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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quarta-feira, 15 de maio de 2013

O crime ambiental está prescrito - Por Antonio Morais.



Dedicado ao João Bitu.

Nos últimos dias, foram muitas as citações, estorias e comentários  sobre "casaca de couro". Varias foram as revelações dos castigos e penitencias aplicadas aos maus  pastoradores do pássaro consumidor de arroz e devorador das plantações.
Esta historia é verdade e dou fé. Zé Luzia, morador da Boa Vista, em terras de Joaquim de Sátiro, quando menino, foi encarregado de pastorar o nascimento do arroz do roçado do seu pai João, que também era Luzia. Não dando conta, pois não existe quem evite a ação predadora da casaca de couro, levou uma tremenda pisa do pai pelo descuido.
José preparou a vingança e esperou o tempo certo. No mês de Maio, época da reprodução dos pássaros, José saiu de touceira em touceira do arrozal juntando os filhotes nos ninhos e colocando-os num bornal. Chegou em casa com os bichinhos, despejou-os num caco de torrar café, levou ao fogo e, enquanto torrava-os vivos assobiava - Xô casaca de couro. 
Está historia estou vendendo pelo mesmo preço que me foi passada. E, assim o faço porque o crime ambiental  já está prescrito. A ocorrência data da década de 50 do seculo passado.

Várzea-Alegre. Oh terra rica de resenhas. Não tem quem acabe.

2 comentários:

  1. Desconheço qualquer menino daqueles tempos remotos que não tenha sido escalado pelo pai para pastorá os plantios. Desconheço também o menino que não fracassou. Assim foram poucos os que não entraram na peia.

    Mas, não acho que a perversidade de José Luzia tenha sido merecida. Acho que o Jose exagerou e, se penitencia cortando o pau da bandeira de São Raimundo todo ano.

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  2. Joaquim de Maurícia, cidadão pouco ajuizado com raiva do famoso Galo de campina, conhecido com o nome regional de Cabeçudo. Na verdade, um grande predador no arrancamento do arroz por ocasião do seu nascimento. Joaquim no pastoramente do arroz não pode se vingar e deixou o casal fazer um ninho em uma galha do velho juazeiro.
    Quando os filhotes estavam bem empenados ele fez a coleta dos mesmos e em seguida preparou um fogo, espetando os filhotes vivos com pena, um espeto de marmeleiro e em seguida saboreou um bom churrasco como vingança dos velhos predadores que arrancavam o arroz de sua mãe Mauriça.

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