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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


segunda-feira, 21 de maio de 2012

A realidade nua e crua de Cuba

“– A liberdade, Sancho, é um dos mais preciosos dons que os céus deram aos homens; com ela não se podem igualar os tesouros que encerra a terra nem o mar encobre; pela liberdade assim como pela honra, se pode e deve aventurar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pode vir aos homens”. – Miguel Cervantes, “Dom Quixote de La Mancha”.

Um livro que deveria ser lido por todos, esse “Viagem ao Crepúsculo”, (2ª edição) escrito por Samarone Lima, 42, jornalista e escritor, nascido em Crato e hoje residente em Recife (foto ao lado).
Li-o, emprestado que me foi pelo pai do escritor, o ex-craque de futebol de salão dos anos 60 em Crato, José Vicente Lima, hoje aposentado do Banco do Brasil. O livro mostra o cotidiano da população cubana, uma realidade vivenciada por Samarone Lima. Este, conheceu a vida real da infelicitada população da ilha-cárcere, pois, ao invés de percorrer itinerários pré-estabelecidos pela ditadura da dinastia dos Castros – roteiros falsos, enganosos e manipulados – preferiu ficar hospedado em residências de cubanos anônimos.

Com isso ganhou a confiança dessas pessoas. E constatou a triste realidade social e econômica de Cuba, onde as pessoas, para sobreviver, vendem e compram – no mercado negro – gêneros alimentícios desviados dos armazéns e hospitais do Estado. Até para fazer uma curta viagem – de ônibus ou trem – a população cubana é vítima da máfia na venda das passagens. Os bilhetes de viagem são ofertados, pela máquina estatal, com grande antecedência, todos pré-datados, para serem utilizados semanas e até meses à frente.

Interessante que Samarone Lima viajou a Cuba levando a ilusão que é vendida ao imaginário dos turistas: a de que, naquela ilha da fantasia, a saúde e a educação pública funcionam; impera a igualdade social; não existem nem fome, nem violência, nem corrupção na máquina administrativa. “Todas, absolutamente todas as pessoas que me relataram viagem a Cuba como turista, falam de outro país, onde há conforto, bons carros, comida farta, mulheres, charutos, rum. Esse é o mundo do turismo, não o mundo real”, constatou Samarone. A realidade que ele viu lá foi exatamente o contrário do que falam por aqui.

Numa fila para a compra de alimentos, ele presenciou esta cena e escreveu: “Jaime (um cubano em cuja casa Samarone se hospedou nos primeiros dias em Havana) entregou sua caderneta de controle e comprou dois pacotes de macarrão, meio libra de arroz (que dá menos de um quilo). Neste dia não havia óleo vegetal para venda. Comprou ainda 250 gramas de carne de soja. Era a sua cota mensal”. Na fila de compra, o escritor cratense ouviu: “Quando esse inferno vai acabar?”. A declaração aspeada é de uma senhora cubana, logo após uma tentativa frustrada de adquirir sua cota mensal de carne de porco, já que a carne de gado não existe para o consumo da população.

No livro “Viagem ao Crepúsculo” (226 páginas), o autor descreve a violência que domina as ruas de Havana (ninguém lá fala disso, a não ser do que acontece no bairro onde mora, pois a imprensa estatal só divulga falácias favoráveis ao regime); fala da miséria que domina as camadas sociais, onde a prostituição é negócio rendoso; descreve diálogos com jovens que sonham em fugir de Cuba; da corrupção generalizada em todos os setores da máquina pública e da falta – ampla, geral e irrestrita – das liberdades democráticas.

Na sua obra, Samarone conseguiu descrever os efeitos dos 53 anos de um regime que há muito perdeu as rédeas do rumo a ser tomado. “Os cubanos não são livres. Não podem sair do país. Não podem criticar o regime na fila do pão, sob o risco de serem rapidamente presos pelos infiltrados, e condenados a 20, 30 anos de prisão, após julgamentos rápidos”, diz o autor cearense.

Escrito e postado por Armando Lopes Rafael
Informação: O livro de Samarone pode ser adquirido em qualquer
filial da Livraria Cultura.
Em Fortaleza ela funciona no Shopping Varanda Mall
Av. Dom Luís, 1010 - Lojas 8,9 e 10
Meireles - Fortaleza - CE

7 comentários:

  1. Prezado Armando.

    Há uma coisa que não consigo entender: Como esses que se dizem democratas defendem o governo de um tirano que durante meio seculo só fez mal ao seu povo.

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  2. Morais:

    A incoerência é a marca dos esquerdistas.
    Eles condenam a ditadura militar, mas defendem a ditadura da antiga União soviética, a ditadura cubana, e a do Irã, Vietnã e Camboja:
    Eles condenam a pena de morte, mas defendem o aborto;
    Eles condenam a tortura e a morte dos desaparecidos no Brasil, mas defendem os métodos e os sequestros do grupo narcotráfico-guerrilheiro das FARC na Colômbia;
    Eles condenam a religião, mas mantém um culto idólatra a Stalin, Fidel Castro, Mao-Tsé-Tung...
    Eles condenam a desonestidade, mas quando chegaram ao poder fizeram o “mensalão”;
    Eles condenam a privatização, mas quando chegaram ao poder privatizaram os aeroportos e vão privatizar os portos;
    E por aí vai...

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  3. Um equivoco!

    O que todo cidadão honesto defende é que haja lisura com a coisa pública. Esses países citados pelo Armando Rafael deixaram algo de bom ao seu povo, mas não é tudo, pois quando o homem estiver contente com o que tem, é porque chegou seu fim. A ditadura no Brasil trouxe a dinamização dos meios de comunicações, com a criação da Embratel, é fato. Também no regime militar houve grande incentivo à agricultura, entre outras coisas, houve avanço sim, mas morria pessoas que não concordavam com o regime. Em qualquer sistema de governo, ou regime tem problemas. Em relação à Cuba não se pode negar os avanços na saúde educação e esportes. Pessoas contra o regime castrista existe em qualquer lugar, tanto em Cuba como aqui. Eu, particularmente defendo que haja mais abertura em Cuba, porém cabe ao seu povo essa decisão, pois Os Estados Unidos estão logo ali doidinhos para invadirem a ilha, o país vive em constante guerra e sofre pelos Estados Unidos um dos maiores embargos já impostos a uma nação. Como se ver, são situações diferentes.

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  4. Meu caro Francisco Gonçalves:

    Concordo com QUASE TUDO que você escreveu.

    Mas – com todo o respeito que você merece – se você ler o livro “Viagem ao Crepúsculo”, do jornalista Samarone Lima você vai ver que os “avanços” do comunismo em Cuba são meras falácias, igualzinho ao que era alardeado na finada União Soviética e países satélites da extinta Cortina de Ferro. Em São Paulo você pode adquirir esse livro nas grandes livrarias (Cultura, Saraiva, ou através dos sites das Lojas Americanas, Submarino, etc.)

    Samarone era esquerdista. Foi conhece Cuba e não seguiu os roteiros traçados pela ditadura da dinastia Castro. Hospedou-se com pessoas comuns e o que viu é de arrepiar cabelo.

    Quanto à invasão de Cuba pelos EUA pode esperar sentado, pois os ianques só têm interesse em país rico, com petróleo. Cuba é uma miséria comparável às favelas brasileiras. Apesar de que nas favelas daqui existem iniciativas para as pessoas ganharem a vida e os barracos têm antena parabólica, TV plasma, Internet/notebooks, máquinas de lavar roupa, micro-ondas etc. Cuba não tem nada disso.

    Não acredito que a miséria dos cubanos decorra do embargo/bloqueio dos americanos. Onde quer que se instale o comunismo só traz falta de liberdade/miséria/atraso. O Vietnã, Coréia do Norte e Camboja não sofre embargo. E a miséria é a mesma...

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  5. Antonio Morais

    Não conheço Cuba, apenas pessoas que viajaram para lá e alguma coisa sobre o assunto que recebo por Email. Conheci também, quando Luisa Erondina era prefeita em São Paulo um embaixador Cubano, pessoa muito simples e de rara cultura. Acredito que a maior riqueza da ilha seja seu povo. Ir a Cuba, pelo que me consta, e não entender de política, é melhor não ir, pois eles conhecem melhor a política brasileira que nós brasileiros. Mas, ser de esquerda nem sempre é ser um liberal ou democrata, pois me considero esquerda liberal, mas sou contra o liberou geral! Acho que deve ser ai que consiste nossa maior divergência.

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  6. Desculpe-me o comentário é sobre o texto do Armando Rafael.

    É a pressa paulistana!rsrs

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  7. Esse "franciscoquinho" é um miserável que gosta da miséria socialista cubana! Subdesenvolvido e analfabeto miserável só gosta mesmo e da miséria!

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