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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Maternidade - Enviado por Rogeanny Santana.

Uma mulher foi renovar a sua carteira de motorista. Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar. O que eu pergunto é se tem um trabalho, insistiu o funcionário.  Claro que tenho um trabalho, exclamou:  Sou mãe.

Nós não consideramos "mãe" um trabalho.  Vou colocar "Dona de casa", disse o funcionário friamente. Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica.  A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona da situação, perguntou: Qual é a sua ocupação?  Não sei o que me fez dizer isto, as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora: 

Sou Doutora em Desenvolvimento Infantil e em Relações Humanas.

A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar e olhou-me como quem diz que não ouviu bem.  Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.  Posso perguntar, disse-me ela com novo interesse, o que faz exatamente?  Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me responder: Desenvolvo um programa a longo prazo (qualquer mãe faz isso), em laboratório e no campo experimental (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Sou responsável por uma equipe (minha família), e já recebi quatro projetos (todas meninas).  Trabalho em regime de dedicação exclusiva (alguma mulher discorda?), o grau de exigência é em nível de 14 horas por dia (para não dizer 24 horas). 

Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou e, pessoalmente me abriu a porta. Quando cheguei a casa, com o título da minha carteira erguido, fui recebida pela minha equipe: uma com 13 anos, outra com 7 e outra com 3 anos. 

Do andar de cima, pude ouvir o meu novo experimento (um bebê de seis meses), testando uma nova tonalidade de voz. 

Senti-me triunfante! 

Maternidade... que carreira gloriosa! 

João Dino, nosso grande colaborador  canta para as mães do Blog do Sanharol.



Um comentário:

  1. Prezados amigos do Blog do Sanharol.

    As colaboradoras Magnólia Fiuza e Carla Meneses se colocaram a disposição para postar sua manifestação de carinho e afeto para sua mãe. Ainda é tempo de enviar.

    Estou indo para junto da minha mãe. Fazer o que ela gosta, falar do meu saudoso pai, ela fica radiante e eu também.

    Deus abençoe as mães do mundo.

    Antonio Morais

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