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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 4 de julho de 2012

“O BOLSA-FAMÍLIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”


Há dias atrás, postamos um comentário neste conceituado blog, o qual versava sobre a ameaça por que passa a  cultura de arroz em Várzea Alegre.

 Mencionamos a perspectiva de não só esta, mas as demais culturas de sequeiro Nordeste virem à decadência pela falta de eficiência nos sistemas de cultivo, já que na sua grande maioria são exploradas com pouquíssimos recursos tecnológicos.

Na ocasião, comentamos também que faltam políticas públicas adequadas para reverter tal situação e que alguns programas que estão sendo mantidos pelo Governo, embora se destinem às pessoas necessitadas, muitas vezes não têm o foco ideal e deixam transparecer que são meros sistemas eleitoreiros.
   
Julgamos que naquela ocasião ficamos devendo aos leitores as nossas sugestões para melhorias nesse sistema assistencialista, o que tentamos fazer agora. Não vem aqui qualquer pretexto de exclusividade nas nossas propostas, pois, como se sabe, todo Nordestino já tem em mente muitos e muitos planos para a região, notadamente aqueles que ao longo de toda a vida viveram nesse bravo sertão.

Um dos focos do  nosso presente comentário é o  Bolsa Família. O Programa atende mais de 13 milhões de famílias em todo território nacional, com valores dos benefícios pagos pelo PBF variando de R$ 32,00  a R$ 306,00, dependendo da renda mensal da família por pessoa, do número de crianças e adolescentes de até 17 anos e do número de gestantes e nutrizes componentes da família, conforme  SIBEC (Sistema de Benefício ao Cidadão – posição de maio – 2012.

Sem sombra de dúvida, é muito significativo em termos de inclusão social, favorecendo a distribuição de renda e a entrada de milhões de pessoas no mercado de compras, o que tem contribuído em muito para alavancar o crescimento do país. Mas, no nosso ponto de vista, não apresenta perspectivas de sustentabilidade, pois deixa transparecer serventilismo e não agrega incentivo ao trabalho e ao autodesenvolvimento do ser humano.

Considerando o volume de dinheiro utilizado no programa desde a sua introdução no Brasil, é possível avaliar o quanto que poderia ter sido melhor empregado, caso o governo tivesse pensado desde o início na capacitação das pessoas e não na castração de suas iniciativas. Só recentemente é que se viu em um programa de televisão um membro importante de a Administração Federal admitir que houve equívoco quanto ao emprego dos recursos, pois, segundo ele, agora é que o governo veio a observar que a distribuição de dinheiro para as pessoas de baixa renda está desestimulando-as a procurar o trabalho.

Ficamos a perguntar: mas só agora é que estão vendo isso? No nosso entendimento, torna-se até mesmo vulgar um comentário dessa natureza, partindo de um personagem importante da Administração Pública. Como sabemos, esse dilema é antigo, principalmente no Nordeste, onde a maioria da população clama há tempos por medidas governamentais que venham em favor de acudir os mais necessitados, mas que também propiciem a sua evolução cultural, educativa  e profissional. 

Um programa como esse poderia ter sido formulado  desde o seu início para contribuir com as famílias pobres, não só economicamente, mas também através de treinamentos e capacitações. O governo poderia ter preparado um plano que fornecesse o suplemento financeiro às famílias, de forma temporária e, a este auxílio estivesse vinculada  a necessidade do favorecido participar compulsoriamente de cursos ligados à sua vocação.

Acredito, portanto, que a esta altura não estaríamos como estamos atualmente: com demanda crescente de trabalho  em praticamente todas as áreas do mercado, mas sem mão-de-obra capacitada e treinada para ocupar essas vagas.

Desse modo, deveremos torcer para que dentro em breve não haja um retrocesso na alavancagem do desenvolvimento do país, pois o homem acostumado a receber de graça uma humilde mesada acostuma-se e esquece de perseverar e ter esperança.  

Fortaleza – CE,  03 de junho de 2012

Antônio GONÇALO de Souza.

Prezados amigos.

O video não faz parte  da excelente postagem enviado por nosso colaborador Antonio Gonçalo de Sousa. É ilustração  de minha lavra.


2 comentários:

  1. Prezado amigo Antonio.

    Este é um assunto que tem dois lados. Dois tempos. É certo que o ex-presidente Lula não tem carater, a frase é de Chico Oliveira, fundador do PT, mas até ele tem dois tempos: o que era contra porque os beneficios eleitoreiros eram dos adversarios e o momento atual que são dele.

    Eu tenho e já postei neste blog um video com um depoimento do Lula nos dois tempos: quando era contra e hoje que é a favor porque é o grande beneficiado eleitoralmente.

    As gravidades que vejo no Bolsa familia são essas: Não acredito que ninguem vença na vida sem a força do trabalho, nem que pais nenhum consiga sustentar a vida inteira um povo que não produz. O mais grave é a corrupção: Nas ultimas eleições 10.000 brasileiros que concorreram aos cargos de deputado estavam inscrito no Bolsa familia. Para se chegar a esta conclusão bastou cruzar os CPF na justiça eleitoral e no programa.

    Tem gente inscrito que não precisava de bolsa familia. Há pouco tempo, na cidade de Farias Brito se descobriu um Secratario de Agricultura do municipio que tinha alistado no Bolsa Familia 43 pessoas de sua familia, pai, mãe, irmã e aderentes. Os cartões estavam com ele e, no dia do pagamento recebia importâncias muito superiores ao proprio ordenado.

    A corrupção campeia por toda parte, haja vista os casos recentes do BNB, porque não teria com o bolsa familia.

    O fato é que o assistencialismo atual de nada vale. Bastou vi um ano de seca estamos vendo as mesmas mazelas: Gente passando fome e sede.

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  2. EU NEM SEI COMO AS TEORIAS ECONÔMICAS PERMITEM CONSIDERAR BOLSA FAMÍLIA COMO DISTRIBUIÇÃO DE RENDE E INCLUSÃO SOCIAL. UM PROGRAMA ESGOTADO EM SI PRÓPRIO PELAS CONTRADIÇÕES E INCONSISTÊNCIAS. A DISTRIBUIÇÃO DE RENDA DEVERIA SER CONSIDERADO QUANDO OCORRESSE PELO PROCESSO PRODUTIVO NA RELAÇÃO TRABALHO E RENDA E NÃO POR EVENTUAIS ASSISTENCIALISMOS. SOB O PONTO DE VISTA SOCIAL, EU COMPARO ESSE PROGRAMA COM O PAI QUE DÁ DINHEIRO PARA O FILHO COMPRAR O PRESENTE DO DIA DOS PAIS.FICA TUDO EM CASA. PAI E FILHO FICAM FELIZES, MAS MUITAS VEZES O PAI DEIXOU DE FAZER ALGUMA COISA MAIS IMPORTANTE, E AINDA SAI MOSTRANDO O PRESENTE QUE GANHOU DO FILHO. SOB O PONTO DE VISTA ECONÔMICO PARECE MUITO COM A RELAÇÃO ENTRE O PRIMO RICO E O PRIMO POBRE. O PRIMO RICO PEGA O DINHEIRO DO CONTRIBUINTE E PRATICA O ASSISTENCIALISMO ONDE O BENEFICIÁRIO COMO CONTRIBUINTE É SEU PRÓPRIO DOADOR, POIS AO VOLTAR AO MERCADO DEIXA 40% PARA O ESTADO NA FORMA DE IMPOSTO, E O ESTADO COMO MONOPOLISTA DOS COMBUTIVEIS FOSSEIS, AINDA LHE VENDE DE QUEBRA UM BUTIJÃO DE GÁS POR 5O REAIS. OU SEJA, O BOLSA FAMÍLIA VOLTA TODINHO PARA O PRÓPRIO ESTADO.

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