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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 14 de março de 2012

Valdemir Correia de Sousa - O vendedor de bananas - História Real - Dihelson Mendonça


O que é a vida!

Valdemir Correia de Sousa, um dos maiores empresários do Cariri, sempre foi exemplo de sucesso, de dedicação e de trabalho. Na sua longa existência, já fez de tudo no ramo do comércio; Foi mascate, vendedor de balcão, carregador de butijões e administrador de empresas. Através de muito esforço e uma vida dedicada, conseguiu construir um grande patrimônio e um mini-império de lojas que chegou a dominar por muitas décadas o comércio do Cariri.

Mesmo chegando na idade avançada, "Seu" Valdemir Correia nunca parou para descansar, a não ser por breves períodos, para retornar logo em seguida, e com mais afinco, à aquilo que sabia fazer de melhor: Ser um comerciante, afinal, nasceu com essa habilidade.

Tendo entregue as suas tradicionais lojas aos seus filhos, ao invés de se aposentar, Valdemir Coreia resolveu criar uma nova empresa dedicada à venda de botijões de gás que passou a abastecer diversos estados da federação, e para firmar contratos, começou a viajar constantemente. Numa dessas viagens, encontrava-se na cidade de São Luís-MA, quando tendo fechado um grande negócio, resolveu visitar o centro da cidade para, ( como dizemos aqui no Crato ), "espairecer as idéias". Trajando suas roupas habituais, sempre modestas, levava consigo a simplicidade, que é uma de suas marcas registradas.

Perambulava por uma das praças de São Luiz, quando percebeu um pobre vendedor de bananas e ficou a observar o movimento. O vendedor gritava constantemente: "É 5 por 1 real, é 5 por 1 real, quem vai querer ?" Rapidamente fez amizade com o vendedor, enquanto conversava os assuntos gerais. O vendedor proseava, mas não perdia o sentido das suas vendas: "É 5 por 1 real, quem vai querer ?".

Num dado momento, o vendedor lembrou-se de que era o horário de dar um telefonema importante, e precisava se ausentar. Não tendo chegado ainda alguém da sua família para cuidar da banca, disse ao Valdemir:

-- O Sr. poderia ficar prestando atenção aqui nesta banca só enquanto eu dou um telefonema ali e já volto ?

Valdemir: "-- Claro, pode ir que eu tomo de conta "

E o vendedor, sem olhar para trás, saiu apressado. Sabendo do preço, Valdemir continuou a ladainha do vendedor: "É 5 por 1 real, é 5 por 1 real, quem vai querer ?" Uma mulher se aproximou e disse:

-- A como é a Banana ?
-- 5 por 1 real, minha senhora
-- Me dê 10.

E assim, Valdemir começou a vender as bananas da banca.

Tendo já feito várias vendas, eis que do outro lado da rua, passa um rico casal, cujo homem era cratense e há muitos anos havia se radicado em São Luís. Ao vê-lo de longe disse: "-- Mas ali é Valdemir Correia do Crato? Não acredito! Vamos lá falar com ele..."

--"Seu" Valdemir, é o Sr mesmo ?
-- Sim sou eu mesmo, Valdemir Correia.
-- Seu Valdemir e o que é que o Sr faz aqui em São Luis, a essa hora vendendo bananas na feira ?

Valdemir achou aquilo engraçado e resolveu incorporar o personagem e disse:

-- Pois é, meu amigo, as coisas lá no Crato estavam tão ruins, eu tive o maior prejuízo, perdi tudo, tive que recomeçar a minha vida do zero, então eu estou aqui em São Luis tentando a vida, vendendo bananas para sobreviver.

Nisso o homem ficou penalizado e disse:

--Olha, Seu Valdemir, eu conheci o Senhor no auge das suas lojas, um homem riquíssimo, minha mulher, esse homem já foi um dos homens mais ricos do Crato !"

Valdemir colocou logo uma cara de triste, e o homem então mandou essa:

--Olha, Seu Valdemir, O Sr está bem aqui ? O Sr. tem aonde morar ?
--Meu amigo, tem dias em que eu moro na rodoviária, durmo onde Deus quer, em cima dum papelão, tem dias que eu almoço, tem dias que não janto, e vou me virando. O pessoal aí fez uma vaquinha pra mim, comprei um prato de comida...

Nisso o bom homem disse:

-- Seu Valdemir, pois olhe, minha casa aqui não é muito grande, mas lá a gente tem um quartinho e lá pelo menos o Sr. não vai passar fome. Na minha casa, o Sr. não passa fome. Meu endereço é X, fica na Rua Y...etc

Valdemir agradeceu a gentileza, nem disse que sim nem que não. O casal distanciou-se enquanto Valdemir ainda ouviu de longe:

--Veja só, mulher, o que é a vida! Esse já foi um dos homens mais ricos do Crato. Já possuiu frotas de caminhões, lojas grandes, agora está aí, vendendo bananas na feira para sobreviver sem ter nem onde dormir! O que é a vida!

Valdemir ouviu aquilo, e fez uma grande reflexão sobre como a vida poderia ser diferente, e como Deus havia sido bom para com ele e sua família, e ficou emocionado com tanto carinho vindo de uma pessoa que ele sequer conhecia, admirando-se de que no mundo ainda havia pessoas de bom coração.

Nisto chega o "real" vendedor de bananas:

--E aí, meu amigo, como foi ?
Valdemir respondeu:
--Taí a sua banca. Inclusive ainda apurei 20 reais, tá aqui o seu dinheiro.

O homem ficou muito contente, agradeceu, e Valdemir Correia foi se distanciando, afinal de contas, já era hora de ir ao Aeroporto, pegar o seu avião, que partiria em poucos minutos para Fortaleza, onde iria fechar mais um grande contrato para suas empresas.

E assim é a vida...
Parabéns, amigo Valdemir Correia de Sousa pelo exemplo de vida, de trabalho e sobretudo, de SIMPLICIDADE e HUMILDADE. Parabéns a quem sempre lutou contra as adversidades e conseguiu vencer tudo aquilo que lhe impedia de realizar o seu grande sonho. Sua vida é um exemplo para os jovens empreendedores.

Por: Dihelson Mendonça

2 comentários:

  1. Parabens ao grande empreendedor Valdemir Correia de Sousa.

    Que Deus abençoe e ilumine sempre.

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  2. Um exemplo de vida para os mais jovens.

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