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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Amargura e preconceito - Por José Casado, O Globo


‘Companheiros e companheiras” — ele disse ao séquito do partido que partilhava o lombo de um caminhão. Lula fez a pausa estudada e completou: “Eu acho que está na hora de vocês darem um jeito.”

O político que se considera o mais popular do Brasil dava vazão à sua amargura com o eleitorado: “Eu não posso entender como é que o povo reclama tanto da educação, que o povo reclama tanto do transporte, que o povo reclama tanto da saúde, que o povo reclama tanto da segurança e o (Geraldo) Alckmin tem 50% nas pesquisas de opinião pública. Alguma coisa está errada!”

Aconteceu na noite fria de quarta-feira (28), em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, durante um comício do candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha (45 pontos abaixo de Alckmin). Com Lula no palanque, o partido esperava reunir dez mil pessoas no centro, no horário da saída do trabalho. A audiência ficou restrita a meia praça, incluídos “plaqueiros” com R$ 30 de diária.

Lula não escondia a frustração. Pesquisas, inclusive as do próprio PT, confirmavam a ameaça real de uma expressiva derrota dos seus candidatos tanto na disputa presidencial quanto na maioria dos 19 estados onde concorrem (com destaque para São Paulo), além de eventual redução da bancada no Congresso (103 cadeiras, atualmente) e nas assembleias (149).

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