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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 19 de junho de 2012

ÉTICA COMERCIAL - Por Mundim do Vale.


Na semana passada eu ví uma postagem no face Book, onde o autor defendia com muita garra, a manutenção do uso das embalagens de sacos plásticos. Eu não tenho nenhuma opinião formada sobre o assunto, falei aquí apenas para lembrar, que uma história pucha outra.

No ano de 1956, eu presenciei na bodega do Sr. José Augusto, o seguinte acontecimento: naquela época não exestia sacolas plásticas, o feijão, o arroz e o açúcar vinham em sacas de 60 kilos, as bodegas vendiam em porções de kilos, enroladas em papel de embrulho, ou numa vasilha que o fregês trazia.

Um certo dia estavam, Pedro Preto e Zé Peru coversando com o Sr. José Augusto, quando chegou um garoto filho de Zeca Alexrandinho conduzindo um caldeirão de alumínio para comprar açúcar. O menino dirigiu-se ao proprietário falando:

- Seu Zé Ogusto. Mãe mandou comprar um kilo de açúcar. O bom comerciante quando pegou o caldeirão, notou que tinha sujeira e devolveu imediatamente ao garoto dizendo:
- Meu filho. Volte e diga a sua mãe que lave a vasilha, porque do contrário eu não vendo não.
O menino entre surpreso e assustado, pegou o caldeirão e foi embora.
Depois que o garoto saiu, Pedro Preto falou:
- Zé Piru! Eu acho que Zé Ogusto tá caducando. Ora vigí, cum um cumesso rim cuma tá esse, ele deixa de vender só pruque a vazia tá suja. Apois se fosse eu, butava inté dento dum pinico.
Zé Augusto com a calma de que era possuidor respondeu:
- Pedro Preto. O bom comerciante é aquele que zela pela higiene e saúde dos seus fregueses.
Depois daquela lição de ética comercial, o garoto chegou com o caldeirão limpo, levou o açúcar e ainda ganhou do bodegueiro, umas bages de amendoim.

Hoje em dia os comerciantes só faltam laçar as pessoas na calçada e arrastar pra dentro dos seu comércios.
Naquele tempo Nossa pequena Várzea Alegre tinha quatro comerciantes que tratavam com zelo os seus clientes. Eram Eles:
José Augusto, José Bitu, João Teixeira e Raimundo Silvino.

Dedicado: Aos familiares dos saudosos comerciantes que me inspiraram para divulgar esse causo.

2 comentários:

  1. Prezado Mundim.

    Naqueles tempos havia um respeito muito grande entre fornecedor, distribuidor e consumidor.

    No ramo de tecidos a Mesbla mandava um viajante visitar o cliente e tirar o pedido. Depois da entrega passava um fiscal para saber se o pedido correspondia ao solicitado.

    No vencimento passado um cobrador para o acerto final. Tudo isto no mais perfeito entendimento verbal.

    Hoje em dia, antes da mercadoria sair da industria o distribuidor já recebe um Boleto Bancário com os dizeres: não sendo pago em cinco dias enviar para o cartório. As vezes o titulo vence e a mercadoria não chega.

    Boa postagem.

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  2. Belo resgate Raimundinho. Naquela época as pessoas eram solidárias e amigas. A competitividade ainda não havia destruído o caráter. Um abraço.

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