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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 31 de maio de 2012

O endividamento dos brasileiros - Por Antonio Morais


As famílias brasileiras já estão endividadas demais ou não? Dependendo do indicador, a situação parece tranquila, e, mais do que isso, com grande espaço para crescer.

Mesmo assim, é preciso lembrar o que já foi dito neste espaço: o comprometimento da renda das famílias já está alto, no Brasil o dinheiro é muito caro, e o ritmo de crescimento da inadimplência está acelerado.

O volume de créditos em atraso na economia brasileira — como um todo, somando-se o crédito de pessoa física e o das empresas — cresceu 35,5% nos últimos 12 meses até abril. Saiu de R$ 58 bilhões para R$ 79 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira.

Esse volume mostra o total de empréstimo sem pagamento há mais de 90 dias. De janeiro a abril, a alta é de 8,8% em relação ao mesmo período de 2011. O problema é principalmente o ritmo do crescimento do atraso. O crédito cresce a 18% ao ano, mas os atrasos cresceram a 35%.

A provisão que os bancos têm que fazer para o chamado crédito podre, que tem inadimplência acima de 180 dias, subiu 24% nos 12 meses até abril e atingiu R$ 67 bilhões. De janeiro a abril, a alta é de 4%.

Há muita confusão sobre os números de endividamento, em parte porque no Brasil até recentemente o crédito era tão baixo que nem era rotina acompanhar a evolução dos indicadores.

Há vários ângulos pelos quais se pode avaliar o endividamento, pegando-se, por exemplo, só a dívida das famílias. Se for como percentual do PIB, no Brasil é 23%. Deve ter sido a esse indicador que o ministro Guido Mantega se referiu quando disse à “Folha de S.Paulo” que não se deveria preocupar com isso.

Outro indicador também de estoque da dívida mostra o Brasil numa situação muito favorável. Se for comparado o total dos débitos bancários das famílias com o que elas têm de renda em um ano dá 42,9% no Brasil.

Isso engana, porque evidentemente ninguém vai pagar a dívida inteira, financiada em vários anos, com a renda integral de um ano.

Um comentário:

  1. Na verdade os brasileiros nunca deveram tanto.

    Se houver qualquer mudança na economia a situação ficará insustentavel. Vamos torcer que não haja.

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