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"Ultrapassa-te a ti mesmo a cada dia, a cada instante. Não por vaidade, mas para corresponderes à obrigação sagrada de contribuir sempre mais e sempre melhor, para a construção do Mundo. Mais importante que escutar as palavras é adivinhar as angústias, sondar o mistério, escutar o silêncio. Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo".

Dom Helder Câmara


domingo, 26 de novembro de 2023

299 - Preciosidades antigas de Várzea-Alegre - Por Antônio Morais.



Sexta-feira da paixão de 1951, chegou na casa de Joaquim da Varzinha, em Várzea-Alegre, um camarada chamado Jesus. Disse que estava cansado, com muita fome e pediu arrancho. A família o acolheu.

Quando foi servida a grande ceia o visitante comeu muito de tudo que foi servido.

Depois da ceia armaram uma rede para o caboclo na sala da casa e os demais se recolheram no resto das dependências.

Por volta das duas horas da madrugada, Jesus sentiu uma dor de barriga tão condenada que não teve disposição para abrir a porta e fazer o serviço no mato.

No aperreio ainda deu tempo para pegar a cuia de tirar leite que estava no armador e fez dela um pinico. A vergonha foi tamanha que escapuliu sem se despedir.

Quando a noticia se espalhou na vizinhança, o poeta Zé Pequeno, cunhado de Joaquim improvisou essa décima:

Meu bom Jesus do Bonfim
Que foi cravado na cruz
Não é como esse Jesus
Lá da casa do Joaquim
Esse Jesus é ruim
O que sabe é fazer tuia
Foi num sábado de aleluia
Que fez essa presepada
Arribou de madrugada
Depois que cagou na cuia.



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