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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sábado, 4 de novembro de 2023

O Beato José Lourenço e o boi mansinho - Final - Por José Normando Rodrigues


E assim foi o destroço
daquele povo ordeiro
Que só fazia rezar
Trabalhar o dia inteiro
Que só puderam viver
Até meu Padim morrer
E proteger os romeiros

Quando o rico fazendeiro
Que a pobreza explorava
Se juntou como falso ao padre
Que só dinheiro buscava
Foi destruida a cidade
E o sonho de liberdade
Que nosso sertão criava

Foi uma dura lição
Pro povo pobre aprender
Que não é só de santo e reza
Que ele vai se valer
Alem de muita união
Trabalho e organização
Coragem pra se defender

Morreu o Beato José Lourenço
No ano Quarenta e seis
Cercado de sua gente
Mostrou o caminho a vocês
Pobres do meu sertão
Só lhes resta a união
Na luta do camponês.

Quando forem a Juazeiro
Não deixem de visitar
o Tumulo desse Beato
Que em vida soube lutar
Num exemplo de justiça
Seu viver socialista
O povo deve imitar

E quando o sertão tiver
A união conseguido
Do camponês explorado
Sem terra e desassistido
Padre Cicero Sorrirá
E pro Beato dirá
Nosso exemplo foi seguido.

Fim.

Um comentário:

  1. Quem leu o cordel do Jose Normando Rodrigues conheceu um pouco da historia da comunidade do Caldeirão.

    Milhares de pessoas foram eliminadas cruelmente.

    Se o Padre Cicero deixa a propriedade para o Beato e sua gente nada disso teria acontecido.

    Deixou para os Salesianos, os padres retomaram na marra e macularam a historia para sempre.

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