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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 29 de maio de 2012

Historias do Sanharol 094 - Por Antonio Morais.

José André e Dona Antônia

José Vicente e Maria Lucinda moravam com João do Sapo no Sanharol. Porém, os aconselhamentos eram mantidos com o compadre José André, padrinho de  sua caçula Lucimar, única filha mulher do casal. Lucimar era uma moça prendada, calma, muito educada, criada com os ensinamentos morais e religiosas da época. 

Por arte do diabo apareceu  no Sanharol um moço, mal encarado, dos lados do Iguatu chamado Biliu. Lucimar se engraçou  por Biliu e, o que de inicio era um simples namoro se transformou numa alucinante paixão, terminando em casamento. Ficaram morando na casa de José Vicente e Maria Lucinda. Daí por diante, ninguém teve mais paz. Todo fim de semana o Biliu tomava um pileque e tudo termina  em  grande confusão ou fuzuê. Lucimar terminava apanhado. Num desses porres malucos o barulho passou dos limites, Biliu teve que  ser amarrado e, no outro dia, teve que arribar, fazer bunda de ema.

José Vicente aperreado com as condições para cuidar da família sozinho e ainda dos dois netos foi cedinho a casa de José André se aconselhar. No curral, onde José André se encontrava tirando o leite das vacas houve o presente dialogo entre os dois:

José Vicente: Compadre José André eu estou desesperado.

José André: O que houve compadre.

José Vicente; O Biliu tomou um porre doido, chegou em casa quebrou tudo, bateu na minha filha e foi embora. O que vou fazer para cuidar sozinho  da mulher e dos filhos dele?

José André: Tenha calma compadre, não se apoquente, pra tudo tem jeito. Biliu vai voltar e tudo vai dar certo.

José Vicente: Volta não,  Biliu desta vez foi longe demais. Compadre sabe o que ele fez? Ele queimou o possuído da mulher com a lamparina.

José André: Volta compadre, se afregele não que ele volta. Aquilo cru já é muito bom, imagine assado.

Depois dessa José Vicente se despediu e foi embora.

Depois José André foi a casa de José Vicente saber do que ele precisava  para cuidar a família.

5 comentários:

  1. Biliu deixou de beber, criou Juizo, fez as pazes e voltou para mulher. Daí por diante a familia passou a viver em paz.

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  2. Esse tal de Biliu trocado por merda ainda não tinha valor. No seu regresso da separação foi morar com a Lucimar na casa de Zefinha de Antônio Alves, onde começou juntamente com seu irmão Zezinho malinar, para não usar o termo roubar, arroz de Raimundo Bitu e Chico Bitu. Não trabalhava e só vivia de boa vida a custo desses roubos. Ainda bem que não fazia parte de nossa comunidade do Sanharol veio e desapareceu lá pras banda do Carius.

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  3. João Bitu.

    As galinhas da casa de Tio Chico André começaram a sumir, e ele foi pastorar. O Biliu botava o caroço de milho num anzol e jogava. A galinha engolia e ele trazia para o bornal. A bichinha nem podia gritar. Tio Chico ao ver disse: jeitinho bom de pescar em? Foi aí que o Biliu foi roubar o arroz de Padim.

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  4. Morais, o Anacleto já contou uma do Assis de José Vicente e um primo?

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  5. Não Luiz. Mas quando eu me encontrar com ele vou perguntar.

    Estou lhe devendo a historia do pé de cajarana. Aguarde. É que o sofrimento foi muito grande.

    Não gosto de lembrar.

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