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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


quinta-feira, 27 de julho de 2023

115 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.


Coronel Antônio Correia Lima.

Nasceu em 17 de Junho de 1864, casando-se, exatamente, aos 17 anos, em 17 de Junho de 1881. A união durou 58 anos, faleceu em 30 de março de 1939 com 75 anos. 
Um autentico patriarca, menos militarmente, risonho e de humor muito fino, sabia sorrir um riso serio que os seus lábios controlavam, os mesmos lábios que pareciam sempre balbuciar, tão de mansinho.
Sob seus óculos redondos e de aros de ouro, um olho parcialmente fechado, parecia dar-lhe a visão mais perfeita e exata dos homens e das coisas.
Sem ser um letrado, tinha desenvoltura extrema na conversa vulgar ou no externar de seus pontos de vista a governadores e secretários de estado.  
Os governadores João Tomé e Justiniano Serpa adoravam os encontros que, com ele, tinham, claros, quase sempre culminando de pequenas pretensões inocentes:  promoção para um soldado, melhoria de salario para uma professora, ou remoção de um cabo que estava botando as unhas de fora.
Foi prefeito de Várzea-Alegre de 1912  a 1926, quando passou o cargo ao seu Irmão Coronel José Correia Lima, que governou até 1930.  Num segundo mandato, de 1937 a 1939, ano de sua morte, passou o cargo para o seu genro: Vicente Honório de Oliveira. 
Como Borges de Medeiros, no Rio Grande do Sul, foi tudo que quis em Várzea-Alegre.


5 comentários:

  1. Ha muitas historias do Coronel Antonio Correia Lima, algumas puro folclore, outras estratégicas na arte de fazer politica.

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  2. Por volta de 1912, o prefeito municipal de Várzea-Alegre Cel Antônio Correia Lima escolheu para presidente da Câmara Municipal um vereador de sua confiança, residente no distrito de Naraniú.

    Ao ser comunicado o vereador disse : compadre, isso vai dar certo? Eu não sei falar, eu só sei aboiar.

    Já nos tempos modernos, na década de 80 do século passado, havia um acordo de lideranças para o vereador mais votado ser o presidente da Câmara. Acordo mantido e celebrado depois da eleição.

    O vereador era um homem de honradez e caráter ilibados. O problema eram as dificuldades na condução da solenidade de posse, visto ser totalmente analfabeto.

    O mestre de cerimônia, orientou o vereador dizendo : Eu vou conduzir a solenidade. Ao final quando eu piscar o olho, você se levanta e diz : "Declaro encerrada a solenidade".

    Feita a composição da mesa, discurso do prefeito que deixava o cargo, posse e discurso do novo, por fim a piscada de olho combinada.

    O vereador se levantou, assungou a causa, arroxou o cinturão e lascou : "Encerro declarada a solenidade".

    Dessa preciosidades muitos são testemunhas. É um fato contemporâneo.

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  3. Em 1912, o prefeito de Várzea-Alegre Cel Antônio Correia Lima perguntou ao Tabelião José Alves Feitosa, o conhecido Dudau: Pra que serve verador? Sim não houve erro de digitação não, é verador mesmo.

    Dudau, homem de sabedoria impar e vasto conhecimento, andou explicando: para criar leis, ajudar na fiscalização da aplicação dos recursos etc.

    "Ora mais essa", disse o Coronel prefeito, eu preciso lá de verador para dizer o que devo fazer com o dinheiro que administro!

    Um século depois, desta celebre pergunta, eu me pergunto: Pra que serve uma câmara de vereadores manipuláveis e subservientes.

    Nem pra dar nomes a ruas serve mais.

    Li ontem, no Blog do Crato, um texto do Historiador Armando Rafael, no qual ele narra com precisão uma aberração da Câmara de Vereadores do Crato.

    Rua cuja denominação a historia registra, sendo rebatizada com uma outra personalidade. Maior absurdo três ruas com o mesmo homenageado.

    Diante destas aberrações repito a frase do Coronel Antonio Correia Lima: Pra que serve verador? E querem aumentar o numero deles !

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  4. O Coronel Antonio Correia foi um dos primeiros patrões do meu avô, Antonio Gonçalo Araripe que, de início, tinha como ofício levar e trazer encomendas do mesmo de Várzea Alegre para cidades circunvizinhas.
    Nos alforges dos animais, muitas vezes foram transportados vastas somas de dinheiro.
    No meu livro TROPEIRISMO NOSSO, tive a honra de comentar sobre essa profícua e respeitosa relação entre os dois.

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  5. A historia sustenta que ao falecer o grande lider politico Coronel Antonio Correia Lima, no cargo de prefeito municipal de Várzea-Alegre, portadores saíram a cavalo em direção as diversas ribeiras levando a noticia. Todo politico poderoso como o coronel tem desafetos.

    De passagem pelo sitio São Cosme, na casa de Raimundo Inácio da Costa, quando o portador deu a noticia da morte, o velho Inácio declarou : Oh homem, eu ia matar aquele fi de uma égua hoje de tarde!

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