texto dele que permaneceu atual, mas sua cabeça que não consegue mudar e pelo vista não mudará nunca!

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